terça-feira, 22 de julho de 2025

Publicações de Julho das Edições Letras Lavadas

Sombras do Atlântico da Emigração Açoriana no Brasil
, de Luís Mendonça

Tal era a convicção com que os dois sujeitos [engajadores] apresentavam os seus argumentos, tal a visão otimista com que pintavam o Brasil, tal a segurança que transmitiam acerca da eficácia da operação, desde que salvaguardadas as devidas precauções, que aqueles jovens não hesitaram em aceitar desafio tão tentador. O Brasil surgia-lhes, assim, como a possibilidade de promoção social que, de outra forma, eles jamais conseguiriam. Com não colocar os seus destinos nas mãos daqueles dois indivíduos, que pareciam enviados pela Providência Divina, com a celestial missão de ressuscitar as esperanças daquela gente!


Don Juan – A Travessia Interior de Um Mito em Desassossego
,
de Sara José Calisto 

«Munida de um firme bisturi analítico, Sara Calisto revela-se bem-sucedida no levantamento de interrogações que, ora seminais, ora desarmantes, revelam um processo de pensamento in statu nascendi, o que tinge esta reflexão de um amoralismo salutar, no modo como lança essas mesmas perplexidades ao leitor deste labor ensaístico. […] Levando a cabo uma problematização plural em torno do mito de Don Juan, a obra em pauta, colocando particular relevo na análise literária do romance A Mulher que venceu Don Juan, de Teresa Martins Marques, consubstancia uma investigação competente, explorando as grandes questões científicas que o tópico suscita, bem como uma assinalável capacidade de construção teórica, a partir de autores como Kierkegaard, Pierre Brunel, Georges Bataille e Jean Rousset. A presente obra socorre-se, ainda, de uma metodologia científica de permanente diálogo com os principais debates ao nível sócio-cultural e literário-filosófico, evidenciando, com assertividade e acutilância, uma tese bem precisa e irmanando-se, com insofismável propriedade, à ideia perfilhada por Edgardo Dobry que, no seu opus magnum Historia Universal de Don Juan. Creación y Vigencia de un Mito Moderno (2017), se reporta a um mito sem sossego, aludindo não só à figura do insaciável burlador, mas à interminável exegese que sobre o mito se foi produzindo ao longo dos tempos.» - Ricardo Gil Soeiro 


Lembranças a Lápis
, de Roberto Pereira Rodrigues

Mal recebi o que logo no primeiro momento me pareceu ser um precioso testemunho, refugiei-me no quintal da casa onde nasci, por sorte situado a dois passos do mar, onde, numa brevíssima leitura em diagonal de algumas das suas densas páginas, pude perceber de imediato o que nelas se relatava de forma detalhada: a própria vida da sua autora, começando pelas memórias mais antigas e terminando, como pude mais tarde confirmas, já nos nossos dias, cerca de 70 anos depois dos primeiros episódios relatados nas primeiras páginas.

Outras obras das edições Letras Lavadas

As Ilhas Desconhecidas, de Raul Brandão; Flores do Nosso Jardim, de Raimundo Quintal; Notícias de Lugar Nenhum, de William Morris; Plantas Maravilhosas, de Teófilo Braga.

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