terça-feira, 14 de novembro de 2017

Novo lançamento das Edições Texto & Grafia: «A Psicologia da Criança», de Olivier Houde

A Psicologia da Criança
de Olivier Houde
Sinopse
Novas descobertas sobre o desenvolvimento do cérebro e da inteligência modificaram profundamente os nossos conhecimentos sobre a psicologia da criança; a partir de experiências simples que cada um pode realizar em casa ou na escola, atualizando em simultâneo o contributo das ciências cognitivas acerca do bebé, da criança e do adulto, A Psicologia da Criança (144 pp.; Edições Texto & Grafia) explica com clareza como se constrói a cognição humana.
Do mesmo passo que presta homenagem à obra de Jean Piaget, o maior psicólogo da criança do século XX, Olivier Houdé passa em revista a sua teoria e propõe uma conceção nova do desenvolvimento da inteligência.

O Vitinho está de volta!

Vitinho, personagem de grande sucesso dos anos 80 e que esteve, durante anos, em exibição na RTP1, já regressou ao convívio dos portugueses com a publicação, pelas Edições Dom Quixote, de três livros.
Para os mais novos: Um Dia Eu Vou Ser Grande! e É a Dormir Que se Cresce!
Acompanha ainda o início desta nova coleção a publicação de O Grande Livro do Vitinho, para os mais crescidos (para os agora adultos, que não iam para  a caminha sem verem o anúncio do Vitinho), em que a história desta emblemática personagem é contada pelo seu criador, o escritor e ilustrador José Maria Pimentel.

Novo livro do psicólogo Eduardo Sá: «Quem Nunca Morreu de Amor»

Quem Nunca Morreu de Amor é o título do novo livro de Eduardo Sá, psicólogo clínico e psicanalista, autor de livros como Um Estranho no Coração, Dorme, Bebé, Nunca se Perde uma Paixão e Abandono e Adopção.

Texto sinóptico
Há amores que nos matam aos poucos quando sentimos mais saudades que esperança.
Eduardo Sá avisa, logo no início: cuidado com o que se procura num livro de amor. Porque arriscamo-nos a encontrar, no espelho das páginas, a nossa própria história, as relações que tivemos, os homens ou as mulheres que amámos (e que ainda hoje nos visitam, quando à noite se aninham nos lençóis da memória). Nas histórias dos outros, que Eduardo testemunha e observa, revemo-nos sempre. Os nossos amuos, as dúvidas, os medos, a esperança. Guiados por ele, trilhamos novamente o caminho tantas vezes percorrido; mas descobrimos que afinal havia ali um cruzamento que nos tinha passado despercebido (onde poderíamos ter mudado de direção), ou uma ponte que decidimos ignorar (quando era tão fácil atravessá-la).
Descobrimos também, por entre textos onde o amor é sempre posto a nu, uma outra história que emerge de mansinho, em quadros pontuais. Conhecemos João Anacleto, homem resignado à vida, e a bela e livre Esmeralda, que o destino lhe devolve passados 30 anos. Vemos como uma corrente de bicicleta, ao partir-se, os volta a unir. Ou talvez não.
Porque o João e a Esmeralda somos também nós, às vezes tão dados a equívocos, tão presos a bravatas e orgulhos que nos esquecemos de ver o essencial. E o essencial, ao contrário do que pensamos, não é invisível. Vê-se no olhar de quem nos vê o coração.

domingo, 12 de novembro de 2017

Publicações recentes da Editora Cotovia: «Os Meus Amigos» e «Tia Mira»

Os Meus Amigos
de Emmanuel Bove
Texto sinóptico
Há quem o ache “o título mais belo do mundo”, quem inveje o leitor que abre estas páginas pela primeira vez e ainda não experimentou este prazer, há quem considere que este livro mudou a história da literatura contemporânea.
Publicado em 1924 (numa colecção dirigida por Colette na casa Ferenczi), Os Meus Amigos fez com que Emmanuel Bove fosse comparado a Proust e a Dostoievski. Com este primeiro romance, o jovem escritor de 26 anos entra triunfalmente na cena literária e torna-se um mito entre os seus pares. Rainer Maria Rilke quer conhecê-lo e há inúmeros testemunhos de admiração, de Beckett a Peter Handke, de André Gide a Max Jacob, entre outros.
O crítico Jean Botrot escreveu: “Toda a dor das nossas vidas, aquela dor de que nem sempre nos apercebemos ou que procuramos abafar mas que acaba sempre por triunfar, está neste livro magnífico.”

