domingo, 13 de julho de 2025

Novos romances das escritoras espanholas Carmen Posadas e Paloma Sánchez-Garnica

Uruguaia de nascença, Carmen Posadas vive em Madrid desde 1965. É autora de ensaios, guiões de cinema e de televisão, de relatos e de vários romances, entre os quais se destacam A Filha de Cayetana, A Mestre de Marionetas e A Lenda de La Peregrina. Licença para Espiar é o título do seu novo romance, que a editora Casa das Letras publica. É um romance sobre as mulheres que se dedicaram à perigosa arte da espionagem.

Quando saber espreitar pelo buraco da fechadura se torna uma das belas-artes.

Se existe uma área na qual as apelidadas «armas femininas» são colocadas à prova é, sem dúvida, a da intriga. Desde a mais remota antiguidade, e praticamente em todas as culturas, sempre existiram mulheres que congregavam a inteligência, o valor, a astúcia e muito engenho. Carmen Posadas, depois de desenvolver uma investigação minuciosa, compõe um romance de romances: um relato apaixonante e extremamente divertido das peripécias de algumas destas mulheres que, indubitavelmente, merecem um lugar de destaque na História.
A autora recolhe, entre outras, a história da bíblica Raabe, cuja intervenção foi decisiva para conquistar a Terra Prometida, ou da Balteira, a jogralesa galega que se viu envolvida em mil e uma intrigas durante o reinado de Afonso X. Pela sua mão, conhecemos as singulares e temíveis envenenadoras da Índia, e é-nos dado um ponto de vista insólito sobre o assassínio de Júlio César. Por estas páginas desfilam rainhas como Catarina de Médici e o seu Esquadrão Voador, aventureiras como a inevitável Mata Hari, mas também princesas que colocaram o seu talento ao serviço de Hitler.
Todas elas, e mais algumas cujos nomes não podem ser mencionados, compõem um livro que se lê como o melhor romance de aventuras e onde, uma vez mais, se demonstra que o talento feminino é inesgotável e não conhece limites.


Paloma Sánchez-Garnica nasceu em Madrid em 1962. É licenciada em Direito e História e autora de vários romances de sucesso como Últimos dias em Berlim. Victoria, o seu mais recente romance, venceu o Prémio Planeta 2024, confirmando Paloma como autora de enorme reconhecimento e personalidade literária. Este 2.º livro da autora publicado pela Porto Editora é um romance extraordinário sobre sobrevivência e esperança em tempos difíceis, e sobre o poder do amor e do perdão na superação da perda e de decisões impossíveis.


No pós-Segunda Guerra Mundial, numa Berlim devastada e sem futuro aparente, Victoria sobrevive cantando todas as noites num clube noturno. Apesar da sua mente prodigiosa, capaz de criar um poderoso sistema de encriptação de mensagens, é graças a esse magro salário que Victoria garante a sobrevivência da sua filha Hedy e da sua irmã Rebecca. Quando o destino parece oferecer-lhes uma nova oportunidade, a chantagem sem escrúpulos dos russos obriga Victoria a viajar sozinha para os Estados Unidos. Embora lá possa desfrutar do amor incondicional do capitão Robert Norton, irá descobrir que este país não é a terra da liberdade que esperava: o que pensava ser a sociedade mais democrática do mundo esconde uma camada de racismo e injustiça às mãos de organizações como o Ku Klux Klan, o FBI e o senador Joseph McCarthy. Perseguida pela corrupção e espionagem normalizadas pela Guerra Fria, Victoria vê a sua coragem posta à prova, assim como a sua lealdade para com aqueles que ama.

Novos livros de Ruth Ware, B.A. Paris e Samuel Bjørk entre as novidades de suspense

Um Casal Perfeito é um tríler engenhoso e cheio de tensão. Este 5.º livro de Ruth Ware que a Clube do Autor publica é uma obra original, viciante e empolgante, de um dos grandes nomes do suspense da actualidade, autora também de A Mulher do Camarote 10.

Sinopse
A vida de Lyla está num impasse. A sua investigação de pós-doutoramento falhou e a relação com Nico, um aspirante a ator, não corre muito bem. Quando surge a oportunidade de o namorado integrar um novo reality show, ela decide juntar-se. Depois de um rápido processo de audições, Lyla e Nico seguem para um resort de luxo isolado.
As regras do jogo são simples. Dez estranhos têm de sobreviver juntos na ilha - e o último casal sobrevivente ganha o prémio. Haverá sol, mar, gargalhadas e muita sedução. Mas, pouco depois de chegarem à ilha deserta, tudo começa a correr mal. O primeiro desafio deixa todos abalados e irritados, e uma tempestade agrava assustadoramente a situação. Completamente isolados, os concorrentes têm de se unir para sobreviver. À medida que a tensão aumenta, Lyla percebe que alguém está a jogar a sério - e vale tudo para ganhar. 

A autora B.A. Paris volta a superar-se indo além da zona de conforto no seu mais recente tríler. A Hóspede é uma narrativa apaixonante e claustrofóbica, cheia de reviravoltas, mantendo o leitor agarrado até à última página. Edição com o selo Presença.

Sinopse
Até onde pode ir a hospitalidade antes de se tornar uma ameaça?
Iris e Gabriel acabam de chegar de umas férias inesquecíveis. Contudo, ao abrirem a porta, são surpreendidos com uma visita inesperada. Uma das suas melhores amigas, Laure, está instalada na sua casa - a dormir na cama do casal, a vestir as roupas de Iris e até a reorganizar a mobília.
Laure acabou de descobrir que o marido tem uma filha fora do casamento e procura refúgio junto dos amigos. Iris e Gabriel querem apoiá-la, mas, rapidamente, o humor de Laure torna-se imprevisível e a sua presença, sufocante e perturbadora.
Com a chegada de novos vizinhos e de um jardineiro com um passado duvidoso, o ambiente transforma-se num campo minado de tensões e desconfianças.
Há segredos prestes a serem desvendados, alguns mais perigosos do que eles poderiam imaginar e capazes de abalar até as amizades mais sólidas.

Iliana Xander já escreveu mais de vinte livros sob diferentes pseudónimos, explorando diversos géneros literários. A sua estreia em Portugal concretiza-se durante este mês com Com Amor, Mãe, a publicar pela Singular - uma chancela do Grupo Porto Editora.

