Novas & Velhas Tendências
no cinema português contemporâneo
Que ideia do cinema têm os realizadores e produtores portugueses? O que pensam dos seus públicos nacionais e estrangeiros? Quais lhes parecem ser as suas maiores insuficiências e fraquezas? Como se definem face ao art cinema e ao world cinema contemporâneos? O que os distingue da indústria cinematográfica dominante e do main stream? Que tipo de identidade pensam ter adquirido desde os tempos do cinema novo? Como vêem o seu próprio futuro e o do cinema? Quem os influencia, e quem são os seus aliados e adversários nacionais e internacionais? O que os aproxima e o que os separa? Como se adaptaram ao fim tendencial da película e à era da convergência digital? Que pensam do actual ensino do cinema? Este livro, resultante de um projecto de investigação apoiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia e desenvolvido na Escola Superior de Teatro e Cinema, no âmbito do Centro de Investigação em Artes e Comunicação, com a colaboração de investigadores da Universidade do Algarve, esboça, nos seus textos introdutórios, nas entrevistas nele antologiadas e nas suas conclusões, respostas a estas e outras questões. É ao mesmo tempo um inquérito à cultura organizacional do meio cinematográfico português e um retrato inter-geracional dos agentes criativos que contribuem para a definição dos perfis marcadamente sui generis da cinematografia portuguesa nestes primeiros anos do século XXI.
Do Livro e da Cultura
de Gil Jouanard
O papel do livro e da cultura na sociedade actual e numa altura em que se aventa ou teme a extinção de ambos. Com enorme elegância de expressão, o autor, personalidade destacada na defesa do livro em França, demonstra a importância de uma cultura literária não elitista, que não confunde com «populismo cultural»: «[...] não há portanto ‘cultura popular’ nem ‘cultura elitista’: há obras que exaltam, elevam, transcendem, embelezam, engrandecem, acrescentam, e outras que diminuem, rebaixam, aviltam, condenam à estagnação. O cúmulo do mal-entendido, ou da cobardia ambiente, é que um grande número de ‘meios de comunicação’ e de divulgação escolheu com cinismo (pois os seus promotores não são imbecis a tal ponto; são simplesmente criminosos) promover a todo o custo o ‘populismo cultural’ [...]. O livro, quando se mantém no espaço específico da sua vocação intrínseca, ainda é este objecto de sentidos e de pressentimentos que veicula o melhor que a humanidade tem a propor a si mesma. É ele que ainda persiste, hoje, em justificar que o Homo sapiens sapiens continue a poder avaliar-se um pouco acima, em consciência e em aspirações, dos seus vizinhos de patamar à escala terrestre.»
Breviário de um Repúblico - Entre o estadão e
as teias neofeudais do micro-autoritarismo
de José Adelino Maltez
Um «diário» composto por reflexões de um autor e professor universitário que sempre recusou conformismos e cobardias, não temendo apontar o dedo e chamar as coisas pelos nomes. Ao estilo de As Farpas, de Ramalho Ortigão e Eça de Queirós, são apontados, nomeados e contextualizados os «podres» da nação, não se poupando nenhuma classe nem nenhum interesse instituído. Nas palavras de Alexandre Herculano, em citação escolhida pelo autor: «Há uma cousa em que supponho que ate os meus mais entranhaveis inimigos me fazem justiça; e é que não costumo calar nem attenuar as proprias opiniões onde e quando, por dever moral ou juridico, tenho de manifestá-las...» Um livro que é o retrato que o Autor faz da época que vivemos.
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