Tia Mira
de Fernanda Mira Barros
Ilustrações de Joana Villaverde
Texto sinóptico
A acção decorre no apartamento-sotão de uma velha casa burguesa. Ali mora a tia Mira, ocupadíssima com livros e com as coisas belas da vida, disparates incluídos. Nos dois andares de baixo vive lá a sobrinha. Com os pais, naturalmente. Mas este livro trata é da dupla tia e sobrinha e do entendimento entre elas, feito de ternura e cumplicidades. É, no fundo, um livro sobre um amor lindo entre tia e sobrinha.
Só se conversa, aqui. E cada conversa leva-nos para um mundo especial, ao mesmo tempo divertido e sério, habitado por uma pessoa grande e outra pequenina, um bocadinho excêntricas, um bocadinho livres.

Algumas novidades de Novembro do Grupo LeYa

Mil Vezes Adeus, de John Green
Editora: ASA
Publicado em outubro, a edição original do quinto romance de John Green depois de uma ausência de cinco anos, e o primeiro editado depois do sucesso mundial que foi A Culpa é das Estrelas, entrou para o primeiro lugar na lista dos mais vendidos do The New York Times.
Neste tão aguardado regresso, John Green conta, com dolorosa intensidade, a história de Aza, numa tentativa de partilhar connosco os dramas da doença que o afeta desde a infância. O resultado é um romance brilhante sobre o amor, a resiliência, e o poder da amizade.
“Um clássico da literatura moderna” (The Guardian) ou «o mais espantoso romance de John Green.» (The New York Times) chega agora aos fãs portugueses.


Corpos Perfeitos, de Jane Robins
Editora: ASA
Suspense psicológico no seu melhor, Corpos Perfeitos dá-nos uma nova perspetiva sobre a obsessão, a violência que infligimos aos outros – e a nós próprios – ao mesmo tempo que revela o lado obscuro do amor e a força tremenda dos laços de fraternidade.


Inabalável, de Tony Robbins
Editora: Lua de Papel
Inabalável, no dicionário de Tony Robbins não é apenas uma questão de dinheiro. É um estado de espírito. Quando se é realmente inabalável, tem-se uma confiança sólida mesmo no meio da tempestade. E consegue-se recuperar rapidamente o equilíbrio quando o barco balança. Tony Robbins, na sequência da grande crise financeira de 2008, passou sete anos a entrevistar alguns dos maiores génios das finanças dos nossos tempos. Aqueles que souberam contornar a turbulência e navegar até um porto seguro.


A Lei do Sucesso, de Napoleon Hill
Editora: Lua de Papel
A Lei do Sucesso, provavelmente o mais importante livro motivacional escrito até hoje, nasceu por mero acaso. No início do século XX, Napoleon Hill, um jovem e ambicioso jornalista (que para se sustentar escrevia artigos desde os 13 anos), entrevistou Andrew Carnegie, naquela época o homem mais rico do mundo. Durante a conversa o milionário sugeriu ao entrevistador que investigasse as razões pelas quais algumas pessoas triunfam na vida e outras não.
O livro oferece um curso completo, em 16 lições, ao longo das quais percebemos porque é que os grandes empreendedores são de facto diferentes – pela paixão que os move, pelo entusiasmo que põem em tudo o que fazem. E percebemos, sobretudo, que podemos aprender e por em prática as suas competências – com resultados espantosos.
Vive Como Se Estivesses a Dançar, de Ichir Kishimi & Fumitake Koga
Editora: Lua de Papel
A vida é uma escolha. Só nós podemos decidir como vivê-la.
Vive Como se Estivesses a Dançar é uma obra extraordinária, cuja mensagem se tornou viral na Ásia e que agora começa a ser publicada noutros pontos do globo, da Polónia à Austrália.
Memórias De Uma Cortesã, de Wray Delaney 
Editora: Quinta Essência

A jovem Tully chegou a ser a mulher mais desejada de Londres. Agora, todos disputam os melhores lugares para assistir à sua execução. Ela sabe que tem apenas uma hipótese de escapar à forca. Para tal, tem de conseguir contar a história da sua vida à única pessoa capaz de a salvar.
Nas catacumbas da prisão de Newgate, Tully aguarda... E escreve com a emoção de quem luta pela vida. Casada à força aos doze anos para saldar as dívidas de um pai alcoólico, consegue escapar apenas para ser despachada para o bordel mais sumptuoso da cidade, onde descobre a sua vocação como cortesã. Tully Truegood é órfã, cortesã e aprendiza de um feiticeiro. Será também assassina?
Pleno de erotismo e realismo mágico, Memórias de uma Cortesã é uma magnífica viagem ao submundo londrino do século XVIII.