Sinopse
Ela tem tudo: fama, milhões de fãs e... segredos obscuros.
Embora seja uma estudante notável, Mackenzie Casper é mais conhecida por ser a filha de uma escritora bestseller de thrillers sombrios. Quando a mãe morre num acidente, o mundo literário chora a sua perda, porém, Mackenzie é atormentada por muito mais do que o luto. No dia da cerimónia fúnebre, ela recebe um envelope misterioso, assinado:
Do fã #1. XOXO
Lá dentro, encontra páginas do diário da mãe com uma pergunta inquietante:
Queres saber um segredo?
Com amor, Mãe.
Que lê deixa-a em choque. Depois chega uma segunda carta. E uma terceira…
É assim que Mackenzie dá início a uma investigação que a leva a tropeçar em segredos familiares há muito enterrados.
Não demorará a descobrir que o caminho da mãe para o estrelato foi sustentado por mentiras sinistras que enredaram toda a família.
À medida que se aproxima da verdade, Mackenzie percebe que afinal...
... Há coisas piores do que um assassinato.

A Dom Quixote vai publicar um novo policial de Samuel Bjørk, que tem como premissa: "Eles pensaram que estavam seguros. Mas o mal nunca deixou a ilha." A Ilha Mortal é o 5.º livro do autor norueguês a ser traduzido para o nosso idioma, após Viajo Sozinha, A Coruja Caça Sempre à Noite, O Rapaz da Neve e O Lobo.

Sinopse
Depois dos horrores que viveu como investigadora, Mia Krüger refugiou-se na isolada ilha de Hitra, em busca de paz. Mas a tranquilidade é quebrada quando uma menina de 11 anos a aborda com um pedido simples e aterrador: «Ajude-me a encontrar o meu amigo desaparecido».
Jonathan desapareceu há três anos. Sem pistas. Sem respostas. Mas agora, uma adolescente é encontrada brutalmente assassinada... com o nome de Jonathan escrito com o seu sangue.
Mia sente que o pesadelo apenas começou. E para enfrentá-lo, chama o único homem em quem confia: Holger Munch.
À medida que corpos surgem e segredos antigos vêm à tona, os dois mergulham numa teia de mentiras, dor e violência. O que parecia uma vila pacata esconde uma verdade obscura e alguém está disposto a matar para mantê-la enterrada.  


Sacrifício
, o novo e eletrizante tríler psicológico de Henrik Fexeus, traduzido a partir do sueco por Ivan Figueiras, combina elementos de mistério, intriga e manipulação, desafiando os limites da mente humana. Publicado pela Porto Editora, a obra transporta o leitor para um enredo repleto de segredos e reviravoltas, onde nada é o que parece. Com uma escrita hipnotizante e personagens intensamente humanas, o autor nórdico questiona o que somos capazes de fazer – ou sacrificar – para alcançar os nossos objetivos.
Este tríler é ideal para os fãs de autores como Jo Nesbø, Camilla Läckberg e Lars Kepler, e para todos os que apreciam o melhor do suspense nórdico contemporâneo.

Sinopse
David Lund, um jovem programador com uma vida reservada e dificuldade em manter relações amorosas, recebe um e-mail de uma desconhecida que diz ter informações sobre a sua infância. David gostaria de ignorar a mensagem e resolver os seus sentimentos pela bela advogada Florence Tapper, mas o facto de não ter qualquer memória dos seus primeiros 12 anos de vida faz com que a curiosidade vença. No entanto, a mulher que o contactou desaparece sem deixar rasto e ele torna-se o principal suspeito. Desde então, alguém parece estar a persegui-lo e a todos os que lhe são queridos. Com a ajuda de Florence, David tem de descobrir quem está por detrás de tudo isso e qual a ligação com as suas próprias memórias desaparecidas. Nas sombras, escondem-se um segredo com décadas de existência e pessoas que têm tudo a ganhar se ele não for revelado. Sacrifício é o primeiro episódio da série de David Lund e Florence Tapper. Neste intenso romance de suspense psicológico, um mistério desenrola-se em duas linhas do tempo, onde a verdade é mais devastadora do que os nossos piores receios.


Daniel Hurst já escreveu os um tríleres psicológicos A Mulher do Médico e A Viúva do Médico. Agora, apresenta um novo título da série: A Amante do Médico.

Sinopse
Eu era a outra. A amante do médico.
A mulher acusada por todos da morte do Dr. Drew Devlin, e que pagou o preço por gostar do homem errado: perdi tudo, do meu lar à minha liberdade.
Na realidade, fui vítima de uma cilada planeada pela Fern, a esposa do Drew e a verdadeira mente criminosa por trás de toda esta tragédia.
Mas se ela pensa que se safou, está enganada. Chegou a altura de me vingar. Por mim... e pela minha filha.
Estou determinada a descobrir onde é que a Fern se escondeu e revelar ao mundo a sua verdadeira face. Ela sabe que ando à sua procura e acredito que fará tudo para não ser encontrada. Afinal, ela sempre me subestimou.
No entanto, tenho do meu lado a sede de justiça e sou persistente.
Só o tempo dirá qual de nós vai levar a melhor: a mulher... ou a amante do médico?
Finalmente, chegou o dia do ajuste de contas – mas estarão Fern e Alice prontas para o embate?

sábado, 12 de julho de 2025

Lançamento Casa das Letras: «Caminhos Globais», de Marta Henriques Pereira


Caminhos Globais - Portugueses que Fazem a Diferença Pelo Mundo
, livro que a Casa das Letras acaba de editar, é um guia essencial para quem faz ou quer fazer carreira internacional e, com talento e determinação, deixar a marca de Portugal no mundo. Este livro da autoria de  Marta Henriques Pereira, especialista em políticas públicas, diplomacia, governação, paz e segurança, será a apresentado 
na Bertrand do Funchal (Plaza Madeira) no dia 17 de julho, às 18h30, pela Dr.ª Paula Margarido, Secretária Regional da Inclusão, Trabalho e Juventude.

