Bom Dia, Tristeza
Há livros que são para sempre. Bom Dia, Tristeza é um deles. Romance de formação, publicado no inicio dos anos 950 em França por uma menina de 19 anos, tornou-se um dos maiores best seller mundiais. Com várias edições em Portugal, estava, no entanto, há muito tempo sem uma edição brochada para o grande público. Aqui está ela, imperdível.
Tradução assinada por Isabel St. Aubyn.
Françoise Sagan foi uma das mais importantes escritoras francesas do século XX. Escreveu dezenas de livros: cerca de vinte romances, três contos, oito ensaios e autobiografias. Bonjour Tristesse foi a sua primeira e mais consagrada obra, adaptada para o cinema em 1957 (filme dirigido por Otto Preminger e com um elenco de actores composto por David Niven, Deborah Kerr e Jean Seberg). Morreu em 2004, aos 69 anos.
Agora
Dois jovens, cada um em busca de afirmação no seu campo artístico, partilham expectativas, frustrações e uma relação amorosa, que se vai desvendando perante o leitor.
Uma história de paixão e desencanto, numa narrativa intimista, que explora a complexidade do comportamento humano e as suas motivações mais profundas.
Vítor Gameiro Pais, é arquiteto de profissão, tendo-se dedicado em exclusivo a essa atividade ao longo de uma carreira de mais de 30 anos. Fazedores de Areia foi o seu primeiro livro de contos.
O Senhor do Paço de Ninães
No que se prende com a epopeia colonial, sejamos igualmente claros, esta somente adquire relevância temática e perfeita resolução crítica se correlacionada com o trajeto do protagonista e das pessoas que lhe são próximas.
A insistência, para reformular noutros termos, no valor histórico do romance, relegando para segundo plano a sua vertente passional, é inversamente proporcional à compreensão desse valor em todo o seu alcance, visto a sua manifestação cabal apenas fazer sentido em função do conteúdo sentimental da narrativa.
Uma narrativa, convirá acrescentar, como talvez poucas no romanesco camiliano, que se presta à problematização da identidade nacional e, consequentemente, ao questionamento das suas correlatas mitologias culturais.
Conhece aqui a Coleção de Obras de Camilo Castelo Branco publicadas pela editora de Jorge Reis-Sá.
As Sombras do Planeta
O novo livro de poemas de Yvette K. Centeno, reflectindo e celebrando o crepúsculo da existência, com uma serenidade e felicidade avassaladoras.
Na Glaciar publicou Entre Silêncios, Devagar, Ondas, De Marcel Robelin a Leonor Beltrán, Clarice e Guenia e Arger Arger e Guenia.
Conhece aqui outras quatro recentes publicações da editora, da autoria de Pedro Paixão.
terça-feira, 18 de novembro de 2025
Nova edição de «Bom Dia, Tristeza», de Françoise Sagan, entre as novidades da Glaciar editora
domingo, 16 de novembro de 2025
Algumas publicações da Shantarin editora
A Shantarin é uma editora multilíngue de literatura, artes e humanidades, que desde 2022 tem vindo a publicar obras de grandes autores portugueses, como é o caso de Fernando Pessoa. Em seguida, deixo os textos de apresentação de quatros livros desta editora independente, que já publicou livros em oito línguas.
Poesia. Primeira Antologia oferece aos leitores uma edição da primeira antologia da obra poética de Fernando Pessoa, editada por Adolfo Casais Monteiro na década de 1940. A obra inclui uma fina seleção de poemas, enriquecida com textos em prosa do autor, entre os quais a carta que Pessoa escreveu ao próprio Casais Monteiro para explicar a origem dos seus heterónimos. Com prefácio de Guilherme d'Oliveira Martins e um ensaio de Eduardo Lourenço.
O Sábio Árabe reúne uma seleção de textos de Fernando Pessoa, bem como outros documentos provenientes do seu espólio, sobre a civilização arábico-islâmica.
Pessoa é reconhecido como o mais universal dos escritores em língua portuguesa. A sua característica mais singular, que o torna um fenómeno literário raro e de excecional relevo em todo o mundo, reside no facto de ter escrito grande parte da sua obra, em verso e em prosa, através dos «heterónimos», personalidades fictícias que escreviam e pensavam de forma diferente entre si, como se fossem verdadeiros autores, distintos de Fernando Pessoa ele mesmo.