Agendas 2018

Liberdade 2018, de Paulo Coelho (Arte Plural Edições)
Plantas Medicinais: A Saúde nas Nossas Mãos - Agenda 2018, de Fernanda Botelho (Dinalivro)
Agenda 2018, de Adriana da Silva (Planeta)
Agenda Solidária Ipo 2018 (Livros Horizonte)
Agenda 2017-2018 - Este é o meu ano (Porto Editora)

sexta-feira, 10 de novembro de 2017

«O Urso e o Piano», de David Lichtfield

Editora: Booksmile
Data de publicação: Setembro 2017
N.º de páginas: 40
Uma história sobre um urso que encontra um piano na floresta, aprende a tocar música, muda-se para a cidade e torna-se um pianista afamado mundialmente. Este é o chamariz do primeiro livro infantil de um jovem e auspicioso autor e ilustrador inglês, que com esta obra, já traduzida em 12 idiomas, venceu o Waterstones Children’s Book Prize para Melhor Livro Ilustrado de 2016.

Um dia, na floresta, um ursinho encontrou uma coisa que nunca tinha visto.

Nos dias, semanas e meses seguintes, o urso regressa sempre ao local da sua descoberta e vai, gradualmente, ganhando confiança com esse objecto que consegue emitir diferentes intensidades de sons. Ao mesmo tempo que o próprio vai crescendo, tornando-se num urso-pardo adulto e forte, as suas patas tornam-se cada vez mais hábeis e sensíveis quando manuseiam as teclas brancas e pretas do piano.
O instrumento, ao ficar posicionado no bosque continuamente, atrai a curiosidade de toda a população de ursos residentes, principalmente quando o urso manuseia-o e as melodias que dele irradiam agradam a todos.

Quando o urso tocava, sentia-se feliz! O som levava-o para longe da floresta.

Mas um dia, chegam à floresta uma menina e o seu pai e, encantados com a habilidade musical do urso, fazem-lhe um convite tentador… Mas será que o urso deve seguir os seus sonhos, mesmo que para tal isso signifique deixar para trás a sua família e amigos? O medo do desconhecido, de sair da sua zona de conforto, a vida agitada da cidade, os aplausos, a fama… Tudo tem um custo.
O protagonista de O Urso e o Piano fala é um urso preso entre dois mundos, que descobre a alegria da música, o vazio da fama e a importância dos amigos na sua vida. A história tem uma simbólica maior por o autor escolher o urso como o animal central, pois é do conhecimento geral que os ursídeos têm uma qualidade reconfortante e protectora, na medida em que são animais fortes e poderosos, mas ao mesmo tempo são seres vulneráveis.
As ilustrações de David Lichtfield destacam-se pela envolvência dos cenários gigantescos da natureza, com árvores portentosas que dão a sensação de estarem em movimento (devido à técnica do traço a lápis de várias linhas finíssimas na horizontal, nos troncos e folhagens). Este ilustrador tem de facto, uma personalidade artística bem caraterística; o seu cuidado pelo pormenor é bem visível ao longo das 40 páginas que constituem esta obra.
O Urso e o Piano é, portanto, um livro com um texto recheado de mensagens importantes para os mais pequenos; depois, a parte visual é cativante, o que perfaz a junção perfeita que qualquer autor pretende quando trabalha numa obra que tem o infantil o público-alvo.

Já no próximo dia 13, a Booksmile publica o segundo livro infanto-juvenil de David Lichtfield: O Gigante Secreto do Avô.

Um livro útil para quem dedica-se à escrita


No próximo dia 15, a Editora Clube do Autor publica Cartas a um Jovem Escritor, de Colum McCann, autor de bestsellers publicados em trinta línguas e vencedor de vários prémios literários internacionais.

Texto de apresentação
Escrever bem não depende apenas do talento, o esforço também conta e o treino é fundamental. Cartas a um Jovem Escritor é um livro pequeno em tamanho, mas enorme na quantidade de sugestões e conselhos para quem pretende escrever melhor ou até tornar-se escritor.
Colum McCann considera que nisto de escrever não existem regras; ou, então, se existem, servem apenas para serem quebradas. Conforme-se com estas contradições. Deve estar preparado para segurar duas ou mais ideias opostas na palma das mãos em simultâneo.