Sobre o livro
As carreiras internacionais são um mosaico de emoções: fascínio pelo desconhecido e saudade do que ficou para trás. Assim como eu, muitos portugueses, por necessidade ou escolha, embarcaram em aventuras que os levaram a lugares distantes. Todos partem de um ponto comum – Portugal – e seguem por caminhos únicos, carregando no coração as memórias, os valores e a identidade de uma nação. 
A partir de conversas que deram origem ao podcast «Caminhos Globais», gravado em países como Turquia, Austrália, Portugal, Dinamarca, Moçambique, Senegal e Quénia, surgiu a ideia deste livro. O objetivo é claro: identificar padrões, valores e estratégias que possam inspirar outros – desde aqueles que estão a começar aos que estão no meio da jornada ou já planeiam regressar a Portugal. 
Este livro é, acima de tudo, uma homenagem a quem leva a bandeira de Portugal pelo mundo. Não se trata apenas de trabalho; trata-se de construir pontes entre histórias individuais e coletivas, de criar uma comunidade onde vozes portuguesas ressoam em organizações como a ONU, a União Europeia e tantas outras. 
A particularidade de uma carreira internacional é a itinerância. Ao contrário de quem emigra para criar raízes, os profissionais globais vivem em movimento, sempre com as malas prontas. Portugal, para nós, é mais do que um país: é o lugar das memórias, das saudades e das reconexões. 
Cada percurso é único mas há traços comuns de personalidade que fui identificando ao longo das entrevistas: a capacidade de gerar empatia, a importância do conhecimento linguístico, a curiosidade e espírito de aventura, a importância da resiliência. Para além disso também ficou realçada a vantagem de ter mentores e a estabilidade emocional e o apoio familiar. Também foi mencionado inúmeras vezes a necessidade de reforçar a ligação entre o Ministério dos Negócios Estrangeiros e embaixadas e os profissionais internacionais. 
Caminhos Globais é mais do que um relato de histórias; é um convite para explorar, aprender e inspirar. Este livro é para os que já embarcaram nessa jornada, para os que aspiram fazê-lo e para todos que acreditam que levar Portugal ao mundo é mais do que uma missão – é um propósito. Que estas páginas sejam uma fonte de motivação e um guia para quem deseja fazer parte desta comunidade de portugueses que, com talento e determinação, deixam a sua marca no cenário internacional.

quinta-feira, 10 de julho de 2025

A história do silêncio do Renascimento até à actualidade


Após trazer aos leitores portugueses A História do Repouso, a Quetzal apresenta um novo livro do historiador Alain Corbin (n. 1936). Conhecido pela enorme sensibilidade no tratamento de temas pouco convencionais, traça agora uma genealogia do silêncio, desde o Renascimento até aos nossos dias. Com tradução de Antonio Sabler, História do Silêncio é um livro de uma erudição clara e simples, escrito num tom leve e muito acessível.
História do Corpo (Vols. I, II e III) e História do Cristianismo são outros livros do autor já lançados no nosso idioma.

Sinopse
O silêncio não é a mera ausência de ruído. Reside dentro de nós, nesta cidadela interior que grandes escritores, pensadores, académicos, mulheres e homens de fé cultivaram durante séculos.
Numa época em que o ruído invade todos os espaços, Alain Corbin recorda a história desta época em que a fala era rara e preciosa.
Condição de contemplação, devaneio e oração, o silêncio é o lugar íntimo de onde emergem as palavras. Os monges criaram mil técnicas para o exaltar, até mesmo os cartuxos que vivem sem falar. Os filósofos e os romancistas disseram que a natureza e o mundo não são uma distração vã.
No entanto, ocorreu uma rutura por volta da década de 1950, e o silêncio perdeu o seu valor educativo. A hipermediatização do século XXI obriga-nos a fazer parte do todo em vez de nos ouvirmos a nós próprios, alterando a própria estrutura do indivíduo.
Redescobrir a escola do silêncio é o desafio deste livro, e cada citação é um convite à meditação e à autorreflexão. Com este gosto pelo elusivo que deu origem aos seus maiores livros, Alain Corbin convida-nos a ouvir uma outra História. 

Biografia do Silêncio e Silêncio na Era do Ruído são outros livros que podem interessar.

Outra novidade da Quetzal: A Casa das Portas, de Tan Twan Eng.

terça-feira, 8 de julho de 2025

Acaba de ser reeditado «Linda Como Um Cravo», uma história sobre violência doméstica


A autora Clementina Matos foi a vencedora do prémio literário Manuel Teixeira Gomes 2022 pela obra Linda Como Um Cravo.

A Modocromia 
Editora acaba de publicar uma nova edição deste romance profundamente comovente, baseado em factos reais. Esta nova edição mantém intacta a força da história original, agora revisitada numa forma renovada.

Texto sinóptico
Linda como um Cravo narra a vida de Maria das Dores, uma mulher cuja existência é marcada pela beleza, pela resistência e por uma tragédia silenciosa. Ambientada na serra da Lousã, a história acompanha a protagonista desde a sua juventude, repleta de sonhos e de esperanças, até ao seu destino cruel nas mãos de um marido que a subjuga e a priva do direito a uma morte digna.
Com uma escrita poética e sensível, Clementina Matos constrói um retrato vívido de uma época e de uma sociedade onde as vozes femininas eram frequentemente sufocadas. A narrativa, distinguida com o Prémio Literário Manuel Teixeira Gomes em 2022, equilibra-se entre a beleza da paisagem serrana e a dureza de uma vida marcada pela dor e pela resignação.
Mais do que uma ficção, este livro é um alerta comovente para uma dura verdade que, infelizmente, persiste ainda hoje em pleno século XXI. É uma obra que desafia o leitor a reflectir acerca do custo do silêncio e a resistência do amor, mesmo nas circunstâncias mais adversas.

Outros livros da autora
Piedade – Paixão em GondramazO Homem Que Não Fechava Os OlhosUm Chapéu Em Paris, 
A Curva Do Tempo, O Gentil Vagabundo.

