Faz Merdas Épicas, de Ankur Warikoo
Ankur Warikoo é um empreendedor e criador de conteúdos cujos pensamentos profundos, astutos e brutalmente honestos sobre sucesso e fracasso, dinheiro e investimentos, autoconsciência e relações pessoais.
É também professor e mentor. Atualmente, passa o tempo a criar conteúdos, a ensinar online e a orientar fundadores principiantes.
No seu primeiro livro, Ankur apresenta as ideias-chave que estimularam o seu percurso — um que começou com o seu desejo de ser engenheiro espacial e que finalizou com ele a criar conteúdos que já foram vistos e lidos por milhões de pessoas.
Os seus pensamentos vão da importância de criar hábitos para um sucesso a longo prazo aos fundamentos da gestão de dinheiro, de abraçar e aceitar o fracasso à verdade sobre a empatia na aprendizagem.
Nudge - Dê a Si Mesmo Um Empurrão, de Ralph L. Keeney
A melhor forma de melhorar a qualidade da sua vida é através das decisões que toma. Este livro apresenta-lhe várias competências fundamentais na tomada de decisão, fornece numerosas aplicações e exemplos e, em última instância, impele-o a fazer escolhas mais inteligentes. Estes «empurrões» desenvolvem decisões mais desejáveis que pode enfrentar identificando os objetivos para as mesmas e criando alternativas melhores do que as consideradas inicialmente. Todos podemos melhorar as nossas tomadas de decisão e colher a maior qualidade de vida que daí resulta. Este livro mostra-lhe como fazê-lo.
Problemas Indomáveis, de Russ Roberts
Roberts explora as decisões que tomamos nas nossas vidas e como elas nos moldam como indivíduos. Ele discute tópicos como carreira, relacionamentos, finanças e ética, fornecendo conhecimento e conselhos sobre como fazer escolhas que nos ajudem a tornarmo-nos pessoas mais fortes e resilientes.
O autor argumenta que as decisões que tomamos ao longo da vida são cruciais para moldar quem somos e o que alcançamos. E enfatiza a importância de tomar decisões informadas e conscientes, e não apenas seguir a multidão ou agir por impulso. Ele destaca que a vida é cheia de problemas “indomáveis", desafios com plexos que requerem habilidades de pensamento crítico, resolução de problemas e tomada de decisões.
O livro é dividido em quatro partes, cada uma com várias secções nas quais o autor partilha histórias pessoais, exemplos da vida real e conhecimentos baseados na sua própria experiência e estudo.
Uma visão valiosa sobre como tomar decisões informadas e conscientes que ajudarão o leitor a alcançar os seus objetivos e a viver uma vida significativa e satisfatória.
Como Dominar a Sua Mente, de Napoleon Hill
Uma obra clássica e inovadora, de Napoleon Hill. Em Como Dominar a Sua Mente, o Dr. Hill mostra-lhe o modo de estabilizar a sua mente e alcançar o sucesso na vida. Como continuadamente repetia o autor, a acção é crítica para o sucesso.
Mas o leitor tem de pensar antes de agir ou as suas acções serão em vão. Esta obra intemporal acerca do pensamento e reflexão antes da acção e da decisão provar-lhe-á ser essencial na ajuda para alcançar os seus principais objectivos. E para isso, terá de aprender a dominar a sua própria mente.
Como Dominar a Sua Mente é um autêntico curso superior em como pensar focado no sucesso. Ao longo de três capítulos cativantes, Napoleon Hill demonstra como organizar, como estabelecer prioridades e como agir baseado em informação de modo a que tudo se traduza em oportunidades positivas.
Overthinking - A Cura Para o Pensamento Excessivo, de Nick Trenton
A preocupação é uma parte normal da vida, mas pode ser um problema quando fica excessiva. Overthinking: A cura para o Pensamento Excessivo, oferece uma série de ferramentas e estratégias para o ajudar a gerir a sua preocupação.
Nick Trenton, começa por definir a preocupação nos seus diferentes tipos e os efeitos negativos, tanto físicos como mentais. Ele também discute os diferentes fatores que podem contribuir para o Pensamento Excessivo, como a genética, a personalidade e as experiências de vida.
Na segunda metade do livro, Trenton fornece uma série de ferramentas e estratégias para o ajudar a gerir a sua preocupação. Essas ferramentas incluem técnicas de relaxamento, como a respiração profunda e a meditação. Aborda também a importância de estabelecer limites e de procurar ajuda profissional quando necessário.
Ao usar as ferramentas e estratégias que Nick Trenton fornece em Overthinking, pode aprender a gerir a sua preocupação e viver uma vida mais plena e feliz.
Escute, Expresse e Fale!, de António Sacavém, L. Kyrillos, M. Jung e T. Brieu
Se tem dificuldades em conectar-se com os outros para além da conversa fiada ou se fica sem palavras diante de certas pessoas e situações, saiba que esse desconforto é bastante comum e, mais importante ainda, solucionável. Melhorar as suas competências de comunicação é a chave para normalizar ideias e pensamentos, aproximar pessoas, diminuir diferenças e produzir diálogos saudáveis e relações sustentáveis.
Neste livro, António (autor de Aprenda a Dizer Não Sem Culpas; A Linguagem Corporal Revela o que as Palavras Escondem), Leny, Milton e Thomas reuniram um conjunto de recursos de comunicação para estabelecer trocas eficazes — seja nos diálogos internacionais ou nas conversas locais; seja no escritório da empresa ou à mesa do jantar.
Este livro vai ajudá-lo a criar vínculos emocionais com as outras pessoas, através da empatia, da escuta ativa, da vulnerabilidade positiva, etc. Ao estar mais consciente da sua linguagem corporal, da expressividade na sua voz e do processo de “escutatória”, vai influenciar as pessoas de forma bem-sucedida. Através deste livro, vai aprender a conhecer-se a si próprio e, também, a compreender o outro, de forma genuína, generosa e eficiente.
Este livro ensina-o a criar vínculos conjugando comunicação efetiva e afetiva, empatia e exigência, acolhimento com posicionamento, vulnerabilidade com coragem. Inspira-o a conhecer-se a si próprio e a compreender o outro, e a ser genuíno, generoso e eficiente. Ainda vai aprender através de exemplos e experiências diversas. O livro aborda tudo isto e muito mais, e pretende preparar o leitor para os desafios da expressão e da comunicação.
