quarta-feira, 26 de março de 2025

Recentes obras poéticas editadas pela Opera Omnia

Pára-me de repente o pensamento, Por dentro de mim dou a volta ao mundo e Antologia Breve são os títulos mais recentes de Poesia da Editora Opera Omnia.

Ângelo de Lima nasceu em 1872 no Porto (onde frequentou a Academia de Belas Artes), e morreu em 1921. Após o regresso de África, onde participou numa expedição militar, começou a revelar sintomas de loucura, o que levaria ao seu internamento no Hospital Conde de Ferreira entre 1894 e 1898. Viveu no Algarve e em 1901 mudou-se para Lisboa. Em Dezembro desse ano, foi preso no Teatro D. Amélia, “por proferir obscenidades”, e foi internado no Hospital de Rilhafoles, onde permaneceu até à data da sua morte, em 1921. Em 1915 foram publicados alguns dos seus poemas no n.º 2 da revista Orpheu. Fernando Pessoa referir-se-ia a Ângelo de Lima como um poeta que “não sendo nosso, todavia se tornou nosso”. A Poesia de Ângelo de Lima foi recuperada por poetas como Fernando Guimarães e Herberto Helder. Esta antologia reúne o principal da produção poética de Ângelo de Lima.


Este livro reúne um conjunto de algumas dezenas de poemas de uma das vozes mais originais da Poesia portuguesa: A. M. Couto Viana. Seleccionado a partir de uma das mais prolíficas obras da Literatura Portuguesa, este conjunto introduz-nos no universo de um Poeta que logrou receber a atenção e a admiração até dos Poetas mais jovens.
Como já alguém afirmou, “António Manuel Couto Viana aparece-nos como um precursor e como agente de reunião de entusiasmos, sendo um mestre de estilo e de amor pela Poesia. Deste modo, a sua poesia teve particular importância na formação de todo um conjunto de poetas, para os quais sem estética não pode haver vida, pois ambas se implicam mutuamente”.

Selecção e Prefácio de Artur Anselmo.


António Feijó foi um poeta e diplomata, conciliando duas vocações, presentes em outras personalidades da Literatura Portuguesa moderna e contemporânea — a da escrita da poesia com os trabalhos da diplomacia. António Feijó conheceu uma vida cosmopolita, que não o impediu de cultivar relações privilegiadas com o meio literário português. Um dos traços fundamentais da poética de Feijó reside na pluralidade de registos adoptados, para além da exímia versatili­dade e mestria formal da sua escrita — da poesia lírica e amorosa, até à poesia satírica, passando pelo recurso ao humor, ao burlesco e mesmo à paródia. No domínio de uma temática plural, sobressai a expressão saudosa e nostálgica da terra natal e da sua luminosa pátria distante. Deste modo, se tivéssemos que escolher algumas dominantes desta poesia, diríamos que ela oscila pendularmente entre dois grandes pólos — um lirismo mais ou menos intimista e amoroso, nostálgico e dorido, por um lado; e, por outro, uma poesia alegre e humorada, repleta de graça e de sátira, de carica­tura e de burlesco.

Selecção e Prefácio de Cândido de Oliveira Martins.

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