domingo, 27 de novembro de 2011

O existencialismo e a sabedoria das nações - Simone de Beauvoir

Editora: Esfera do Caos
Nº Paginas: 104
Ano publicação: 2008
Os textos deste ensaio filosófico foram publicados originalmente na revista Les Temps Modernes, que foi fundada por Simone de Beauvoir e Sartre em 1945. A autora de O Segundo Sexo, 1949, – que vendeu milhões de exemplares, foi professora de filosofia, exímia filósofa e militante política. Uma mulher emancipada que quebrou vários tabus, provocando constrangimentos morais tradicionais, numa era em que a sociedade pouca desperta estava para os pensamentos feministas.
Figura fulcral da doutrina ético-filosófica do existencialismo - que foi inspirado em obras de Fiódor Dostoiévski e de Friedrich Nietzsche, Beauvoir defendia a ideia de que cada um era responsável por si próprio, pelas suas acções e consequências.
Os textos que compõem este livro estão separados em quatro capítulos: O Existencialismo e a sabedoria das nações, Idealismo moral e realismo político, Literatura e metafísica e Olho por olho. Deles sublinho as seguintes citações:

«Cada um gosta de contar as suas próprias histórias, mas escutar as dos outros é maçador.» Pag.27
«Demasiada bondade torna-se fraqueza, imbecilidade; um homem demasiado bom dá um mau exemplo.» Pag.27
«Nada é mais decepcionante do que obter-se o que se deseja.» Pag.28; «Entra-se, grita-se e é a vida; grita-se, sai-se e é a morte.» Pag.29
«Lia muito, quando tinha dezoito anos; lia como não se lê senão nessa idade, com ingenuidade e com paixão. Abrir um romance era verdadeiramente entrar num mundo, num mundo concreto, temporal, povoado de figuras e de acontecimentos singulares….Lembro-me do espanto vertiginoso que tomava conta de mim no momento em que voltava a fechar o livro.» Pag.64;
«Uma obra significa sempre qualquer coisa, mesmo aquela que procure o mais deliberadamente possível recusar qualquer sentido, manifesta ainda recusa.» Pag.66

Estes pensamentos e divagações da ensaísta e romancista, remete-nos a pensar que cabe ao ser humano, a somente ele, afirmar a sua visão em foco dos seus objectivos. 
Esta filosofia convence-o a recusar a unanimidade e traçar ele próprio o seu caminho, mas não abnegando o convívio social nem tornando-se um indivíduo solitário e egoísta. 
Simone de Beauvoir sublinha que o existencialismo não despreza o amor, a amizade e a fraternidade.
Livro recomendado ao leitor que tenha gosto por divagar em outras paragens e que aprecie filosofia.

1 comentário:

ematejoca disse...

Um dos livros da minha vida!!!