segunda-feira, 14 de março de 2022

Livro de Prémio Nobel da Física 2021 entre as novidades da Gradiva

Como tomamos decisões? Como escolhemos entrar em conflito ou evitá-lo? Como estabelecemos relações? As respostas a estas questões para ver numa vídeoconversa (aqui), dinamizada pela FFMS, com a bióloga computacional, escritora e defensora do autismo Camilla Pang. Em 2020, esta investigadora britânica recebeu o Prémio da Royal Society para o Melhor Livro de Ciência por Explicar os Humanos.

Sinopse
Diagnosticada com uma perturbação do espectro do autismo aos oito anos de idade, Camilla Pang tem lutado para compreender o mundo à sua volta. Deses­perada ­por ­uma ­solução, Camilla perguntou à mãe se não haveria um manual de instruções para humanos que ela pudesse consultar. Sem ter o plano da vida humana por que ansiava, Camilla começou a criar um por si própria.
Na posse de um doutoramento em bioquímica e dos «superpoderes» que ele lhe conferia para entender a neurodiversidade, Camilla desmontou as nossas práticas sociais e costumes e, usando a sua experiência única e a linguagem da ciência, que domina,­ identificou­ o­ que­ significa,­ de­ facto,­ ser humano.
Explicar os Humanos
, escrito­ de ­fora ­para ­dentro, isto é, tendo a autora como primeira destinatária da sua leitura, é uma explicação tão original quanto ­incisiva da ­natureza­ humana e ­da ­estranheza­ de­ algumas­ normas­ sociais.­ A­ perspectiva­ singular­ que ­Camilla ­tem ­do mundo diz ­muito ­sobre todos nós a cada um de nós, constituindo um guia fascinante­ para ­uma ­vida coerente ­e ­feliz.

Excertos
«Acredito que este livro (...) pode ajudar todos a entenderem melhor os relacionamentos, os dilemas pessoais e as situações sociais que definem as nossas vidas.»

«(...) as proteínas se viram na base da minha compreensão do comportamento humano. Elas são o elemento fundamental de toda a bioquímica. Não é possível entender como as células se formam, transformam e enteragem sem entender a natureza e o comportamento das proteínas. (...) não se pode entender como o corpo funciona sem saber alguma coisa acerca da proteína, a substância predominante nos nossos distemas a seguir à água.»

A Chave, a Luz e o Bêbado

«Vem-me à cabeça uma velha anedota. Um bêbado, de noite, põe-se à procura de uma chave por baixo de um candeeiro de rua. Chega uma pessoa que o ajuda. Mas, não encontrando nada, pergunta-lhe se tem a certeza de ter perdido ali a chave. O bêbado responde-lhe que, na verdade, a chave foi perdida do outro lado da estrada, mas que lá não havia luz.»
Com este exemplo divertido,
Giorgio Parisi (Prémio Nobel da Física 2021) explica como se desenvolve a investigação científica fundamental. E acrescenta: «Os cientistas fazem as coisas que conseguem fazer. Quando se dão conta de que dispõem dos meios para estudar alguma coisa que até ao momento tinha sido deixada de lado, então empenham-se nessa via.» Numa conversa animada muito compreensível, um dos mais extraordinários físicos teóricos da actualidade conta como a física evoluiu modernamente, de que problemas se ocupa, que interacções existem entre a pesquisa de base e o desenvolvimento tecnológico, que cenários se poderão abrir na sinergia entre a física dos sistemas complexos e a biologia.

O Estranho Mundo do Confinamento

«Esta estranha história desenrola-se de meados do século XX aos nossos dias. Emoções, paixões escondidas, incoerências, evolução civilizacional e o seu retrocesso constituem a trama do livro. Questões de «confinamentos» vários – sociais, políticos, económicos, educacionais e de cultura – são abordadas tendo como pano de fundo a pulseira electrónica da pandemia.»
Leonor Duarte de Almeida

«Em plena pandemia, esta é a história de quatro gerações de uma família lisboeta: as memórias dos mais velhos, os pesadelos dos mais frágeis, a insegurança das relações e a ambivalência dos adolescentes suspirando por autonomia e independência que acrescente risco ao seu dia-a-dia.»
Maria do Céu Machado

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