Outro livro a publicar em breve pela Escolar Editora: Domina as Redes Sociais, de Miguel Raposo.
terça-feira, 14 de novembro de 2023
As publicações mais recentes da Escolar Editora
sexta-feira, 10 de novembro de 2023
«Seios e Óvulos», de Mieko Kawakami
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Editora: Casa das Letras
Data de publicação: 22-08-2023N.º de páginas: 504 |
A ficção japonesa traduzida ganhou uma nova voz de relevo. A escritora Mieko Kawakami causou celeuma entre os conservadores e o establishment literário no Japão quando o seu segundo romance, Chichi to Ran, foi publicado em 2008. O livro, que explora a feminilidade, a repulsa corporal e a maternidade, acabou por ser galardoado com o mais prestigiado prémio literário do seu país. O livro foi completamente reescrito e aumentado (a versão inicial tinha 138 páginas) em 2019, supostamente, com o intuito de ser bem "acolhido" pelos editores internacionais. Assim foi: uma tradução para o inglês de Natsu Monogatari foi publicada em 2020, sob o título Breasts and Eggs. A partir dessa tradução inglesa, chegou até aos leitores portugueses Seios e Óvulos, um trabalho de tradução assinado por Renato Carreira.
Esta obra, desta autora literariamente “apadrinhada” por Haruki Murakami (a autora o entrevistou ao longo de dois anos, encontros que resultaram num livro publicado em 2017), já foi traduzida para cerca de três dezenas de idiomas, tendo-se tornado um sucesso de vendas internacional.
Esta história está dividida em duas partes. A primeira, passa-se em 2008 e inicia-se quando Natsuko Natsume, de 30 anos, que tem a pretensão em vir a ser escritora, recebe na sua casa, em Tóquio, a visita da irmã e sobrinha. Enquanto confraternizam e relembram as dificuldades por que passaram — foram criadas pela avó, após fugirem de um pai agressivo —: «Não tínhamos dinheiro. Não tínhamos nada. Mas tínhamo-nos umas às outras. Tínhamos as nossas palavras e todos os sentimentos que nunca sequer tínhamos pensado traduzir em palavras.»
Makiko trabalha muito num bar em Osaka, passa dificuldades financeiras, mas mesmo assim, a sua visita à irmã mais nova não foi mais do que um pretexto para ir a uma consulta para pôr implantes mamários — a sua obsessão é tornar os seus seios maiores.
Midoriko, a sobrinha da protagonista, é uma jovem a entrar na puberdade, que está a descobrir a sua identidade sexual, não consentindo as transformações inerentes ao processo de vir a se tornar uma mulher. Uma entrada do seu diário diz: «Depois de ter o período, o corpo consegue fertilizar espermatozoides. E isso significa que podemos engravidar. (…) Fico um bocado deprimida só a pensar nisso. Nunca o farei. Nunca terei filhos. Nunca.»
Enquanto está escrevendo o seu primeiro livro, Natsuko vai trabalhando em bares e livrarias, onde faz amizades. Pertencer a esse grupo de amigas, um dia deixou de fazer sentido à narradora (sentia-se posta de parte), pois elas abordavam essencialmente assuntos relacionados com os seus namoros, casamentos e filhos.
Na segunda e mais longa parte da história, oito anos depois, o leitor fica a saber que Natsuko tinha tido um único namorado, mas «o sexo com ele não era uma coisa que precisasse… não era uma coisa que quisesse», «nunca era agradável, confortante ou satisfatório», «sempre que ficávamos nus e o deixava começar, o mundo escurecia.»
Nesta fase da sua vida, o seu primeiro livro já tinha sido publicado e tinha sido um sucesso, ela era cronista em algumas revistas e conseguia viver apenas da escrita. Mas alguma coisa fazia falta à sua existência. Estava solteira e desesperada para ter um filho: «Não tinha um companheiro e não procurava um. Conseguiria mesmo ter um filho se não conseguia suportar o sexo?».
Seios e Óvulos é um romance protagonizado por uma mulher e povoado quase por completo por figuras femininas pertencentes a gerações diferentes. Baseando-se na sua própria experiência como mulher solteira e escritora, Kawakami retrata a solidão de mulheres e homens asiáticos, que percorrem uma longa batalha burocrática para os seus direitos poderem ganharem voz. Questões éticas e dilemas da sociedade moderna são levantadas.
Além de assuntos relacionados com o universo feminino (Kawakami escreve com precisão sobre o corpo feminino: os seus desconfortos, seus desejos, seus cheiros e secreções, etc.), a autora, nascida em 1976, aborda neste romance temas sensíveis como a morte, o cancro, a violência doméstica e sexual, a assexualidade, os direitos das mulheres, infertilidade, entre outros.
Embora algumas passagens da narrativa pudessem ter sido purgadas (porque não acrescentam nada à história), o estilo desta ex-cantora permeia-se pela ironia e humor ácido. É um romance que se lê intensamente, mas que não deixa de se tornar estranho e enfadonho em certos momentos.
As traduções de traduções são sempre alvo de ter falhas, principalmente quando a língua original é o japonês. Esta tradução da edição inglesa é um exemplo, mas, mais evidente é a péssima revisão assinada por Isabel Garcia (mais de uma dezena de gralhas foram anotadas).
Como curiosidade, salientar que a revista Granta portuguesa, na edição de Maio de 2017, incluiu um texto de Mieko Kawakami, intitulado Sobre ela e as memórias que lhe pertence (About Her and the Memories that Belong to Her).
Excertos
«Às vezes, pergunto-me se sou mesmo uma mulher (…). Sei que tenho o corpo de mulher. Tenho seios, como uma mulher, tenho o período como uma mulher. Quando estava com esse homem, havia momentos em que lhe queria tocar e estar com ele. Mas o sexo… abrir as pernas e tê-lo dentro de mim… era horrível.»
«Toda a gente. Acham que os bebés são adoráveis. Querem experimentar ser pais. Querem tirar o máximo partido do seu corpo. Querem dar continuidade aos genes dos seus companheiros. Ou talvez se sintam sós e queiram alguém que cuide deles quando forem velhos (…) só pensam em si próprios. Nunca pensam na criança que vai nascer. Ninguém quer saber como a criança se vai sentir.»