Outro livro publicado recentemente pela editora
A Última Mensagem de J.C
., de Maria Lucília F. Meleiro.

domingo, 6 de julho de 2025

«Memórias do Cárcere», de Camilo Castelo Branco

Editora: Imprensa Nacional (INCM)
Data de publicação: Julho 2016
N.º de páginas: 368


De Outubro de 1860 a Outubro do ano seguinte, o escritor Camilo Castelo Branco, por estar suspeito de crime de adultério com Ana Plácido, esteve preso na Cadeia da Relação do Porto. O que aconteceu durante esse ano de reclusão (o autor tinha trinta e cinco anos) é-nos relatado nas páginas de Memórias do Cárcere, uma obra autobiográfica onde Camilo nos faz uma profunda análise psicológica da condição humana. 
Neste livro, é-nos narrado em primeira pessoa as duras condições da prisão oitocentista e o sofrimento humano que presenciou. O ambiente opressivo da cadeia, o impacto emocional da reclusão e a injustiça do sistema judicial da época são temas centrais do livro. A obra combina introspecção poética, crítica social e episódios vividos ou testemunhados durante o encarceramento, como a visita do Rei D. Pedro V, a convivência com figuras como Zé do Telhado e o relato de histórias pungentes de outros reclusos. A prisão foi também o cenário onde amadureceu a sua crítica à moral da sociedade, à hipocrisia e às arbitrariedades do poder. 
Memórias do Cárcere mostra a genialidade de um dos maiores escritores portugueses, cuja escrita foi marcada pela sensibilidade e pela observação aguda dos dramas humanos. Camilo foi o primeiro escritor profissional em Portugal, autor de mais de duas centenas de obras, dispersas entre os géneros romance, poesia, teatro e biografia. 
Durante o cativeiro, o autor escreveu Amor de Perdição, o seu romance mais célebre, a sua magnus-opus, escrita durante um período de quinze dias, inspirado no seu relacionamento com Ana Plácido. 
Esse ano de prisão foi transformado em testemunho literário e intemporal, sendo Memórias do Cárcere uma reflexão não só da sua dor pessoal, mas também a dos seus companheiros de cela, revelando empatia e humanidade. 
O bicentenário do nascimento de Camilo Castelo Branco, que está sendo assinalado em 2025, tem feito com que novas edições de obras suas, como Maria da Fonte (Ed. Bertrand), A Filha do Arcediago (Ed. Opera Omnia) e A Bruxa de Monte Córdova (Ed. Glaciar), estejam a atrair novos leitores para a esfera camiliana. 
Como curiosidade: a cela onde ficou preso permanece como memória viva no actual Centro Português de Fotografia; A sua casa em Seide é hoje Museu e Centro de estudos, preservando o seu legado.
Outras obras do autor encontram-se publicadas pela editora INCM, como A Sereia, Vinte Horas de Liteira, Aventuras de Basílio Fernandes Enxertado e Novelas do Minho

Excerto 

«Antes de contar como passei a primeira noite de cárcere, perdi-me logo, como costumo, em divagações, que o leitor, já afeito com o meu génio, aceita com benevolência. Às nove horas da noite os guardas correram os ferrolhos, e rodaram a chave da pesada porta do meu cubículo, a qual rangia estrondosamente nos gonzos. Estava sozinho. Sentei-me a esta mesma banca, e nesta mesma cadeira. Estavam aqui defronte de mim alguns livros (...) Folheei-os todos, e de todos me fugia o espírito para entrar no coração, e sair de lá em ânsias do inferno que lá ia.»

quinta-feira, 3 de julho de 2025

Está de volta às livrarias a obra «Retrato de Mr. W.H.», de Oscar Wilde

Uma das novas publicações que chegam este mês às livrarias intitula-se Retrato de Mr. W.H., um conto do escritor irlandês Oscar Wilde, publicado originalmente na Blackwood's Magazine em 1889. The Portrait of Mr. W. H. foi traduzido para o nosso idioma por Aníbal Fernandes. A história é sobre uma tentativa de descobrir a identidade de Mr. W. H., a enigmática pessoa a quem Shakespeare dedicou seus sonetos. 
Os Meus Oscar Wilde e Salomé, Salomés... são outros livros que constam do catálogo da Sistema Solar que podem interessar.

Sinopse
A máscara a ocultar os espaços proibidos do puritanismo vitoriano. O elogio do andrógino e do seu mito, essa mesma totalidade que São Tomé preconiza no seu Evangelho gnóstico.

Divagação sobre a máscara ou a própria máscara — dir-se-á da obra literária de Oscar Wilde em muitos dos seus momentos. E na «Verdade das Máscaras», ensaio seu de 1885, lê-se a frase que as defende como oportunidade e as destina a uma superior intervenção no teatro: «As verdades metafísicas são as verdades das máscaras». Oscar Wilde consente-lhes a função do rosto sobrecarregado por verdades impossíveis ao suporte orgânico do actor; e que a sua leitura (inteligente, exterior) seja o sublime prolongamento da expressividade corporal, suporte de um conhecimento além-corpo-e-talento ou chave da câmara secreta que encerra — sempre — uma explicação satisfatória da personagem. Trata-se, pois, de uma aliança entre o leitor da máscara e o seu criador, de um pacto em que ambos vão interrogá-la de frente. 
[…] 
Olhar por detrás da máscara não será em Oscar Wilde indício de má-consciência. Magoado com o meio social que o hostiliza, faz dela um recurso e um rosto ocultador, utiliza-a como um passaporte que permite — com o que supõe menor risco — aflorar as regiões superiores da sensibilidade. 
[…] 
O Retrato de Mr. W.H. é, na obra do autor, um texto singular: pelo tema; pela forma híbrida de ensaio e conto — a ambiguidade que melhor serve o seu inquérito sobre W.H., conduzido à maneira de uma ficção policial-dedutiva (bizarra, de facto, porque não espreita actos e comportamentos do tempo do texto, mas versos antigos de mais de uma centena de sonetos). O Retrato de Mr. W.H. colecciona créditos e depois nega-os, deixando sistematicamente em falso o último elo da cadeia dos factos; acrescenta-se com deduções e hipóteses de natureza ensaística que a acção do conto, com jogadas sucessivas, anula. [Aníbal Fernandes]

«A Ama Perfeita» entre as novas publicações da Editora Planeta


Poppy Kuroki nasceu na Escócia e cresceu em Inglaterra. Desde 2014 que vive no Japão, onde trabalha como escritora e editora freelancer. Viagem a Kagoshima - à venda deste o dia 1 deste mês - é o primeiro livro da série Memórias Ancestrais, uma fantasia histórica arrebatadora passada no Japão da era dos samurais. É uma história inesquecível sobre dever, identidade e um amor que desafia o tempo, entre a lâmina da guerra e a sombra das cerejeiras em flor. 