Para quem simplesmente não consegue começar a escrever, o conselho do escritor é o seguinte: não permita que o terror da página em branco envolva a sua mente em celofane. A desculpa de que sofre de bloqueio de escritor é demasiado fácil. (…) Deixe estar o rabo na cadeira. O rabo na cadeira. O rabo na cadeira. Continue a olhar para a página em branco.

Para quem teme a construção dos diálogos, não há que ter receios. Para o autor, colaborador do The New Yorker, The New York Times Magazine, The Atlantic Monthly e The Paris Review, o diálogo escrito não tem obrigatoriamente de seguir regras gramaticais. Desarrume as frases como lhe der na gana. Tem liberdade para deambular. Liberdade para explorar

A boa escrita combina arte e verosimilhança. Isto aplica-se à ficção, à não ficção, à dramaturgia e à poesia, até mesmo ao jornalismo. É um exercício de equilíbrio constante entre a verdade e a invenção. A verdade tem de ser moldada. E é preciso muito trabalho para se lá chegar.

Do autor encontram-se publicados em Portugal os seguintes títulos: Transatlântico (Ed. Civilização, 2013), Deste Lado da Luz (Ed. Civilização, 2011), Deixa o Grande Mundo Girar (Ed. Civilização, 2010) e O Bailarino (Ed. Bizâncio, 2003).

quinta-feira, 9 de novembro de 2017

Novo livro de Mia Couto: «O Bebedor de Horizontes»

Depois de Mulheres de Cinza e A Espada e a Azagaia, a trilogia moçambicana 'As Areias do Imperador', do escritor Mia Couto, se concretiza, com a publicação de O Bebedor de Horizontes. O livro tem a chancela da Editorial Caminho.

Sinopse
Neste último volume da trilogia, os prisioneiros embar­cam no cais de Zimakaze e a lancha parte em direção ao posto de Languene. Ali farão uma breve paragem para depois rumarem para o estuário do Limpopo e ali darem início à viagem marítima que conduzirá os africanos para um distante e eterno exílio.

Excerto
«A mais grave herança da guerra não são as feridas nem os escombros. A pior herança são os vencedores. Acreditam os vencedores que a vitória os fez donos da terra e acham-se no direito de ser os seus vitalícios governantes.».

«Tudo de Bom para o meu Intestino», de Lene Knudsen

Editora: Jacarandá
Data de publicação: 07/09/2017
N.º de páginas: 288
O intestino é o órgão que mais sofre com as nossas más escolhas alimentares. Do bom funcionamento deste órgão considerado como o segundo cérebro, depende grande parte da nossa saúde: das articulações à pele, até ao peso certo. Portanto, é essencial ficarmos informados sobre quais os melhores alimentos que podemos adicionar à nossa dieta, para que o intestino sinta-se em homeostase.
Tudo de Bom para o meu Intestino, da dinamarquesa Lene Knudsen, é um livro indicado para o leitor que quer fazer as pazes com o mais subestimado órgão do corpo humano.
Na primeira parte do livro, a autora explica-nos, tendo como suporte esquemas ilustrativos, como funcionam os intestinos, desde que damos uma dentada num alimento até ao momento em que o ciclo de absorção se completa: boca, esófago, estômago, intestino delgado e intestino grosso.
Ao longo das primeiras páginas vamos encontrar várias listas, truques e conselhos alimentares que permitirão reforçar o equilíbrio gastrointestinal, melhorando a saúde e o bem-estar. Por exemplo, ficamos a saber que: a papaia, a banana e o limão são alimentos ricos em enzimas («proteínas que ajudam as nossas reações químicas, uma espécie de catalisadores biológicos»); que o alho e a beterraba são alimentos com acção prebiótica; e que a hortelã, o manjericão e os coentros são ervas digestivas que adicionadas aos pratos, potenciarão o bom funcionamento intestinal.
«O nosso sistema digestivo absorve corretamente os nutrientes que ingerimos?», esta é a questão-premissa essencial deste livro, que fará o leitor fazer uma autoanálise ao que come.
Entre snacks, refeições completas, sumos e tisanas, na segunda parte deste livro (constituída por cerca de 200 páginas), a autora partilha cerca de 100 receitas, fotograficamente deliciosas (Lene é food stylist), inteiramente benéficas para a saúde e para o bom funcionamento dos intestinos. São exemplos: infusões aromáticas digestivas (imagem 1); piza de tomate, cebola e manjericão (imagem 2); e arroz com caril de curgetes com coco (imagem 3).
Tudo de Bom para o meu Intestino é um livro prático e informativo, escrito de forma simples e objectiva, que deve estar sempre à mão, seja na nossa biblioteca ou na nossa cozinha.
De Lene Knudsen, outros dois livros encontram-se já publicados em Portugal: Bolos na Caneca (2014) e Bolos Salgados na Caneca (2015), ambos com o selo da Presença, editora que lançou recentemente O Intestino Também Sente.