O livro que inspirou o filme «A Minha Melhor Amiga Anne Frank»»
«Fiquei imediatamente deslumbrada com Anne, esta primeira amiga, embora tenha percebido rapidamente que éramos muito diferentes. Eu tinha o hábito de me encolher, de inclinar a cabeça para o lado e de pensar no que queria dizer antes de falar. (…) Anne tinha uma pele cor de azeitona pálida e era cerca de uma cabeça mais baixa do que eu. (…) Mas o seu pequeno tamanho escondia uma grande personalidade. Era excelente a dar ideias para jogos e a liderar outras crianças. Era confiante mesmo com os adultos. Era capaz de perguntar qualquer coisa a um adulto; de facto, parecia estar sempre a fazer perguntas».
Hannah Pick-Goslar, sobrevivente do Holocausto, ficou conhecida por ter sido amiga de infância de Anne Frank. Após a deportação de Anne Frank, reencontraram-se no campo de concentração de Bergen-Belsen.
Passados oitenta anos sobre esta fase negra da nossa História, chega às livrarias A Minha Amiga Anne Frank, um livro (com tradução assinada por Maria Ferro) que conta-nos uma história da amizade. Neste depoimento profundamente tocante, a autora, falecida em 2022, aos 93 anos, mostra toda a sua admiração por Anne Frank. E, ao mesmo tempo, revela alguns detalhes dos últimos dias da adolescente que escreveu, provavelmente, o mais famoso diário da história.
Esta obra, inspirou o filme da Netflix «A Minha Melhor Amiga Anne Frank», com interpretações das actrizes Josephine Arendsen e Aiko Mila Beemsterboer.«A história de Hannah finalmente completa o que Anne não pôde concluir. É tão desoladora quanto defensora dos valores e atitudes mais importantes da vida, e precisamos da sua verdade agora mais do que nunca.» Edith Eger, autora de O que Aprendi em Auschwitz e A Bailarina de Auschwitz.
quarta-feira, 8 de novembro de 2023
«Jésus-la-Caille», de Francis Carco, entre as novidades da Sistema Solar
Eis algumas das mais recentes publicações lançadas pela Sistema Solar. Todas estas obras de Literatura, de autores nascidos no séc. XIX, foram traduzidas para para o nosso idioma por Aníbal Fernandes.
O controverso aparecimento de Carco como romancista. A homossexualidade masculina com uma audácia então desconhecida na literatura francesa. E o nome Jesus a baptizar… inocentemente… um gigolô.
Em 1914, o ano em que foi publicado pela primeira vez Jésus-la-Caille, Francis Carco só tinha como antecedentes literários uns quantos versos a que o autor chamava canções agridoces e podiam ser lidos em edições pobres, com reduzida circulação nas livrarias. Viviam-se dias de guerra, mas com uma presença editorial marcada por alguns sobressaltos. Poucos meses antes, os leitores franceses tinham sido surpreendidos com os versos de Alcools de Apollinaire e os de La Prose du Transsibérien de Blaise Cendrars; Barrès publicava o seu melhor livro, La Colline inspirée, e Martin du Gard provocava amenamente os católicos com Jean Barois; Proust dava a conhecer uma primeira amostra do seu enorme romance, e chamava-lhe Du Côté de chez Swann; Alain-Fournier, a poucos meses da bala alemã que o ia matar, mostrava-se com todas as seduções do seu Le Grand Meaulnes; Gide supunha-se impertinente com Les Caves du Vatican e Raymond Roussel fora de todas as regras com Locus Solus; o Jean-Christophe de Romain Rolland recebia o Grande Prémio da Academia Francesa.
No meio desta efervescente convivência criativa Jésus-la-Caille, a primeira obra em prosa de Francis Carco (que viria a ter a sua versão definitiva em 1917), levantava hesitações conservadoras aos editores de Paris. Era a primeira vez que a homossexualidade masculina da prostituição de engate surgia com tanta audácia num romance da literatura francesa. Ainda por cima, com um título que se atrevia a dar o nome de Jésus a um gigolô e a acrescentar-lhe na alcunha um La Caille, que embora significasse na linguagem vulgar uma inocente codorniz, tinha no calão da época o sentido de «a trampa». O som destas palavras, que num inevitável desvio de significação poderia sugerir Jesus a Trampa, era um mau gosto que roçava o sacrilégio. (Registe-se que muitos anos depois, em 1955, o banal filme de André Pergament baseado neste romance achou que devia adoçar o seu título para um bem comportado M’sieur La Caille). [Aníbal Fernandes]
Dois pontos altos nas novelas de Mérimée. «Carmen», a oportunidade de uma dissertação sobre o mundo dos ciganos ibéricos. «Lokis», um fantástico de escabroso subentendido que recupera e transtorna uma lenda da tradição eslava.
Um livro onde Carmen e Lokis surgem reunidos pode não ser mais do que a associação de dois pontos altos na série de contos e curtas novelas que se fizeram o essencial na obra literária de Prosper Mérimée; mas reúne, além disto, duas histórias-pretexto; ou seja, em Carmen a oportunidade de uma dissertação sobre o mundo e os hábitos dos ciganos ibéricos; em Lokis um fantástico de escabroso subentendido que recupera e transtorna uma lenda da tradição eslava, aqui deslocada até à Lituânia como pretexto para uma reflexão sobre a estranha língua samogítica que Mérimée designa no texto com a forma popular jmud.
Mérimée nasceu em Paris no mês de Setembro do ano 1803; o seu pai, pintor de quadros banais, tinha o curioso nome de Léonor Mérimée; a sua mãe anglófila, culta e autoritária, dominou o filho com uma possessiva relação edipiana e durante toda a vida incitou-o à prudência de um celibato que ele temperou com relações cuidadosamente desviadas da vigilância materna. […]
Mérimée, um dos românticos mais corajosos e marcantes da sua geração, teve de J. Barbey d’Aurevilly esta curiosa frase: «Talento brilhante e negro como a Espanha que ele pintou, e com um refinamento que chega à malvadez. Há Goya em Mérimée.» [Aníbal Fernandes]
Roman Rolland: «É um contador de histórias do Oriente que encanta e se comove com as suas próprias narrativas; e de um tal forma se prende a elas, que uma vez começada a história ninguém sabe, nem ele próprio sabe, se vai durar uma hora ou mil e uma noites.»
