domingo, 10 de agosto de 2025

«Lady Bobs, o seu Irmão e Eu», uma narrativa de viagem aos Açores do início do século XX


Lady Bobs, o seu Irmão e Eu
, traduzido para o nosso idioma por 
Manuel Menezes de Sequeira, é uma uma narrativa de viagem romanceadaepistolar e quase autobiográfica, da autoria de Jean Chamblinque dedicou a vida ao teatro, à escrita e ao activismo. Esta obra editada pela Letras Lavadas, contém quinze fotografias que ilustram o texto. Este romance que tem os Açores como pano de fundo, foi publicado em 1905, quando a autora tinha 29 anos.

Em 1902, Jean Chamblin (1876 – 1950) visitou os Açores, tal como a sua personagem Kate. Partiu de Nova Iorque no vapor Dona Maria, passou pelo Faial, por São Jorge e por Angra do Heroísmo, e chegou a Ponta Delgada por volta de 8 de Maio de 1902. Aí permaneceu até final de Julho. Fez excursões às Sete Cidades e às Furnas, embrenhou-se na vida da Rua do Beco, participou nas Festas do Espírito Santo, que fotografou. 

Excertos
«Minha querida, encontrei-as! Estão aqui todas, as nove ilhas dos Açores. Pequenas ilhas cheias de orações e santuários e sinos vespertinos, enfiadas num fio de água, como as dezenas nas voltas de um Rosário do Mar.» 

«Na terceira fomos levados - o padre católico, um tal Diogo e eu -, por cortesia do seu proprietário, à mais encantadora casa de campo que alguma vez vi. E com que jardim! Flores, fetos e árvores suficientes para encher um herbário, pequenas grutas e passeios subterrâneos e namoradeiras por todo o lado.»

Elogios

«Lady Bobs
equilibra-se com leveza feminina, muito humor e virtuosa elegância no cruzamento entre a literatura de viagem e o romance epistolar. Escrito após uma digressão de Jean Chamblin pelo arquipélago açoriano, o livro oferece um interessante retrato da sociedade micaelense em inícios do século XX. Por entre descrições de paisagens rurais que se iluminam ou fantasmagorizam consoante os caprichos do clima, o olhar sensível da viajante americana capta as pessoas, lugares e costumes ilhéus, tecendo uma narrativa ancorada no casamento fértil entre a estranheza, o equívoco, a ironia e o fascínio. Um livro imprescindível, finalmente publicado nos Açores.» Paulo Ramalho

«Romance epistolar publicado em 1905, agora traduzido para português, Lady Bobs, o seu irmão e eu vem juntar-se à literatura dos Açores ou que tem o arquipélago como tema, e muito deve ao zelo do tradutor e editor Manuel Menezes de Sequeira, que o apresenta e a par e passo anota com máxima atenção aos contextos biográfico, literário e açórico, em favor de uma melhor compreensão e deleite dos leitores contemporâneos. Uma edição verdadeiramente exemplar, portanto, que cumpre saudar entusiasticamente.» Vasco Rosa

Críticas de imprensa internacionais
O livro recebeu críticas positivas, em 1905 do The New York Times e no ano seguinte dos seguintes meios de comunicação: Boston Evening Transcript, The Bookman, The Independent e Appleton's Booklovers Magazine.


Edição em inglês
Lady Bobs, Her Brother And I: A Romance of the Azores
 

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