Texto de apresentação
Uma viagem no tempo. Um amor impossível. Um destino marcado pela espada. 
Ao viajar da Escócia para o Japão, para investigar a história da sua família, Isla Mackenzie é apanhada por uma violenta tempestade que a arrasta através de um misterioso portal numa viagem no tempo até 1877 – o início da Rebelião de Satsuma, o conflito que ditou o fim dos samurais. Ao conhecer o carismático samurai Keiichirō Maeda, que lhe revela um modo de vida até então desconhecido, Isla começa a questionar se terá finalmente encontrado o seu verdadeiro lar. Mas, ao contrário do homem que ama, Isla conhece o desfecho iminente da rebelião… e o destino de Kei. A sua escolha parece ser impossível: deverá avisá-lo e salvar o homem que ama, mudando o curso da História, ou deixá-lo morrer a morte gloriosa em que ele tanto acredita? Estará ela disposta a deixar o passado para trás e regressar à vida que tinha, sabendo que o seu futuro nunca mais será o mesmo? 


Após A Convidada Perfeita (2024), A Ama Perfeita, a publicar a 15 de Julho, é o novo tríler da americana Nelle Lamarrautora best-seller do New York Times, que já vendeu mais de 350 mil livros em todo o mundo. Para Freida McFadden, este livro é «impossível de largar…»

Texto de apresentação
Desde que a Isa nasceu, sinto que estou a perder o controlo. A memória falha-me, os meus pensamentos estão envoltos numa névoa, os dias confundem-se. Quando o Ned, o meu marido, sugere contratarmos uma ama, aceito, sem pensar duas vezes.
Quando ela entra em nossa casa, sinto um alívio imediato. Mas depois reparo nos seus olhos, cor de ametista. Uma memória teima em surgir, mas desaparece antes que a consiga compreender. Depois, vejo o Ned a sussurrar-lhe ao ouvido, a mão dela no braço dele, e um arrepio percorre-me a espinha. Tento convencer-me de que tudo não passa da minha imaginação.
Até que encontro a Isa virada de barriga para baixo, com dificuldade em respirar. Grito enquanto a abraço, e ela chora, em choque. Está viva. Mas o alívio dá lugar ao pânico quando vejo o Ned atrás de mim. Fito os olhos do meu marido e percebo uma coisa: ele acha que fui eu.
Tenho de descobrir a verdade e manter a minha bebé em segurança, antes que seja tarde de mais. Estou a enlouquecer ou alguém quer destruir a minha vida? 

Outras novidades da Planeta
Corrida a Dois, de Simone Soltani; O Código Da Vinci e Anjos e Demónios, de Dan Brown.

Livros de Dan Brown «O Código Da Vinci» e «Anjos e Demónios» ganham novas edições

Entre as novidades que a Planeta de Livros vai lançar durante este mês de Julho constam novas edições de dois dos livros mais populares de Dan Brown, ambos adaptados para o cinema, com Tom Hanks no papel principal. 
O Código Da Vinci é um dos romances mais lidos de todos os tempos com mais de 85 milhões de exemplares vendidos. Anjos e Demónios conta a primeira aventura de Robert Langdon, o lendário personagem criado pelo escritor norte-americano, que em breve publicará um novo livro, The Secret of Secrets, que será lançado pela Planeta a 10 de Setembro.

Texto sinóptico
Um segredo milenar. Um código escondido. Um livro que desafia a História.

Durante uma viagem de trabalho a Paris, Robert Langdon, o prestigiado simbologista da Universidade de Harvard, recebe uma chamada inesperada a meio da noite: o curador do Louvre foi assassinado dentro do museu. Junto ao corpo, a polícia encontrou uma enigmática cifra.
Langdon e Sophie Neveu, uma talentosa criptóloga francesa, iniciam uma investigação para resolver o misterioso enigma, quando são surpreendidos por pistas escondidas nas obras de Leonardo Da Vinci – à vista de todos, engenhosamente disfarçadas pelo pintor. Ainda mais surpreendente, descobrem que o curador pertencia ao Priorado de Sião, uma sociedade secreta que contou com membros ilustres, como Sir Isaac Newton, Victor Hugo e Da Vinci, e que guardava um segredo histórico incalculável.
Numa vertiginosa corrida contra o tempo, Langdon e Sophie enfrentam um inimigo sem rosto, que se mantém sempre um passo à frente. Se não conseguirem decifrar o complexo quebra-cabeças a tempo, uma explosiva e antiga verdade perder-se-á para sempre.


Texto sinóptico
Uma arma invisível. Uma cidade sagrada. Um plano imparável.
Uma antiga irmandade secreta.
Uma nova e arrasadora arma de destruição.

Quando Robert Langdon, o prestigiado simbologista de Harvard, é chamado a um centro de investigação suíço para analisar um símbolo misterioso – gravado a fogo no peito de um cientista assassinado–, descobre algo inimaginável. Uma poderosa e antiga sociedade secreta, julgada extinta, conhecida como os Illuminati, emergiu das sombras para levar a cabo a fase final da sua histórica vingança contra o seu maior inimigo: a Igreja Católica.
Os piores receios de Langdon confirmam-se na véspera do Conclave, quando um emissário dos Illuminati anuncia a existência de uma arma de destruição maciça no coração da Cidade do Vaticano. Com a contagem decrescente em curso, o simbologista parte de urgência para Roma, juntando-se a Vittoria Vetra, uma enigmática cientista italiana, numa missão desesperada para salvar o Vaticano.
Numa aventura frenética por criptas seladas, perigosas catacumbas, catedrais abandonadas, Langdon e Vetra seguem o rasto de símbolos ancestrais, dispersos pela cidade de Roma em direção ao esconderijo dos Illuminati, há muito esquecido no tempo: um local que contém a única esperança para a salvação da Igreja.

terça-feira, 1 de julho de 2025

Depois do casamento, chega... «O Divórcio Perfeito», de Jeneva Rose


Da mesma autora de Não Devias Ter Vindo e O Casamento Perfeito, a americana Jeneva Rosechega às livrarias no próximo dia 10 O Divórcio PerfeitoTradução de Fernanda Semedo e edição Saída de Emergência.

Sinopse
Até que a morte nos separe. A tua. Não a minha.
Passaram onze anos desde que Sarah Morgan defendeu o marido, Adam, contra a acusação de homicídio da sua amante. Sarah seguiu em frente, começando uma família com o novo marido, Bob Miller, e mudando de carreira. A sua vida voltou a ser exatamente como sempre quis… ou será que não?
Depois de descobrir que Bob teve um caso de uma noite, Sarah não perde tempo e pede o divórcio. No entanto, durante a separação, novas provas de ADN são descobertas no processo contra Adam, obrigando a polícia a reabrir a investigação, e tornando novamente Sarah o centro das atenções.
Quando a mulher com quem Bob dormiu é dada como desaparecida, inicia-se o jogo arriscado do gato e do rato. Com as surpresas e as reviravoltas características de Jeneva Rose, este thriller deixa os leitores a questionarem-se: será que Bob e Sarah conseguirão alcançar o divórcio perfeito? Ou será “até que a morte nos separe”?

