sexta-feira, 22 de março de 2013

Um poema de Jaime Rocha

 















 



[…]

13.

De novo o corpo dela sobressai
no meio das rochas e, mais tarde,
ao fundo da praia, o seu vulto
assemelha-se a uma árvore nua.

Sou eu que caminho para ti,
diz a mulher.

E a sua sombra parece agora uma
outra figura, um pedaço de barro
caído ao chão, nessa fotografia
comida pelo tempo__________

um tempo colado à árvore onde
o cão se enrosca como se ali estivesse
estado sempre um barco à espera
das ondas pequenas.

[…]

in Mulher Inclinada Com Cântaro, de Jaime Rocha, volta d' mar, 2012 
post scriptum: Uma recensão a Mulher Inclinada Com Cântaro pode ser lida aqui.

1 comentário:

Menina Marota disse...

"...
um tempo colado à árvore onde
o cão se enrosca como se ali estivesse
estado sempre um barco à espera
das ondas pequenas.
..."

Deu-me um arrepio...