O mais significativo resultado de tudo isto deu-se em 1924 — o ano em que André Breton publicava Les Pas perdus, Raymond Radiguet surgia com o póstumo Le Bal du comte d’Orgel, Jean Cocteau com Le Grand écart e Jean Giraudoux com Juliette au pays des hommes — quando um desconhecido com estranho nome a soar muito a romeno, mas a mostrar que escrevia em francês, ofereceu ao público uma sedutora história de orientalismos que se chamava Kyra Kyralina. Dois anos antes, este Istrati já tinha quatro obras terminadas — Oncle Anghel, Kir Nicolas, Sotiz e Mikhail — mas o seu «mestre» preferiu-o na estreia literária com esta outra, mais recente e perturbante — que acrescentava ao nome de uma mulher o seu diminutivo — a que surgiu em 1923 na revista Europe e um ano depois em livro e prefaciada por Romain Rolland:
«Nos primeiros dias de Janeiro de 1921, foi-me entregue uma carta que vinha do Hospital de Nice. Tinha sido encontrada no corpo de um desesperado que acabava de dar um golpe na garganta. Havia poucas esperanças de que ele sobrevivesse ao ferimento. Li-a e fui invadido pelo tumulto do génio. Um vento que queimava na planície. Era a confissão de um novo Gorki dos países balcânicos. Conseguiram salvá-lo. Eu quis conhecê-lo. Encetámos uma correspondência. Ficámos amigos.»
[…] A surpresa de Kyra Kyralina animou um editor a fazer o contrato que deu a conhecer poucos meses depois Oncle Anghel e Présentation des Haïdoucs. E em 1927 a Nouvelles Littéraires já se interessava por ele como entrevistado. […]
Panait Istrati morreu em 16 de Abril de 1935. Tem uma lápide no cemitério de Bellu, em Bucareste, aonde foi parar sem serviços religiosos. A sua fama política incomodava a ortodoxia romena. [Aníbal Fernandes]

Codine, transformado no fora-da-lei por um sentimento cheio de violência contra a injustiça dos homens. Adrien, um apaixonado aprendiz do seu desiludido conhecimento dos males do mundo. Um estranho, incómodo e radical conceito do amor-amizade.
Os títulos do Istrati ficcionista vão aparecendo com uma imperturbável regularidade. Constroem aos poucos uma disfarçada autobiografia onde teremos de destrinçar o realmente vivido do literariamente contado, e que se divide em várias secções. […]
Panait Istrati conviveu com Codine cerca de cinco anos, desde 1891 a 1896, ou seja, desde os seus sete aos doze anos de idade. E a passagem a literatura desta apaixonada admiração põe-nos perante um estranho, incómodo e radical conceito de amizade. Nas histórias de Adrien Zograffi, a amizade tem um papel importante; é o mais profundo dos sentimentos, aquele que ultrapassa todos os outros, incluindo o do amor sensual. Deste amor sensual há a mais explícita das confissões quando escreve em Narrantsoula: "Amo no homem o que ele transporta consigo desde que nasce, o amor-amizade. Amo a mulher quando o seu sangue está abrasado pela paixão carnal. Entrego-me a eles sem condições, com frenesi. Isto custa caro, mas as decepções que sofri nunca me decepcionaram, nunca diminuem a soma dos meus desejos."
Na sua obra há a história de duas amizades masculinas que se destacam por uma brutal violência de sentimentos. [Aníbal Fernandes]
sábado, 4 de novembro de 2023
Será publicado «Eu Sou Porque Eles Foram», de especialista em terapia transgeracional e psicogenealogia
Sara Larcher é Terapeuta Sistémica e Integrativa, formada em Psicologia, com especializações em Psicologia Positiva, Constelações Familiares e Sistémicas, Terapia Transgeracional e Psicogenealogia. Com uma vasta experiência em terapia transgeracional e psicogenealogia, a autora explica o impacto que o contexto familiar exerce sobre as pessoas.
Explorando a herança que nos é deixada, Eu Sou Porque Eles Foram (a editar pela Pergaminho a 16 deste mês) debruça-se sobre a importância das raízes da família, a alma da família e o impacto que tem nas nossas escolhas de vida. Ao longo do livro, o leitor inicia a sua jornada e é incentivado a conhecer o seu legado ancestral e a sua história, através de exercícios práticos.
Com recurso a testemunhos reais, escritos diretamente por quem já iniciou a jornada sistémica, esta obra oferece uma introdução à Terapia Transgeracional e à Psicogenealogia, esclarecendo como podemos descobrir as nossas heranças psicológicas – e o que fazer com elas.
«Estamos todos interligados e conectados. As feições, as profissões, os talentos, os feitios passam de geração em geração. Os traumas, as dores, os segredos, as exclusões também. Repetimos padrões, por amor e lealdade invisível, muitas vezes, do mesmo modo e nas mesmas datas. E, até serem trazidos à consciência, os mesmos factos repetem-se, uma e outra vez.
Não somos assim tão livres como julgamos. Carregamos histórias que não são nossas (...)
Quando nascemos, não somos um livro em branco. Antes de nós, viveram milhares de antepassados, com as suas histórias e vivências, alegrias e dores.
Nós somos porque eles foram.
São tantos os exemplos. As mesmas profissões, que se repetem de geração em geração, como forma de reparar um trauma. Uma avó que morre a dar à luz, registando no sistema familiar que dar à luz é perigoso, pelo que as gerações seguintes preferem não ter filhos ou têm um medo enorme de engravidar. Acidentes que se repetem na mesma data e com as mesmas características.
Significa isto que o teu destino é reviver as experiências e legados disfuncionais dos teus antepassados? Claro que não! Podes sempre dar um novo significado à tua história. Mas, para isso, precisas de conhecer a tua herança.
E essa é a proposta que te trago.»