Excerto
«Quando me casei com o Bob, sabia que um dia me divorciaria dele, porque os homens são como os advogados. Não se pode confi ar neles. E tenho razões para saber, porque sou advogada… e ele também. O meu marido está sentado à minha frente numa mesa de reuniões feita para vinte pessoas, mas hoje somos só quatro nesta sala: eu, o Bob e os nossos respetivos advogados. Estou a tentar não olhar para o homem com quem passei os últimos doze anos. Contudo, sinto os seus olhos negros em mim, por isso fi to-o só para o fazer desviar o olhar. Os dois botões de cima da sua camisa branca engomada estão abertos e a gravata pende-lhe, solta, em torno do pescoço. Apesar da temperatura fresca da sala, há gotas de suor na sua testa.»

Sem Remorsos, de Mary Kubica, é outro tríler que pode interessar.

segunda-feira, 30 de junho de 2025

«Que Faremos com José Saramago?» entre as novidades da Tinta-da-china


Além do livro de literatura de viagens A Estação, da autoria de Robert Byron, que 
descreve um lugar sagrado e misterioso da Grécia, Monte Athos, são novas publicações da Tinta-da-china os seguintes títulos.

Texto sinóptico
A partir do título da peça teatral 'Que Farei com Este Livro?' — e revisitando crónicas, poemas, peças, romances, contos, ensaios, memórias, depoimentos —, ensaiam‑se aqui novas análises da obra plural e inovadora de José Saramago e do seu exemplo enquanto cidadão empenhado nos problemas humanos, sociais, políticos e religiosos. Pensador arguto, agitador de consciências, humanista insubmisso e livre de militâncias ortodoxas ou politicamente correctas, escritor universal, Saramago foi, e é, inspiração para quem pretenda ser construtor do seu presente e do seu futuro. Partindo das palavras e ideias deste homem que nasceu para ser anónimo e acabou por se tornar parte da História, Que Faremos com José Saramago? propõe a todos que as histórias reais e as vontades sejam elevadas a acções consequentes no espaço individual e simultaneamente colectivo que é, em escalas diversas mas igualmente válidas, o de cada um de nós.
Organização e prefácio de Carlos Nogueira e José Vieira.


Texto sinóptico
Três Discursos sobre Eros é uma meditação sobre o diálogo Fedro, de Platão, e especialmente sobre o modo como nele se pensa a dupla natureza de eros: este é uma forma de “loucura” — um desejo de posse e um perder‑se num mundo de ilusão —, mas é também “divino”, uma experiência da beleza que desperta a alma para a interrogação da verdade. O fio dessa meditação é dado pela discussão da relação entre filosofia e poesia, do carácter poético‑literário do texto platónico e da origem das imagens platónicas de eros nos poemas de Safo e em toda a tradição poética dos gregos. Esse fio leva também à reflexão sobre múltiplos ecos das questões platónicas em autores como Nietzsche e Proust e, acima de tudo, sobre a interpretação do Fedro nas obras de Hegel, Heidegger e Thomas Mann. Desta forma, o livro faz pensar no eros platónico como uma experiência surpreendentemente moderna de subjectivização e autenticidade — mas, ao mesmo tempo, como uma experiência da beleza e da verdade que devemos questionar se não estará irremediavelmente perdida para nós.
Da autoria de João Constâncio.



Texto sinóptico
Se Fosse Fácil era para os Outros, de Rui Cardoso Martins
Uma descoberta: desde sempre, na «terra dos livres», a loucura, a mentira e a estupidez aguardavam a hora de serem largadas à solta contra a democracia e contra o Mundo.
Entre cartas que chegam para alguém que morreu, créditos que podem ficar tão mal parados como a vida, a urgência de alguma redenção, cinco amigos decidem atravessar um dos mais complexos territórios sobre a terra: os Estados Unidos da América. De Nova Iorque ao Sul profundo, de amores nativos a tragédias com asas, em busca de um destino com Cataratas do Niágara ou apenas de alguma leveza, os destemidos (e intempestivos) viajantes atravessam estados de alma, noites de copos e manatins, vigílias contra (ou a favor…) da pena de morte, abismos raciais e emocionais, jogos de sorte, duelos de pistola, cidade após cidade, sem medo do que vão perdendo pelo caminho. Doçura, violência, mares de ciclone e desertos atómicos.
E quem sabe se também não ganharão alguma coisa? Até porque, se fosse fácil…

Diário de viagem «Rio Minho» resgata do esquecimento uma das fronteiras mais antigas da Europa

'K Viagens' é uma colecção da Faktoria K de Livros, uma chancela da Kalandraka, que desvenda a história e os testemunhos reais de sítios míticos. Iniciou-se com Vertigem Horizontal - Uma cidade chamada México, de Juan Villoro, que nas suas páginas compõe um enorme fresco do caos mítico e simultaneamente intimista da capital do seu país.
O novo título da colecção, Rio Minho - Uma viagem entre solstíciosoriginalmente publicado em galego, foi reconhecido com o XVIII Prémio Eurostars de Narrativa de Viagens. escritor Xesús Fraga, nascido em Londres mas a viver desde sempre em Galiza, resgata do esquecimento uma das fronteiras mais antigas da Europa.
Duas leituras que nos dão uma perspetiva única e nos fazem viajar no tempo e espaço.