Excertos
«A ingestão de fibras (…) sem um consumo suficiente de água pode ter um efeito inverso ao desejado (…). Como tal, é necessário beber muita água ao longo do dia, principalmente entre as refeições.» (p. 42)

«A sensação de fome é algo simples, não é? O nosso organismo alerta-nos de que precisa de nutrientes para fornecer a energia necessária aos esforços solicitados. O único “senão” desta teoria é que os nossos sentidos podem enganar-nos e damos connosco a comer sem termos fome.» (p. 57)

quarta-feira, 8 de novembro de 2017

O livro que celebra a amizade entre José Saramago e Jorge Amado

A Editora Companhia das Letras, uma das chancelas do Penguin Random House Grupo Editorial, publica a 15 deste mês Com o Mar por Meio - Uma amizade em cartas, um livro que celebra a amizade entre os escritores Jorge Amado e José Saramago.

Texto sinóptico
A amizade entre Jorge Amado e José Saramago teve início quando os dois já iam maduros nos anos e na carreira literária. o vínculo tardio, porém, não impediu que os escritores criassem um forte laço.
Reunida neste livro, a correspondência inédita entre os dois mestres da língua portuguesa vem finalmente a público.
Ilustrado com fac-símiles e fotos raras, com o mar por meio é um documento que ilustra uma bela amizade - esse manjar supremo da vida - e aproxima o leitor do universo particular de dois dos maiores nomes da literatura de língua portuguesa.

terça-feira, 7 de novembro de 2017

Novidades Sistema Solar | Documenta

Preceptores
Grabielle de Bergerac seguido de O Discípulo
de Henry James
Texto sinóptico
Em tempos que não exigiam aos mundos do trabalho e do êxito social um certificado comprovador de estudos académicos, de bom-tom era mostrar que se dispensavam as más convivências do ensino público, fazendo tudo passar-se em ambientes domésticos e com mestres privativos. Nasceu assim o preceptor.

O preceptor dos antigos gregos e latinos era em geral um escravo liberto com conhecimentos suficientes para aproximar os jovens das suas letras e da sua erudição. A Idade Média, cheia de homens religiosos, preferiu neste papel os capelães. Mas a Idade de Ouro do preceptor foi a época do Renascimento. Havia, quanto a artes e a ciências, uma vontade colectiva de chegar mais alto, dando a estes mestres de casa rica um imprescindível papel. Começam depois as opiniões a dividir-se. Rousseau, que se estendeu sobre este tema no seu Émile ou de l’éducation de 1762, preconizou que era preferível o mestre «de cabeça bem formada ao de cabeça bem cheia» e, a exigirem-se ambas as coisas, houvesse mais sobre costumes e entendimento do que ciência. Mas seria preferível tudo isto sem um preceptor.
[…]
«Gabrielle de Bergerac» conta uma história escrita por um Henry James com vinte e seis anos de idade; ou seja, da época em que ele se resolvia, perturbado por algumas hesitações, a dar à escrita um papel que a faria surgir como sua ocupação central. […] Não obstante este lugar muito do início da sua carreira literária, «Gabrielle de Bergerac» surge com uma característica que viria a tornar-se persistente ao longo de toda a sua obra, ou seja, a narrativa contada a partir de um ponto de vista associado a uma das suas personagens.
[…]
Esta história dos começos do autor Henry James também nos mostra a sua preferida criança complexa (muitas vezes mais complexa do que os adultos da sua convivência) a primeira entre as que ele viria a criar em The Turn of the Screw, What Maisie knew ou no conto «O Discípulo» que integra este volume; crianças abandonadas pela indiferença paterna e que a outros distribuem o papel de personagens centrais da sua vida – aquelas que muitos estudiosos da obra de James reconhecem como uma inequívoca referência autobiográfica. […]
[Aníbal Fernandes]

Outros títulos de Henry James já publicados pela Sistema Solar: O Mentiroso, O Aperto do Parafuso e Os Manuscritos de Aspern.


O Cântico dos Cânticos
de Ernest Renan
Texto sinóptico
O mais antigo grito da literatura que em voz feminina reivindica a liberdade sexual da mulher.