Outro livro que pode interessar: Herança Emocional (Ed. Alma dos Livros, Out. 2023).
sexta-feira, 3 de novembro de 2023
Relatos inspiradores de 12 grandes líderes, para ler em «O Sucesso Está Nos Detalhes»
A Editora Clube do Autor publica este mês O Sucesso Está Nos Detalhes, o quinto livro de Nelson Marques, ex-jornalista que escreveu para várias publicações internacionais, como The Guardian, El Mundo e The Jerusalem Post.Esta obra, com testemunhos que mostram 12 líderes como raramente os vemos - com o seu caráter forte, mas também com as suas angústias e fragilidades - oferece importantes conselhos e regras de ouro para todas as pessoas que sonham chegar ao topo.Texto de apresentação
O que os grandes líderes nos ensinam.
O que podemos aprender com os grandes líderes empresariais?
De que massa são feitos?
Com que linhas se cose o seu êxito?
Neste livro, Nelson Marques responde a estas e outras perguntas fundamentais sobre o sucesso e a liderança a partir das inspiradoras conversas de vida com doze personalidades notáveis como o arquiteto Renzo Piano, o designer Philippe Starck, o editor Benedikt Taschen, os empresários António Trindade e Rui Sanches, as gestoras Ana Figueiredo e Madalena Cascais Tomé, e muitos outros.Outros livros do autor: Filhos da Quimio (2018), Chefs Sem Reservas (2019), Os Homens Também Choram (2021) e Chefs Sem Reservas: Segundo Prato (2022).
Outros livros que podem interessar: Cheguei ao Topo! E Agora?, Liderança no Feminino e Masculino, Gestão Moderna – Sucesso nos Negócios Tradicionais e Digitais.
Chega a Portugal «Demon Copperhead», o romance vencedor do Pulitzer 2023
Suma de Letras lançará a 20 deste mês Demon Copperhead, o romance vencedor do prestigiado Prémio Pulitzer 2023. Barbara Kingsolver nasceu em 1955, é bióloga, jornalista, romancista e poeta. Em Portugal tem publicados os livros Pequeno Milagre e Outros Ensaios (Ed. Sinais de Fogo, 2005) e A Lacuna (Ed. Clube do Autor, 2011).
O que a imprensa internacional escreveu
«Com excertos hilariantes e comoventes, esta é a história de um rapaz irreprimível que ninguém quer, mas que os leitores vão adorar. Provavelmente, o melhor romance do ano.» The Washington Post
«O reconto lírico de David Copperfield, de Dickens, deu origem a um romance deslumbrante. As injustiças sociais da Inglaterra vitoriana foram transpostas, com um incrível sucesso, para os Apalaches modernos, povoados pela subclasse branca rural da América, agora devastados pela crise dos opiáceos.» The Times
«Com ousadas reviravoltas do destino e um elenco extravagante, esta é uma história épica, incisiva, apaixonada e evocativa, contada por um narrador que é um produto de múltiplos sistemas falhados, sim, mas também de uma paisagem rural profunda com as suas próprias tradições.» The Guardian
«Um David Copperfield dos Apalaches... Demon Copperhead reconta a história de Dickens numa América rural moderna que luta contra a pobreza e a dependência de opiáceos. Kingsolver e Dickens são ambos escritores exuberantes de romances sociais com uma forte mensagem política e uma preocupação com as classes mais baixas.» The New York Times
Texto sinóptico
Demon Copperhead vive com a mãe adolescente nas montanhas do sul dos Apalaches, sem nada além da boa aparência do seu falecido pai e do seu cabelo acobreado, um espírito cáustico e perspicaz, e um feroz talento para se desenvencilhar numa vida dominada pela pobreza.
Narrando a sua história pela sua própria voz implacável, Demon demonstra uma capacidade notável de sobreviver a orfanatos, a trabalho infantil e a escolas terríveis, equilibrando ao mesmo tempo o seu sucesso atlético com uma epidemia de opiáceos, desgostos amorosos e perdas avassaladoras.
Muitas gerações antes, Charles Dickens escreveu David Copperfield partindo da sua experiência como sobrevivente da pobreza institucional e relatando as suas consequências nocivas para as crianças na época em que viveu. Esses problemas ainda não foram resolvidos na nossa sociedade. Ao inspirar-se nessa obra e ao transpor um romance vitoriano para uma américa contemporânea, Barbara Kingsolver recorre à raiva e à compaixão de Dickens e, acima de tudo, à sua fé no poder transformador de uma boa história.
quinta-feira, 2 de novembro de 2023
Entre os romances a publicar pela Minotauro em Novembro consta «A Velha Senhora Webster»
Além de A Mansão Minúscula de Myra Malone (romance de estreia e fenómeno no Goodreads, da autoria da escritora e advogada norte-americana Audrey Burges) e Vingativo (a sequela de Vicioso, da autora bestseller V. E. Schwab), outra das apostas literárias da Editora Minotauro para o mês de Novembro intitula-se A Velha Senhora Webster, da socialite e diletante anglo-irlandesa Caroline Blackwood (1931–1996).
A autora, que escreveu dez romances, levou uma vida agitada e boémia, que incluiu casamentos com o pintor Lucian Freud, o pianista Israel Citkowitz e o poeta Robert Lowell. Esta obra, Great Granny Webster (seu título original), foi nomeada para o Booker Prize de 1977.
Texto sinóptico
A Senhora Webster é um monstro fabuloso, a mais fria das matriarcas, que preside com mão de ferro sobre uma paisagem de vidas arruinadas. Mas esta é apenas um dos parentes frios e excêntricos que a narradora adolescente tem de suportar. Outros entes queridos incluem uma avó desvairada e uma tia promíscua e alegremente suicida.
Este romance macabro, mordazmente engraçado e parcialmente autobiográfico revela a loucura gótica que grassa nos bastidores das grandes casas da aristocracia, tal como é testemunhada pelos olhos impiedosos de uma adolescente órfã.
terça-feira, 31 de outubro de 2023
Valérie Perrin está de regresso ao romance com «Os Esquecidos de Domingo»
Como já nos habituou, em A Breve Vida das Flores e Três, no seu novo romance, Valérie Perrin, uma das mais importantes escritoras no actual panorama literário francês, deslumbra-nos com a sua enorme sensibilidade ao tratar os temas mais delicados das nossas vidas. Os Esquecidos de Domingo é um romance em que a melancolia e a graça andam de mãos dadas e nada é deixado ao acaso do destino.
