quinta-feira, 4 de junho de 2020

Narrativas de Thomas Mann e Hermann Hesse são publicadas este mês

Publicada em 1930, Mario e o Mágico é uma das narrativas mais marcadamente políticas de Thomas Mann.
O narrador descreve uma viagem familiar à cidade costeira italiana de Torre di Venere. A família espera umas férias calmas, mas vai ser confrontada com os problemas políticos da Itália de Mussolini e, em particular, com os numerosos turistas de classe média que, nos meses de agosto e setembro, afluem a Torre di Venere.
Após diversos incidentes, a família assiste ao espetáculo do mágico Cipolla. Mas, mais do que um mágico, Cipolla revela-se um poderoso hipnotizador. Durante a sua representação, o narrador experimenta sentimentos desencontrados de receio e admiração, curiosidade e raiva perante alguém que se mostra capaz de tornar o público dócil, um pouco como Mussolini e outros ditadores europeus da época foram capazes de fazer.
Mario e o Mágico foi adaptado a ópera e ao cinema.

Escrito pouco depois do fim da Grande Guerra, O Último Verão de Klingsor relata a história de um famoso pintor, Klingsor, que experiencia uma explosão final de criatividade no último verão da sua vida. Agarra vigorosamente, com ambas as mãos, a taça da vida e bebe até não mais poder. Pintor expressionista orientado pela emoção, a entrega de Klingsor à arte é total pois considera que esta corporiza seu conceito de essência da vida. Amante dos extremos, como pessoa opõe-se violentamente à moderação e à mediocridade. Não gosta de planear nada com antecedência pois não acredita no amanhã e vive cada dia como se fosse o último.
Na vida tem apenas dois pontos centrais de interesse em que é bem-sucedido: criar arte e amar. Como Demian, Siddhartha, Goldmund e Joseph Knecht, Klingsor não é uma personagem vulgar. Atingiu um patamar de sucesso fora do comum na arte que escolheu e trabalha intensamente para manter esse nível. E, tal como outros heróis dos livros de Hermann Hesse, luta por trilhar o seu percurso individual e único para atingir o fim que se propõe na vida.
A história tem laivos autobiográficos, pois Hesse começou a pintar por volta de 1917 e O Último Verão de Klingsor foi escrito no verão de 1919. O livro é um auto-retrato da vida de Hesse durante esse ano, quando se instalou em Montagnola, uma aldeia nas montanhas de Ticino, para começar uma nova fase da sua vida, sem a mulher e os filhos.

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