A meio do Velho Testamento, entre a sabedoria perplexa do «Eclesiastes» e a boa nova aos pobres derramada no «Livro de Isaías», a autoridade de um versículo faz deste Salomão erótico o poeta da grande surpresa profana – pese embora esta evidência às retóricas da interpretação aconselhada; do «Cântico dos Cânticos», chamado assim porque talvez melhor momento entre os hinos ao amor físico saídos da velha literatura hebraica, e que é o incómodo, o indisfarçável embaraço cristão nas águas da espiritualidade bíblica; colecção de metáforas sobre a gramática dos sentidos e com potencialidades de interpretação que chegam a uma inesperada licença. Na verdade, até onde pode levar a redução a realismo das palavras de uma apaixonada que acha o fruto do seu amado «doce ao paladar», o incita a «penetrar no seu jardim e comer dos seus belos frutos», a «beber o mosto das suas romãs», ou vê os dedos da sua própria mão molhados pela «mirra líquida que banha o ferrolho»?
[…]
A relação de Ernest Renan com o «Cântico» não prolonga a veia destas intenções poéticas. Para as palavras bíblicas do «Cântico» Renan quer um palco; quer actores; quer um libelo contra a escravatura dos haréns e recuperar o mais antigo grito da literatura que em voz feminina reivindica a liberdade sexual da mulher.
[Aníbal Fernandes]
Novidades da Editora Documenta:
Um Rio à Beira do Rio, de Mário Cesariny
Ensaio Sobre os Mestres, de Pedro Eiras
A Ética e os Limites da Filosofia, de Bernard Williams

www.sistemasolar.pt
Para ler excertos dos livros, basta clicar em https://issuu.com/sistemasolar

segunda-feira, 6 de novembro de 2017

«Frida», de Sébastien Perez e Benjamin Lacombe

Editora: Kalandraka
Data de publicação: 29/09/2017
N.º de páginas: 76
A Kalandraka publicou recentemente um álbum ilustrado que espelha o percurso artístico e pessoal de uma das grandes figuras da cultura latino-americana do século XX: Frida Kahlo (1907-1954).
Numa edição cuidadosa e requintada com formato amplo de 285 x 320 mm, Frida é um livro para desfrutar através de todos os sentidos. A começar pela imagem penetrante estampada no frontispício da obra, que nos capta a atenção por completo; depois, quando passamos as mãos pela capa e contracapa, sentimos o forro acetinado de que elas são vestidas, e sentimos ânsia para começar a descobrir o que ao longo das 76 páginas nos está guardado para nos regalar a vista, agitar os sentimentos e nos deleitar o olfacto, pois o cheiro a tinta estampada nas páginas é inebriante.
Distribuído por nove temas centrais (o acidente, a medicina, a terra, a fauna, o amor, a morte, a maternidade, a coluna partida e a posteridade), enquanto vamos folheando as páginas, algumas com recortes e sobreposições, perfazendo subtis jogos tridimensionais e plenos de simbólica, vamos acompanhando as principais efemérides da vida da pintora nascida em Coyoacán, México.
Este percurso da vida de Frida é-nos revelado através de uma excelente combinação do texto de Sébastien Perez (n. 1975) e ilustrações de Benjamin Lacombe (n. 1982). O primeiro, auxiliado por citações dos cadernos de Frida, e mantendo o seu tom, transmite as emoções mais profundas que assolaram o seu espírito e corpo ao longo da sua existência. O segundo, ao reinterpretar algumas das telas mais significativas da pintora, através de cores avermelhadas (amor, sofrimento, morte), azuladas (vida, casa), esverdeadas (fauna) e acastanhadas (terra), nos transporta para as profundezas da alma e personalidade da grande artista, que cativou o mundo inteiro não apenas pela sua pintura mas também pelas suas escolhas e convições pessoais, políticas e amorosas.
Ao fechar o álbum, não sem antes lermos uma pequena memória descritiva sobre a génese e gestação de Frida, da autoria de Benjamin Lacombe, ficaremos com a sensação de que Frida sempre fora uma mulher ferida — em muito tenra idade conheceu a dor e o sofrimento físico que a acompanhariam ao longo da sua existência.
Esta biografia visualmente portentosa e magistral é estimulante em vários aspectos. É um livro que visa deixar claro que Frida Kahlo e a sua obra são um exemplo de transcendência e de intemporalidade, pois a arte tem também a funcionalidade de libertação de sentimentos ou emoções negativas/reprimidas, que conduz a uma sensação de alívio ou pacificação (catarse).