Aos 22 anos, Justine vive com os avós e o primo, Jules, desde que os pais de ambos morreram num acidente. Os dias de Justine parecem suceder-se sem que nada se altere: trabalha nas Hortênsias, um lar de idosos na pequena aldeia onde habita, e adora conversar com os residentes. Entre eles, está Hélène, uma centenária cujo sonho sempre foi aprender a ler.
Justine e Hélène criam um profundo laço de amizade, alimentado pelas horas que passam a escutar-se e a partilhar memórias e sentimentos. E eis que, enquanto as conversas se multiplicam, três coisas acontecem: Justine começa a interrogar-se sobre a morte dos pais, compra um caderno no qual começa a escrever regularmente, e, no lar, surgem estranhos telefonemas que vão provocar uma pequena revolução nas Hortênsias… De que forma se entrelaçam as histórias? Como podem as antigas e novas memórias fazer Justine mudar o rumo da sua vida?
Críticas de imprensa
«Um livro que nos lembra - como só Valérie Perrin consegue fazer - que o amor verdadeiro dura para sempre. Que grande romance.» Paris Match
«Justine é uma protagonista tão original que nos cativa imediatamente. E o universo desta história, surpreendente, prova mais uma vez o talento da autora. Valérie Perrin é uma contadora de histórias ímpar.» Elle
«Em tudo o que lemos e vemos, há indulgência e delicadeza.» The Guardian
Outra novidade de Novembro da Editorial Presença: Ao Paraíso, de Hanya Yanagihara.
segunda-feira, 30 de outubro de 2023
Novo livro da escritora americana que já vendeu mais de mil milhões de livros
Beautiful é o título original, publicado em Janeiro último nos Estados unidos, do mais recente romance de Danielle Steel, que este ano assinala cinquenta anos de carreira literária. Recentemente, a escritora norte-americana de 76 anos, que já escreveu cerca de 200 livros, atingiu a marca dos mil milhões de exemplares vendidos. Bela chega às livrarias no próximo dia 16 de Novembro, com o selo Bertrand, editora que publica os livros de Steel desde 1995.
Sinopse
O mundo de uma conhecida supermodelo é virado de pernas para o ar, levando-a numa inesperada aventura… Nunca é tarde para começar de novo.
Véronique é uma estrela. Aos 22 anos é uma das mais requisitadas modelos a nível internacional, figurando na capa das mais conceituadas revistas e desfilando nas melhores passarelas das principais capitais. Mas a verdade é que Véronique não procura o glamour das luzes da ribalta, preferindo uma vida tranquila junto daqueles que mais ama.
Entre a famosa semana da moda de Paris e uma sessão fotográfica para a Vogue em Tóquio, num momento de pausa há muito aguardado, o destino prega-lhe uma partida e tudo muda para sempre. Esta mulher é, assim, forçada a confrontar-se com a dura realidade de que a sua vida pessoal e profissional nunca mais será a mesma, isolando-se, por isso, e escondendo a verdade de todos aqueles que no mundo da moda a adoravam.
À medida que Véronique se debate com os seus fantasmas para de novo encontrar o seu rumo e ser feliz, vai também descobrir segredos de família há muito guardados. Estes novos laços surpreendentes levam-na a ver uma luz para além do escuro desses dias e a encontrar paz e serenidade na oportunidade de ajudar os outros. Véronique começa, então, finalmente a perceber o verdadeiro significado da beleza e descobre uma vida com mais sentido do que alguma vez poderia ter imaginado.
Outra novidade do Grupo BertrandCírculo: Um Mundo Imenso, de Ed Yong.
Chega às livrarias «Um Mundo Imenso», o novo livro de Ed Yong
Eles ouvem sons no que nos parece o silêncio perfeito, veem cores no que supomos ser a escuridão total e sentem vibrações no que sentimos como uma completa quietude. Eles são os maravilhosos protagonistas de Um Mundo Imenso, e estão prestes a deslumbrar os leitores que se interessam por Biologia e assuntos relacionados. Este livro (do mesmo autor de Nós, os Micróbios e uma Visão Alargada da Vida (Ed. Temas e Debates, 2017)) é uma mágica viagem pela mão de Ed Yong, jornalista e reputado divulgador científico anglo-americano, vencedor do Pulitzer de reportagem pela sua cobertura da pandemia da COVID-19.
Vencedor da Andrew Carnegie Medal for Excellence in Non-Fiction da American Library Association, Um Mundo Imenso (traduzido para o nosso idioma por Artur Lopes Cardoso) foi considerado um dos melhores livros do ano para The New York Times, The Guardian, The New Yorker e muitos outros.
Excerto da sinopse
«A Terra está cheia de imagens e texturas, sons e vibrações, cheiros e paladares, campos elétricos e magnéticos, mas cada animal está encerrado na sua bolha sensorial, única e pessoal, percebendo uma lasca minúscula de um mundo imenso. Este livro dá-nos as boas-vindas a dimensões outrora inimagináveis – o mundo tal como é percebido verdadeiramente pelos outros animais.»
Outra novidade do Grupo BertrandCírculo: Bela, de Danielle Steel.
sexta-feira, 27 de outubro de 2023
«E Choviam Pássaros», de Jocelyne Saucier
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Editora: Gradiva
Data de publicação: 29-08-2023N.º de páginas: 200 |
O Grande Incêndio Matheson de 1916 é considerado o mais mortal da História do Canadá. Deflagrou no final do mês de Julho desse ano e levou vários dias a ser dado por extinto. A área florestal e algumas cidades do Norte de Ontário foram completamente devastadas pelo fogo, tendo mais de 200 pessoas sido mortas.
Cinco anos antes de ser assinalado um século sobre esse acontecimento, a jornalista Jocelyne Saucier (n. 1948) escreveu um romance (Il pleuvait des oiseaux, de seu título original) que evoca essa trágica efeméride. A obra, escrita num estilo envolvente, instigante e comovente, rendeu à autora canadiana inúmeros prémios e, conquistou desde 2011, os corações de leitores de mais de uma vintena de países.
Esta história coloca-nos em 1996 e inicia-se poucos dias após a morte de Ted, o misterioso protagonista, que embora cadáver, estará omnipresente ao longo e toda a narrativa.
Os octagenários Charlie e Tom eram os únicos companheiros de Ted, há vários anos, desde que os três eremitas decidiram viver os seus últimos dias longe da civilização, nas profundezas de uma floresta, em Ontário. Cada um destes idosos, que envelheceram juntos, dispunha de um acampamento autónomo com vista para um lago. «O que lhes interessava era serem livres, tanto na vida como na morte» — tinham selado um pacto (a eutanásia é subtilmente abordada na trama).
Após a morte do líder, «um ser destroçado» que carregou sempre consigo um trauma inolvidável (tentou afastar os seus “demónios” através da arte-terapia), a vida pacata da diminuta comunidade é abalada com a chegada de duas mulheres: uma fotógrafa que viera até lá seguindo a lenda de Boychuck, «o rapaz que caminhara sobre os escombros fumegantes, o homem que se refugiara na floresta para fugir dos seus fantasmas» (Ted era um dos últimos sobreviventes do Grande Incêndio de Matheson), e Gertrude, uma velhinha foragida, muito frágil, «um passarinho caído do ninho», que fora injustiçada durante toda a sua vida e que ansia por viver frugalmente o resto dos seus dias.
Com reviravoltas inesperadas, o leitor continuará a ser atraído para dentro desta história, que fala sobre vida e morte, até ao seu epílogo.
E Choviam Pássaros é uma pequena preciosidade literária: uma ode à liberdade, ao amor tardio e um grandioso apelo à natureza. Um livro inspirador, que enaltece as segundas oportunidades da vida, mesmo quando parece ser tarde demais.
Depois deste romance (o seu quarto livro), que foi adaptado ao cinema em 2019 — realizado por Louise Archambault e com interpretações dos actores Andrée Lachapelle (Gertrude), Gilbert Sicotte (Charlie), Rémy Girard (Tom) e Kenneth Welsh (Ted) —, Jocelyne Saucier publicou À train perdu (2020) e Je n'ai jamais lu Baudelaire (2022).
Excertos
«À medida que ia envelhecendo, alimentou a esperança de um dia poder morrer no meio do arvoredo, como um animal, sem melodias tristes nem semblantes enlutados, apenas o silêncio da floresta»
«Só o amor poderá explicar o comportamento errático do jovem, o primeiro amor, o que nos dá asas e nos transporta para lá de nós próprios.»
«Quando o sofrimento se apodera de alguém, não deixa lugar para mais nada. Já vi homens e mulheres sofrer a ponto de amar a própria dor, de a sustentar, de lhe acrescentar novos tormentos.»
quinta-feira, 26 de outubro de 2023
«Holly» é o título do mais recente tríler de Stephen King
Génio, visionário, escritor prolífico e de excelência como poucos, Stephen King é hoje uma figura lendária na história da literatura contemporânea. No seu novo romance, Holly, que a Bertrand Editora publicará no início de Novembro (tradução a cargo de Rui Azeredo e José Remelhe), o palco e o holofote pertencem exclusivamente a Holly, uma das suas personagens mais memoráveis.
Nas palavras de King: «Nunca me poderia separar de Holly Gibney. Ela devia ser uma figurante em Sr. Mercedes e quase acabou a roubar o livro. Roubou certamente o meu coração. Holly é ela e mais ninguém.»
«O que torna os livros de King muito mais assustadores do que a maioria dos outros autores de suspense, o que o eleva a níveis de terrores noturnos, não é propriamente a crueldade dos seus personagens: é a sua bondade. King descreve a geografia interior dos seus personagens, as suas inquietações e maquinações, à luz de um holofote imenso e benévolo. Conseguimos sentir a bondade que lhes corre nas veias – e é essa torrente que torna os atos de violência tão perturbadores.»
The New York Times
Hanya Yanagihara está de volta com um romance ousado sobre família, amantes e perda
Editorial Presença publica, a 15 de Novembro, um romance histórico e distópico, de Hanya Yanagihara, autora bestseller internacional de Uma Pequena Vida - A Little Life.
Traduzido por Miguel Romeira, Ao Paraíso é um romance que atravessa três séculos, nos mostra três versões da identidade norte-americana e nos convida a viver a experiência do amor, da família, do luto e da busca pela mais esquiva promessa: a utopia.
Texto sinóptico
Numa América alternativa, em 1893, Nova Iorque faz parte dos Estados Livres, onde cada um pode amar quem quiser (ou assim parece). Em vésperas de aceitar uma proposta de casamento que lhe trará proteção, o jovem e vulnerável herdeiro de uma família antiga e respeitada deixa-se seduzir por um professor de música paupérrimo. Em 1993, numa Manhattan que enfrenta o pesadelo da sida, um jovem havaiano partilha a sua vida com o companheiro rico e bastante mais velho, mas esconde-lhe uma infância traumática e o destino do pai. Em 2093, num mundo devastado pela doença e refém de regimes totalitários, a neta de um cientista famoso tenta aprender a viver sem o avô - e resolver o mistério das ausências do marido.
São estas três histórias que se unem para criar uma partitura engenhosa, em que as notas se repetem e os temas se aprofundam a cada trecho: uma casa de cidade em Washington Square Park, na Greenwich Village; a doença, a cura e o preço a pagar; a riqueza e a penúria; a força e a fraqueza; a raça; as definições de família e de nacionalidade; a perigosa superioridade moral de poderosos e revolucionários; o desejo de encontrar o Paraíso na Terra e a perceção de que pode não existir.
Em Ao Paraíso, reencontramos uma autora que narra como ninguém o nosso desesperado anseio de proteger quem amamos - companheiros, amantes, filhos, amigos ou família - e a dor que nos atinge com o fracasso.
«A intrincada teia de relações humanas, combinada com o estilo da autora, resulta numa leitura que se caracteriza por uma só palavra: sublime.» The Financial Times
quarta-feira, 25 de outubro de 2023
Nova edição do clássico das finanças «Pai Rico, Pai Pobre»
Robert Kiyosaki desafiou e mudou a forma como milhões de pessoas pensam sobre dinheiro e finanças pessoais. É autor de diversos livros bestsellers, dentre os quais se destaca Pai Rico, Pai Pobre, o livro de finanças pessoais mais vendido em todo o mundo. Este clássico das finanças pessoais foi originalmente publicado há 25 anos. Esta edição revista e actualizada, ficará à venda no início do mês de Novembro e terá o selo da Editora Vogais.
Sinopse
Desfaz o mito de que precisa de ter um salário elevado para enriquecer - especialmente num mundo onde a tecnologia, os robôs e a economia global estão a mudar as regras.
Ensina porque adquirir e criar ativos pode ser mais importante para o seu futuro do que um grande salário.
Desafia a crença de que a sua casa é um ativo - como milhões de pessoas aprenderam quando a bolha imobiliária rebentou.
Recorda-nos porque não podemos depender do sistema escolar para ensinar os nossos filhos sobre dinheiro - e por que razão essa competência fundamental para a vida é mais importante hoje do que nunca.
Explica o que deve ensinar aos seus filhos sobre dinheiro - para que possam estar preparados para os desafios e oportunidades do mundo de hoje e desfrutar da vida rica que merecem.
Do mesmo autor: Pai Rico, Pai Pobre – Desenvolva a sua Inteligência Financeira; Pai Rico, Pai Pobre – Para Jovens.Outro livro relacionado: A Ciência de Ficar Rico.
segunda-feira, 23 de outubro de 2023
Vishen Lakhiani apresenta no seu novo livro uma meditação adaptada aos dias de hoje
Vishen Lakhiani é uma das personalidades mais importantes da actualidade na área do desenvolvimento pessoal. Empreendedor na área da educação tecnológica, é fundador e CEO da maior plataforma do mundo na área da transformação pessoal.
Seguido por atletas e artistas mundialmente famosos, este autor malaio apresenta em A Rotina Matinal Perfeita o Método de Meditação em 6 Fases, a metodologia certa para uma rotina matinal ideal.
Vishen Lakhiani é também autor dos livros O Código das Mentes Extraordinárias e O Buda e o Audaz, ambos publicados em Portugal pela Albatroz.
sexta-feira, 20 de outubro de 2023
«Os Perigos da Direita Radical» entre as próximas novidades das Edições Desassossego
Edições Desassossego vão publicar no final deste mês um ensaio que é uma análise detalhada do principal inimigo da democracia actual. O autor, Carlos Martins, doutorou-se com uma tese sobre a ideologia de líderes fascistas e escreveu o livro Fascismos: Para Além de Hitler e Mussolini (2022).Texto sinóptico
Os Perigos da Direita Radical apresenta a história e analisa a ideologia da extrema-direita e da direita radical no pós-1945, não só em Portugal, mas em vários países do mundo onde o fenómeno continua presente. Dando especial atenção à atualidade e aos partidos e personalidades de direita radical que são mais relevantes em cada país, Carlos Martins identifica os principais conceitos que formam a ideologia da direita radical populista (nação, autoridade e populismo), bem como outros conceitos secundários que são importantes para entender as especifi cidades desta ideologia.
Considerando também a evolução e transformação dos diferentes partidos e movimentos, o autor analisa a forma como estes conceitos se manifestam na direita radical em França, Itália, Rússia, Hungria, EUA, Brasil, Espanha e Portugal, e a ascensão de figuras como Marine Le Pen, Giorgia Meloni, Trump, Bolsonaro ou André Ventura.
Este é um livro fundamental para compreender a atualidade, mas igualmente uma chamada de atenção para o que o autor considera o principal perigo da atual direita radical populista: a ameaça à própria democracia liberal.
quinta-feira, 19 de outubro de 2023
«Sex FAQS» e «Boy Parts | Partes Masculinas», livros para jovens adolescentes (e não só) que saem este mês
As espanholas Lara Castro-Grañén e Marta Piedra (ilustradora) são as autoras de Sex FAQS. Este guia pretende acabar com as principais dúvidas sobre o corpo e sexualidade dos jovens leitores. Aqui, encontrarão tudo o que querem mesmo saber sobre o sexo. Neste livro, uma psicóloga e sexóloga dá reposta a mais de 70 questões na área da sexualidade que lhe foram colocadas por adolescentes reais no âmbito da sua vida profissional.
Boy Parts | Partes Masculinas é um incendiário romance de estreia que é, ao mesmo tempo, grotesco e hilariante e que explora sem tabus a sexualidade e as relações dos dias de hoje. A autora, Eliza Clark, que vive actualmente em Londres, no passado mês de Julho viu publicado o seu segundo livro, intitulado Penance.
«Memória Vermelha», um livro essencial para compreender um período fundamental da história da China
Vencedor de vários prémios, chega hoje às livrarias Memória Vermelha. Esta obra é um relato intimista e revelador sobre um dos períodos mais turbulentos da história da China.
Estima-se que cerca de dois milhões de pessoas terão morrido vítimas da perseguição fanática.
Neste seu primeiro livro, a jornalista inglesa Tania Branigan conta as histórias de pessoas – acusadores e acusados – que viveram e protagonizaram aquele período. São histórias de dor, perda e sofrimento, mas também de esperança e resiliência.
A jornalista, que viveu na China durante vários anos, entrevistou dezenas de pessoas para escrever este livro notável.
Memória Vermelha (traduzido para português por Pedro Vidal) é também um relato humano e comovente sobre os efeitos do fanatismo político na vida das pessoas e sobre a forma como a memória dolorosa de toda uma década pode ser silenciada ao nível oficial, mas também no seio da própria sociedade.
Elogios
«Memória Vermelha mostra como as feridas psicológicas da década de loucura de Mao Tsé-Tung perduram até hoje, replicando-se através de gerações.» Barbara Demick
«Memória Vermelha diz-nos mais sobre o governo de Xi Jinping do que qualquer livro sobre economia.» Lindsey HilsumOutro livro que pode interessar: A Mulher do Dragão Vermelho.
terça-feira, 17 de outubro de 2023
Novidades Editora Marcador: «O Livro dos Mortos do Antigo Egito» e «A Arte da Guerra»
O Livro dos Mortos do Antigo Egito, um dos textos mais antigos e influentes de toda a História. É composto por uma combinação de orações, feitiços e discursos que os antigos egípcios enterravam com os seus mortos, com o objetivo de ajudar os falecidos na sua «viagem» para a vida após a morte.A Arte da Guerra, um dos mais antigos livros sobre estratégia militar, que ensina-nos a pensar com rapidez quando a batalha começa e a apanhar o nosso inimigo desprevenido.
Um livro ideal para quem pretenda ser mais astuto do que a oposição e apanhá-la de surpresa.