quarta-feira, 22 de novembro de 2023

Devir lança nova novela gráfica japonesa, de Taiyo Matsumoto

Após a publicação de Sunny, a editora Devir apresenta aos leitores fãs de Taiyo Matsumoto e da graphic novel japonesa, o tão aguardado Sunny 2.
A jornada das crianças da casa de Acolhimento Hoshinoko continua num volume ainda mais emocionante, sobre amizade, família, superação e as complexidades da infância.
Para quem ainda não conhece, a história passa-se num orfanato, onde um grupo de crianças encontra refúgio e esperança num "Sunny 1200" abandonado. Cada um com as suas inseguranças e traumas, vivem um dia de cada vez apoiando-se uns nos outros.
À venda a partir de 28 de Novembro.


Texto de apresentação
Originalmente publicada na IKKI magazine entre 2010 e 2015, Sunny desenvolve-se em torno da vida dos residentes da casa de acolhimento Hoshinoko.
Ao longo da história, com um total de 3 livros, o autor apresenta os vários personagens que vivem nesta casa, um mundo habitado essencialmente por crianças, as suas rotinas, amizades e conflitos.
Nos momentos mais difíceis, quando as crianças se sentem impotentes perante o facto de terem sido abandonadas pelas famílias, o seu refúgio é um Sunny 1200, um domínio apenas seu, onde os adultos não podem entrar e onde é possível fugir da dura realidade, sonhar e viajar para mundos imaginários.
No volume 2 de Sunny continuam as aventuras dos personagens que já conhecemos: Haruo, a quem chamam “White” por causa do seu cabelo precocemente branco; Kenji, que tem uma relação controversa com o pai bêbedo; Megumu, que tem medo de morrer abandonada; Kiiko, que gosta de Haruo; Junsuke e Sei, entre outros.
As estações sucedem-se e mais um pouco da vida de cada um dos residentes da casa Hoshinoko vai sendo desvendada, numa narrativa suportada por páginas densas, outras arejadas e poéticas ou com um desenho mais pormenorizado.
A arte de Matsumoto é única e a forma como a linha da ilustração se combina com a cor, é ao mesmo tempo delicada e rude, direta, depurada. As ilustrações são realistas, com ambientes urbanos, casas e salas desenhadas ao pormenor mas também quase abstratas – apontamentos de cor, manchas pretas, claros e escuros que definem as figuras ou os locais onde decorre a ação. As suas páginas têm uma serenidade muito especial, convidando o leitor a deter-se nos pormenores, a “saborear” com calma a história, a emocionar-se com os imprevistos da vida dos seus protagonistas.

O autor
Taiyo Matsumoto nasceu em Tóquio em 1967, apaixonou-se pela banda-desenhada europeia e aos 20 anos publicou o seu primeiro mangá. A sua obra reflete muitos dos seus interesses e vivências, transitando entre temáticas de desporto, comédia familiar, relato social ou o épico de ficção científica. O seu estilo artístico, diferencia-se pela combinação singular de realismo, sonho e fantasia.
O autor viveu numa casa de acolhimento quando era jovem, mas desmente que Sunny seja um livro autobiográfico. Podemos relacionar a arte e forma de contar histórias do Matsumoto com outros géneros artísticos, como por exemplo o cinema, ou outros autores japoneses, como Jiro Taniguchi.
Embora o autor reconheça ter sido bastante influenciado pela banda desenhada europeia, é indiscutível que o ponto de vista reflexivo, tranquilo, tem pontos comuns com as obras de Jiro Taniguchi. Matsumoto regista os acontecimentos, por vezes com alguma tristeza ou melancolia, outras com toda a ingenuidade de que apesar de tudo os seus personagens são capazes, “sem tomar partido”, quase um espetador das suas próprias páginas.
Sunny 2 faz parte de um grupo de graphic novel que a Devir considera essencial, para quem gosta de banda desenhada japonesa, mas também para todos os leitores que apreciam graphic novel europeia. A sua qualidade gráfica, narrativa e importância cultural é inquestionável não apenas no Japão.


Sunny 2 pertence à colecção de 'Graphic Novel' editada pela Devir, onde fazem parte os seguintes títulos:
Como Antes, de Alfred
Tomie, de Junji Ito
Coleção de Contos - Best of Best, de Junji Ito
Monster (Vol. 1), de Naoki Urasawa
Blankets/ Habibi, de Craig Thompson
Anne Frank, de Ernie Colon e Sid Jacobson

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