quarta-feira, 30 de setembro de 2020

«Asas de Prata», de Camilla Läckberg

Editora: Suma de Letras
Data de publicação: 25-08-2020
N.º de páginas: 376

O primeiro livro da série ‘Faye’ não foi apenas um bestseller na Suécia em 2019, mas um grande sucesso de vendas a nível internacional.
Depois de ter planeado e concretizado uma vingança perfeita, dando a Jack, o seu ex-marido, a lição que ele merecia – metendo-o entre as grades da prisão –, Faye Adelheim pode agora respirar de alívio. Depois de na Suécia ter-se tornado numa celebridade nacional, mudara-se para a Itália, com a mãe e a filha. «As únicas pessoas que sabiam que Ingrid e Julienne estavam vivas eram Faye e Kerstin. Para o resto do mundo, ambas tinham morrido.»

Nos dois anos que se seguiram, a sua empresa Revenge foi ganhando mais visibilidade no mercado internacional, fazendo com que agora Faye esteja a pensar expandir os seus produtos para os Estados Unidos. Mas justamente quando está a fazer as negociações e quase a celebrar o contrato, surge uma séria ameaça contra a empresa e Faye é forçada a retornar a Estocolmo.
Com o auxílio de duas aliadas, Faye vai lutar para impedir que o seu império caia nas mãos de um charlatão… ou mais do que um.
Suécia, Holanda, Itália e Espanha são os ambientes onde a trama de Asas de Prata se desenrola. Em plano paralelo, é contado ao leitor alguns episódios decorridos em Fjällbacka, sobre a infância e adolescência conturbadas da protagonista, o que dá suporte ao leitor para perceber alguns traços de comportamento de Faye, uma mulher que durante muito tempo deixou-se ser dominada, controlada e despojada da sua identidade.
Esta sequela de A Gaiola de Ouro revela uma protagonista com muita vingança ainda a correr pelas veias, mesmo após o triunfante golpe de sorte que fechou a trama anterior. Aqui, o estilo de prosa de Läckberg mantém-se rectilíneo e objectivo, mas em algumas passagens a inserção de conteúdo erótico em excesso, pouco acrescenta à história e em nada faz jus ao género a que este livro pertence. A autora ousou, desenquadrou e ficou sem foco. A par disso, Asas de Prata está escrito de forma a que quem não tenha lido o título anterior fique descontextualizado da história. O epílogo surpreende pela audácia e malícia da grande protagonista – que não podemos chamar heroína nem vilã – e pelo clímax atingido através da mise-en-scène apresentada.
Asas de Prata
, embora não supere nem iguale a trama anterior, proporciona bons momentos de leitura.

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