Sébastien Perez é autor de 20 livros; a colaboração entre ele e Benjamin Lacombe já resultou em 10 livros. Além de Frida (2016), ambos já publicaram os seguintes álbuns: Destins de Chiens (2016); Facéties de Chats (2015); Les Super-Héros détestent les artichauts (2014); L'Herbier des Fées (2011); La Petite Sorcière (2009); Grimoire de Sorcières (2009); Généalogie d'une Sorcière (2008); La Funeste Nuit d'Ernest (2007); Destins de Chiens (2007).

«Milarepa», de Eric-Emmanuel Schmitt

Editora: Marcador
Data de publicação: 21/09/2017
N.º de páginas: 72
Um novo título do escritor Eric-Emmanuel Schmitt (n. 1960) já está disponível. Milarepa foi originalmente publicado em 1997 e chega agora aos leitores portugueses pela Marcador, editora que já tem no seu catálogo outras três obras deste que é um dos autores franceses mais lidos. A tradução deste título é assinada por Possidónio Cachopa.
«Tudo começou por um sonho.» Assim inicia-se esta narrativa curta que tem como protagonistas Svastika e Simão, que partilham a mesma alma, mas estão distanciados por vários séculos. O primeiro é pastor e viveu no Tibete no início no século XI; o segundo vive em Paris, na era actual. No sonho que incrusta recorrentemente as noites de Simão, e que agora narra ao leitor, ele revê-se na veste de Svastika, o tio irascível de Milarepa (1040-1123), um iogue, poeta e um dos santos budistas mais venerados pelos tibetanos (esta personagem não é ficcional).
Na história, o pai de Milarepa, então com seis anos, morre, e a criança e a sua fortuna são deixadas sob a tutela do tio. Mas Svastika «decidira que nunca mais o pequeno Milarepa voltaria a sorrir (…) Eu odiava-o.» Assim, até o pequeno rapaz atingir a maioridade, o ódio e desprezo reina na casa deles. Até que Milarepa, ao fazer-se homem, sai de casa e aprende feitiçaria e, por vingança, usa-a contra os seus inimigos, principalmente contra o seu tio.
No entanto, impulsionado pelos remorsos e purificado pelas provas impostas pelo Grande Marpa, o grande mestre budista tibetano a quem pediu para ser discípulo, Milarepa, ao seguir uma vida de eremita, casta, frugal, consegue atingir o nirvana graças aos ensinamentos recebidos pelo mestre. Na sua jornada de meditação e amadurecimento, que dura décadas, ele aprende que «o mal é mais fácil de fazer do que o bem, o mal é rápido, sem esforço, mas é uma cola que não se solta tão depressa.»
Será que Milarepa consegue perdoar o tio, pela raiva que lhe rogara, inadvertidamente e infundadamente, ao longo da vida?
Em Milarepa, obra já traduzida para mais de vinte idiomas, o autor se debruça sobre duas antíteses: o bem e o mal; e ao longo de pouco mais de 70 páginas, passa a mensagem de que a maldade gratuita quase sempre tem a ver com a inveja. Podemos também absorver desta história - que deixa muitas respostas em aberto - que o Karma (princípio de causalidade que afirma que qualquer acção boa ou má gera uma reacção ou consequência, na vida presente ou numa encarnação futura) age e se manifesta mesmo em nossas vidas.
«Aqueles que estão cheios de desejos e de rancores vulgares não podem fazer nada pelos outros. E não fazem nada de útil por si mesmos. É como se um homem arrastado pela corrente tentasse salvar os outros.» Este é um dos ensinamentos principais desta história curta mas intensa, contada através de monólogo, que fala sobre transmigração de almas.


Citações
«Descobria que não estava só quando estava sozinho.» (p. 44)
«Nada é permanente, nada é real.» (p. 45)
«Nada é permanente neste mundo; tudo é atingido pelo efémero.» (p. 62)

domingo, 5 de novembro de 2017

Nova adapatação cinematográfica de «Um Crime no Expresso do Oriente», de Agatha Christie


Um Crime no Expresso do Oriente (Murder on the Orient Express) é um dos romances policiais mais conhecidos e lidos de Agatha Christie. A obra, um dos títulos mais emblemáticos daquela que é considerada a Rainha do Crime, foi publicada pela primeira vez no Reino Unido em 1934. Desde então têm sido várias as adaptações cinematográficas para TV e cinema. A mais recente, estreia nas salas portuguesas a 9 de Novembro e tem um elenco de luxo: Penelope Cruz, Johnny Depp e Michelle Pfeiffer são algumas das estrelas que participam no filme realizado por Kenneth Branagh, que interpreta também na tela o famoso detective Poirot.

Eis a sinopse do livro, que agora as Edições Asa relançam com uma capa alusiva ao filme:
Pouco depois das doze batidas da meia-noite, um nevão obriga o Expresso do Oriente a parar. Para aquela época do ano, o luxuoso comboio está surpreendentemente cheio de passageiros. A manhã seguinte vai começar da pior maneira. Embora o nevão tivesse isolado o comboio, impedindo quaisquer movimentações, um dos passageiros foi assassinado durante a noite.
Poirot aceita o caso, aparentemente fácil, que acaba por se revelar um dos mais espantosos de toda a sua carreira. É que existem inúmeras pistas e outros tantos suspeitos, sendo que todos eles estão circunscritos ao universo dos passageiros da carruagem. Para mais, o morto é reconhecido como sendo o autor de um dos crimes mais hediondos do século. Com a tensão a aumentar perigosamente, Poirot acaba por esclarecer o caso… de uma maneira a todos os títulos surpreendente!
 
 

sábado, 4 de novembro de 2017

Toda a poesia de Mário Cesariny finalmente reunida

Organizada e posfaciada pelo professor, investigador, crítico e tradutor castelhano Perfecto Cuadrado, em 776 páginas, Poesia, de Mário Cesariny, chega às livrarias a 9 deste mês numa edição Assírio e Alvim.

Em Todas as Ruas te Encontro

Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco
conheço tão bem o teu corpo
sonhei tanto a tua figura
que é de olhos fechados que eu ando
a limitar a tua altura
e bebo a água e sorvo o ar
que te atravessou a cintura
tanto    tão perto    tão real
que o meu corpo se transfigura
e toca o seu próprio elemento
num corpo que já não é seu
num rio que desapareceu
onde um braço teu me procura

Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco

Marine Antunes tem novo livro: «Cancro com Humor 2»

Cancro com Humor 2 – É possível ser feliz no caos é o título do novo livro de Marine Antunes. Esta obra de autor, prefaciada pelo jornalista Júlio Magalhães, vem na senda de Cancro com Humor, publicado em 2013 pela Editora Livros de Ontem.

«Cancro com Humor 2 é o meu grito mais forte, mais autêntico, que ecoa com a coragem de ter a certeza absoluta que posso ser feliz em qualquer situação. É a certeza de que consigo falar, escrever e, sobretudo, viver a morte, com simplicidade e sem complexo. Enquanto me fizer sentido, enquanto for esta a minha caminhada, enquanto existir uma pessoa com cancro que me diga que melhorei o seu dia, hei de andar a encontrar pontos positivos neste mundo do cancro e de outros cancros, que não são patológicos, mas que agem como tal e que andam por aí.
Esta é a continuação da missão a que me propus. É um livro de crónicas para os cuidadores, para os que têm cancro, para os que tiveram cancro … e para os que pensam ter cancro. Não me julgues - há malucos para tudo.»
Marine Antunes

«Este é um livro vulnerável, verdadeiro, escrito sem tabus e na primeira pessoa, onde o humor surge naturalmente sem capas nem esforço porque "é possível ser feliz no caos!".»
Marine Antunes

O livro não está à venda nas livrarias. Para comprá-lo e recebê-lo autografado, basta enviar um email para cancrocomhumor@gmail.com com o título “Livro Cancro com Humor 2”.

sexta-feira, 3 de novembro de 2017

Passatempo: «Universo», de Deepak Chopra e Menas Kafatos

Com o apoio da Self Editora, este blogue tem para oferecer um exemplar de Universo, o novo livro de Deepak Chopra, que chegou no início de Novembro às livrarias.
Como começou a vida? O que existia antes do Big Bang? De onde veio o tempo? Estará o mundo quântico ligado à vida quotidiana? Estas são algumas das questões que o reputado autor indiano, com a ajuda do professor de Física Computacional Menas Kafatos, irá dar resposta.
Sabe como podes participar, clicando aqui.

Promoção: Apenas para os seguidores do Silêncios que Falam, a Self Editora atribui um desconto adicional de 10% a quem adquirir, no site www.espacoself.com, um qualquer dos títulos seguintes de Deepak Chopra: Supercérebro; Cura Quântica; Peso Perfeito; Supergenes e Universo. Ou seja, terão 20% de desconto nestes títulos, pois qualquer livro se comprado pelo site da editora, já tem 10% do PVP a menos. O código a inserir ao finalizar a compra, para usufruires mais 10% de desconto, até dia 11 deste mês, é silencioschopra.