Texto sinóptico
A viagem que resgata do esquecimento uma das fronteiras mais antigas da Europa...
Durante seis meses, entre o solstício de Inverno e o de Verão, o escritor e jornalista galego, Xesús Fraga, desafiou-se a trilhar, da nascente até à foz, o curso do rio Minho ao longo dos seus 315 quilómetros.
Nesta viagem natural e contemplativa, narrada com sedução e engenho, o autor conduz com mestria o leitor por uma rota que parte não só à descoberta da "coluna vertebral, física e simbólica da Galiza", como também das paisagens e testemunhos que, dos dois lados desta fronteira de água, unem e simultaneamente distinguem galegos e portugueses.
Mesclando um estilo tão lírico quanto documentado, Fraga transcende a dimensão natural do rio e imerge na História e nas estórias das suas gentes, desvendando tradições, cultura, arte ou gastronomia, ao mesmo tempo que reflecte sobre o seu passado, presente e futuro, num genuíno retrato líquido dessas regiões ribeirinhas.

domingo, 29 de junho de 2025

Novo lançamento da Paulinas Editora: «Tesouro dos Exorcistas»

Uma das mais recentes publicações da Paulinas intitula-se Tesouro dos Exorcistas, obra que resulta de um trabalho árduo e ousado de Nuno André, autor que
entre outros livros, já escreveu Magia - Um olhar sobre um tesouro oculto e Medalha Milagrosa.

Texto de Apresentação
Tesouro dos Exorcistas é uma obra de fôlego que reúne, como nunca antes, os principais textos, rituais, orações e ensinamentos da tradição cristã sobre o exorcismo, a bruxaria e o combate espiritual. 

Fruto de investigação rigorosa, experiência pastoral e fidelidade à doutrina da Igreja, este livro oferece ao leitor uma visão histórica, teológica e prática sobre a presença do Mal, a sua ação no mundo e os meios de o enfrentar. Aqui respondem-se, com clareza e profundidade, às grandes questões que atravessam séculos: Quem é o Diabo? Qual é a origem da bruxaria? Existem malefícios reais? Que poderes invocam os feiticeiros? E, sobretudo, como pode a fé proteger e libertar? 
Com base em textos antigos e documentos oficiais, testemunhos de santos, reflexões espirituais e fontes raras, esta obra revela segredos escondidos, desfaz mitos e conduz o leitor por um caminho de discernimento e libertação.

O autor
Nuno André é Professor de EMRC e doutorando na Universidade Nova de Lisboa, na especialidade de História do Livro Antigo. Aprofundou os seus estudos em comunicação e espiritualidade em Roma, na Universidade Pontifícia de la Santa Croce (Comunicação da Igreja), Regina Apostolorum (Exorcismos e Libertação) e Anselmianum (Espiritualidade Monástica). É Diretor de Comunicação do Centro de Estudos Florestais, do Laboratório Associado TERRA e da Paulinas Editora. 

Outra novidade da Paulinas: Tudo Pede Salvação.

Romance histórico «A Última Mensagem de J.C.», de Maria Lucília F. Meleiro


A Modocromia publicou recentemente A Última Mensagem de J.C., um romance que retrata com intensidade o misticismo e os profetas da Palestina no tempo de Jesus Cristo, apoiando-se em fontes arqueológicas e documentais contemporâneas e nas mais recentes investigações usando as novas tecnologias.

A autora, Maria Lucília F. Meleiroé natural de Lisboa e licenciada em Filologia Germânica pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Fez pós-graduações e mestrados em Desenvolvimento Pessoal e Social, com uma tese sobre Desenvolvimento e Imaginação e em Literatura Inglesa com uma tese sobre Thomas Browne. 
Foi docente durante vários anos, como professora do Quadro de Nomeação Definitiva do Ministério da Educação. 
É membro da A.P.E. (Associação Portuguesa de Escritores) e da A.P.P. (Associação Portuguesa de Poetas). 
Recebeu várias distinções, como a Medalha de Mérito Cultural (Universidade Internacional Sénior).

Texto sinóptico
A Última Mensagem de J.C.
é uma narrativa situada no tempo de Jesus que lança luz sobre alguns aspectos da vida na Palestina no Século I.
O colaboracionismo corrupto do rei Herodes, os procuradores fantoche impostos pelos romanos, a existência de numerosas seitas tanto religiosas como políticas, animam o cenário e tornam propícia a emergência de projectos apocalípticos, ao jeito da tradição milenar de Israel.
A promessa da vinda de um Messias libertador, portador da Mensagem de uma Nova Ordem que dominaria o mundo, exalta os espíritos, e essa Mensagem, que hoje encaramos como humanista e fraternal, assumiu então, por vezes, contornos de grande transformação social revolucionária, ligada ao que então se julgava o iminente colapso do mundo romano dominante.
É através do testemunho do centurião Caius Fabius, presente na Torre Antónia na altura da Paixão, que temos acesso aos momentos chave desta narrativa.
Tal como hoje sucede, a Palestina de então era um cadinho incandescente, onde fervilhavam incontroláveis paixões e sangrentas revoltas.
J.C. uma morte desejada por todos ou apenas por alguns? 

Bibliografia
Autora do ensaio A Mitologia dos Povos Germânicos (Ed. Presença, 1994), dos livros de poesia com edições bilingues Flor do Caos | Flower of Chaos (Ed. Apenas Livros, 2014) e Conjugações Imprevistas | Conjugaisons Imprévues (Modocromia, 2024), e dos romances históricos A Rosa de Alexandria (Ed. Presença, 2002), Iraque - O Pranto de Ishtar (Ed. Ésquilo, 2010), As Máscaras da Paixão (Ed. Ésquilo, 2013) e agora A Última Mensagem de J.C. (Modocromia, 2025).
ensaísta, investigadora e palestrante colaborou em várias antologias poéticas e tem no prelo A Agonia dos Impérios, o último romance pertencente à Tetralogia do Médio Oriente e Arkana Maxima, uma compilação de artigos diversos.
A sua obra está traduzida em francês, inglês, espanhol, alemão, árabe, romeno e farsi.

Tradução literária
Maria Lucília F. Meleiro trasladou para o nosso idioma as obras Os Filhos do Graal (1996), O Sangue dos Reis (1997), O seu perfil astrológico (2003)A Arte Tibetana do Pensamento Positivo (2005) e As Desventuras de Margaret (1999) - todos publicados pela Editorial Presença.

sábado, 28 de junho de 2025

Porto Editora apresenta «O Expresso de Paris», o novo romance de Emma Donoghue

Emma Donoghue (n. 1969), a autora irlandesa de O Quarto de Jack (adaptado ao cinema em 2015 sob o título 'O Quarto', protagonizado por Brie Larson, que venceu o Oscar de Melhor Actriz pelo seu desempenho), O Prodígio (transposto para filme em 2022 pela Netflix, com Florence Pugh) e A Dança das Estrelas regressa à ficção com uma história com um enredo cheio de tensão e uma perspetiva da sociedade francesa do fim do século. Inspirado num desastre ferroviário de 1895, que ficou famoso pelas imagens extraordinárias da estação de Montparnasse, O Expresso de Paris é um romance intenso com um grupo de personagens fascinantes.