Este livro nasce com o objetivo de mostrar o que Fernando Pessoa, poeta-pensador da multiplicidade, escreveu e pensou sobre uma civilização que se baseia na religião da unidade divina: o Islão.
Dos textos literários e críticos de Pessoa, sobressai a ideia de que «não há profundo movimento português que não seja um movimento árabe» — um movimento com sólidas raízes no legado cultural de filósofos e poetas como al-Muʿtamid, e na tolerância e no pluralismo religioso que caracterizaram o al-Andalus.
Mário de Sá-Carneiro é um poeta fora do seu tempo e, portanto, contemporâneo porque só é contemporâneo quem não coincide com o próprio tempo e não se adapta às suas pretensões. Por isso, plenamente consciente de ser o único a chegar a tempo a uma festa cujo convite, porém, declinou, Sá-Carneiro faz-se ele próprio ofensa e irrisão dos lepidópteros de uma época que é a sua, mas que recusa porque é incapaz de correr à sua velocidade.
Talvez tenhamos de começar por aqui e admitir que não precisamos da vida de Mário de Sá-Carneiro — e muito menos da sua morte — para apreciar os seus versos e reconhecer-lhe a grandeza que, passado mais de um século, continua inalterada e inalcançável.
Canções de Declínio. Obra Poética (1913-1916), com edição de Giorgio de Marchis e ilustrações de Kleber Sales, reúne todos os poemas da breve idade adulta de Mário de Sá-Carneiro e conta com prefácio de Adriana Calcanhotto.
Camilo Pessanha, geralmente identificado (e bem) com o simbolismo, pelas imagens que usa e pelos símbolos que propõe na sua leitura metafórica do mundo e das suas sensações, pode, sob outro prisma, ser apartado daquele movimento literário. É que à vista do leitor vai-se revelando uma narrativa alegórica que, ao conceber a existência humana como um processo de despersonalização, acaba por conduzir a sua poesia para o território do modernismo. São, aliás, absolutamente centrais na literatura portuguesa as ligações entre Pessanha e poetas modernistas como Mário de Sá-Carneiro (1890–1916) e Fernando Pessoa (1888–1935), com a poesia de Pessanha a iluminar uma boa parte das obras destes autores. A presente edição da obra poética de Camilo Pessanha, Clepsydra, da responsabilidade de Paulo Franchetti, conta com uma introdução de Helena Carvalhão Buescu e ilustrações de André Carrilho.
sábado, 15 de novembro de 2025
Entre as novidades de Novembro está o romance vencedor do Prémio Femina de há um século
Joana D'Arc, da autoria do romancista francês Joseph Delteil (1894-1978) e Mervyn, do poeta francês Conde de Lautréamont (1846-1870) são os títulos de ficção mais recentes da Sistema Solar, ambos com tradução portuguesa assinada por Aníbal Fernandes.
Relembrar que em Outubro a editora lançou Desejo e o Massagista Negro, de Tennessee Williams.
Se Les Cinq Sens, de 1924, ainda conseguiu o favor de um relativo entusiasmo, o Joana d’Arc de 1925 (que biografava com excessivos lados profanos uma santa recente, só quatro anos antes canonizada, desde logo distinguido por altas vozes femininas do Prémio Femina) excitou com muito cruéis adjectivos os surrealistas, acompanhados nas suas diatribes pelos que funcionavam intelectualmente num plano oposto, cheio de moral e religiosidade, os que viam nesta Joana literária uma vontade de fazê-la descer, com vulgaridades terrenas, da altura dos seus altares.
Delteil, numa entrevista a Jacques Molénat, a tudo isto se referiu com perplexidade: No momento da batalha de Joana d’Arc tive contra mim a grande burguesia, Le Temps com o seu crítico Paul Souday, o catolicismo oficial com La Croix a dar-me, pelo seu director Jean Guiraud, todas as cutiladas que podia dar… e ainda um terceiro bandido chamado André Breton, que acusou o livro de ser «uma enorme trampa». Imagine a minha situação. Fiquei entre dois fogos, atacado pela direita e pela esquerda, por cima e por baixo, sem perceber exactamente porquê. