sábado, 11 de maio de 2013

«O Grande Gatsby», de F. Scott Fitzgerald

Editora: Presença
Ano de Publicação: 1986
Ano de Reedição: 2013
Nº de Páginas: 176

Um dos maiores escritores americanos do século XX. É com esta frase que muitos pedagogos literários apelidam F. Scott Fitzgerald. O terceiro e o mais significativo dos seus romances The Great Gatsby (título original) foi escrito nos loucos anos 20, mais precisamente em 1925.
Comecemos pelo título: Gatsby. Interrogações, interrogações. É o antropónimo do homem ou a alcunha do veículo que vem no frontispício do livro? Ou um outro desígnio qualquer? Interrogações, interrogações.
Logo no preâmbulo, somos confrontados com uma frase/ ultimato – do pai do narrador - de tamanha grandeza: «De cada vez que te apetecer criticar alguém […] lembra-te sempre que nem toda a gente neste mundo gozou algum dia das vantagens que tu tens tido.»
Folheia-se muito vagarmente as primeiras páginas em concentração, para deixar não escapar nenhum pormenor descritivo que o personagem Nick Carraway (e narrador) dá-nos a conhecer. É ele que descortina ao leitor o mundo de Gatsby - Jay Gatsby -, um vizinho seu de índole sui generis, que exibe a sua melomania em festas esplendorosas no seu casario e convidando um sem fim de pessoas. Esses convivas pouco conhecem e avistam do anfitrião, pois este não gosta de festas. Misterioso este Sr. Gatsby, não? É um ser melómano, mas ao inverso. Expõe a sua riqueza (monetária) não para atrair os «lambe-botas», mas para tentar a sorte de ser ele próprio o bajulador do amor duma mulher que nunca aparece a essas mesmas festas. Gabsty é infeliz e sofre há imensos anos esse amor não correspondido/perdido pelas vicissitudes da vida.
Nick é primo de Tom e Daisy - um casal que não esconde as abjectas idiossincrasias conjugais -, e é ele que serve de elo comum, dando-se a (re)conhecer os primos ao seu estranho vizinho, que a meia história andada, é já seu amigo e até confidente.
Estes e todos os restantes personagens, desempenham e simbolizam um papel fulcral para o entendimento do desenvolvimento da história, onde o ciúme, a infidelidade, a concupiscência, a vingança , o auspício e morte jogam em simultâneo.
Numa época em que imperava moda e excesso, ambição e frivolidade, este romance serve precisamente como reflexão crítica dessa sociedade vigente. A capacidade de Fitzgerald para definir uma cena escolhendo palavras únicas e grandíloquas, é um marco de um autor sem paralelo.
O Grande Gatsby é um daqueles livros excelsus, que lemos e anseia-se por crescer para o reler novamente.
Quando cessamos um livro e temos a curiosidade de pesquisar o curriculum vitae do autor, é sinal que este acrescentou algo mais à nossa vida, através do fio condutor que é a palavra. Ora, foi essa acção que segui e concluo que é, irredutivelmente notório o paralelismo entre o não-ficcional Fitzgerald e o ficcional George Wilson – ambos corrompidos pelo ciúme e desprezo da amada infiel. Zelda (mulher do escritor) e Myrtle (mulher de George Wilson na história), a personagem frívola, mimada e infiel – ambas também figuras da alta sociedade. Daisy e Gatsby poderiam muito bem sido fruto de inspiração real de Fitzgerald, nos papeis de mulher adúltera e homem que vê o seu amor fugir.
Facto também peremptório é o espaço temporal: a eufórica década 20, do século XX.
A nova adaptação à tela deste clássico estreia nos cinemas a 16 de Maio.

4 comentários:

Norma Gondar disse...

Um livro interessante, ainda tenho que ver o filme :) nem esta nova versão, nem nenhuma das antigas vi.

DanielaMP disse...

Este livrinho já faz parte da minha colecção cá em casa! Agora só falta mesmo arranjar um tempinho para lê-lo. Estou ansiosa que os meus exames da universidade acabem para começar! Tenho a certeza que será uma óptima leitura! :)

Helena Isabel Bracieira disse...

Ganhei esta edição e já está em lista de espera. Adoro sempre ler um bom clássico! :D

Framboesa (uma diva de galochas) disse...

O meu marido diz que foi o unico livro que leu e que realmente gostou (infelizmente ele nao tem a mesma paixão pela leitura que eu).Tenho que ler porque com muita vergonha minha ainda está em falta e na estante há anos e anos :)