Sinopse
O expresso Paris-Granville é o cenário onde se encontram pessoas vindas de lugares tão próximos como a Bretanha e Irlanda ou tão distantes como a Rússia, a Argélia, a Pensilvânia ou o Camboja.
Nas várias carruagens seguem artistas e estudantes, deputados a caminho da abertura do Parlamento, lésbicas e gays, uma mulher grávida, um vendedor ambulante de café e também uma jovem anarquista francesa, Mado Pelletir, que tem um plano assustador.
Mas quando começa a interagir com os outros passageiros, descobre que eles são mais do que apenas um conjunto de rostos desconhecidos.
Evocativo e rico em simbolismo O Expresso de Paris capta sem esforço a política, o glamour e o caos que marcaram o fim do século XIX.

Elogios
«Os fãs de Titanic vão apaixonar-se por este romance historicamente envolvente de glamour, arrogância, caos e sofrimento.»
Oprah Daily

«Cativante! Emma Donoghue escreve com riqueza de detalhes... O Expresso de Paris traz grandes questões sobre a interconexão humana num thriller histórico de tirar o fôlego que eu não consegui largar.» Shelby Van Pelt

«Uma mistura fascinante de comentário social e mistério. Resultado de uma pesquisa rigorosa, este thriller representa também de forma meticulosa a vida real dos passageiros do Expresso de Paris. Se a máquina a vapor é um feito surpreendente de engenharia, o mesmo acontece com este romance viciante de Donoghue.» Washington Post

quarta-feira, 25 de junho de 2025

Tinta-da-china publica «A Estação», de Robert Byron


Além de Três Discursos sobre Eros, de Que Faremos com José Saramago? e de Se Fosse Fácil era para os Outros, a 
Tinta-da-china publica o seguinte livro.

Robert Byron (1905-1941) nasceu no Reino Unido e é considerado um dos maiores autores de literatura de viagens do século XX. Em 1933 visitou a Pérsia e o Afeganistão, viagem que relatou em A Estrada para Oxiana (Tinta-da-china, 2014), obra de referência que Bruce Chatwin descreveu como «um texto sagrado, acima de qualquer crítica». 

Um novo título deste autor será publicado, A Estação
com tradução portuguesa assinada por Raquel Mouta e prefácio de Carlos Vaz Marques, que escreve: «Este livro não é um mero relato de viagem, mas uma exploração da alma bizantina, conduzida por alguém que não se contenta com uma observação superficial. Não se limita a descrever mosteiros, ícones e frescos — mergulha no espírito do lugar, tentando compreender o que faz do Monte Athos um microcosmo único, onde o tempo parece ter parado.»

Texto sinóptico
Monte Athos: o lugar mais sagrado e misterioso da Grécia
O Monte Athos, centro espiritual do monasticismo ortodoxo oriental, é um estado autónomo, com o seu próprio calendário e um horário solar, onde as mulheres estão proibidas de entrar. Esta bela e acidentada península da região da Macedónia, referida já em Heródoto, é um local de refúgio desde os primórdios do cristianismo.
Em 1927, com 22 anos, Robert Byron fez uma viagem com amigos ao Monte Athos que o influenciaria para o resto da vida. Neste livro, com espírito crítico, sentido de humor e rasgo literário, regista descrições dos monges e visitantes, do seu quotidiano, das paisagens e dos tesouros preservados pelos mosteiros, lançando luz sobre um mundo antigo e enigmático, há muito escondido dos olhos de forasteiros.

sexta-feira, 20 de junho de 2025

«África Minha», o livro da vida de milhares de leitores, ganha uma nova edição

Além da reedição de As Nove Magníficas, obra onde Helena Sacadura Cabral sublinha a importância do poder feminino na nossa História, a 2 de Julho a Clube do Autor reedita também África Minha, da escritora dinamarquesa Karen Blixen. Esta obra foi adaptada para o cinema em 1985, com interpretações de Meryl Streep e Robert Redford.
Este título - prefaciado por Laurinda Alves - pertence à Colecção 'Os Livros da Minha Vida', que conta com obras como Mulheres Apaixonadas, Terra Abençoada, Retrato de uma Senhora, entre outros.

Texto sinóptico
Em 1914, Karen Blixen chegou ao Quénia com o marido para gerir uma plantação de café. Imediatamente conquistada pelo mágico local, a autora passou aí os anos mais felizes da sua vida, até ao colapso da plantação. Foi então forçada a regressar à terra natal, a Dinamarca, onde escreveu África minha. No livro, Blixen despede-se, de forma comovente, da adorada terra e revela a sua profunda amizade pelas paisagens, pelas pessoas, pelos animais - e por Denys Finch- Hatton.
Escrito com uma vivacidade que nos faz sonhar imediatamente com o continente africano, África minha retrata um estilo de vida desaparecido para todo o sempre.
Em Sombras no capim, Karen Blixen retoma a história cativante da sua vida no Quénia iniciada em África minha. Com afeto e sensibilidade, estas histórias iluminam o seu amor tanto pelos africanos, pela sua dignidade e tradições, quanto pela beleza e exuberância das paisagens, Sombras no capim é, assim, um capítulo final emotivo na apaixonante história de Karen Blixen sobre África.

A autora
Karen Blixen nasceu em 1885 na Dinamarca, de uma família nobre, e com o marido partiu para Nairobi, onde em 1914 iniciaram uma plantação de café. Separou-se do marido em 1921 e manteve-se à frente da fazenda, com a ajuda do irmão Thomas durante os dois primeiros anos, e sozinha nos restantes oito. Neste período, Denys Finch Hatton viveu com Karen na fazenda. 
Em 1931, falida a fazenda, e morto o companheiro num acidente de aviação, regressou à Europa. É na Europa que publica toda a sua obra, que, para além de África Minha, inclui Ironias do Destino e Ehrengard - A ninfa do lago. Karen Blixen morreu em 1962.

Outras publicações da Clube do Autor que chegam às livrarias também no próximo dia 2: Porque Falham os Negócios (de Anna Faelten, Michel Driessen e Scott Moeller), Dá-me o Teu Amor (de Corinne Michaels) e Afterglow (de Phil Stamper).