Com o selo das Edições Húmus, chegou aos escaparates livreiros no dia 8 deste mês o livro Transição. Nesta nova peça de teatro em livro, da autoria de Ricardo Belo de Morais, o escritor e investigador literário regressa ao universo de Fernando Pessoa, através de um diálogo impossível entre Vicente Guedes e Bernardo Soares, os dois autores criados por Pessoa para o Livro do Desassossego.
Seis anos depois da peça de teatro, surge em papel a dramaturgia. A versão original de Transição (agora revista e actualizada) foi estreada em palco em 2018, no Parque dos Poetas, em Oeiras, com as interpretações de Adérito Lopes (Vicente Guedes) e Ruben Garcia (Bernardo Soares), e encenação de António Terra.
Esta peça de teatro retrata a transição entre a fase dois e três do Livro do Desassossego.
A apresentação de Transição, decorrida a 12 de Novembro, na Casa Fernando Pessoa, contou com a presença do investigador pessoano Nuno Ribeiro e a participação dos actores Adérito Lopes e Ruben Garcia.Ricardo Belo de Morais é membro da equipa da Casa Fernando Pessoa desde 2012. Edita, desde 2013, o projecto online de divulgação pessoana "O Meu Pessoa". Orienta, em Lisboa, visitas guiadas ligadas à temática pessoana e presta assessoria, nesta área, a projectos turísticos, empresariais e culturais. É autor dos livros Paixão ou a Batalha contra as Sombras (2007), O Quarto Alugado (2014) e Fernando Pessoa para todas as pessoas (2015).
Texto sinóptico
“Algures no espaço e no tempo”, Vicente Guedes está à mesa de um restaurante. Nela, encontrou Fernando Pessoa em 1913, altura em que começou a revelar-lhe o seu projecto para o Livro do Desassossego. Vicente Guedes escreveu textos para a obra até finais de 1919, sempre em estreito contacto com Fernando Pessoa, que seria o editor. Mas, por razões que lhe são desconhecidas, Guedes está sozinho e sem notícias de Pessoa há já dez anos. Espera o seu Godot que parece nunca mais regressar. E está certo nos seus anseios: quem acaba a aparecer-lhe é Bernardo Soares, que Fernando Pessoa chamou para continuar a obra. Caberá ao semi-heterónimo de Fernando Pessoa explicar a Vicente Guedes as razões do seu afastamento do Livro do Desassossego, num diálogo cheio de imprevistos, com fim imprevisível.
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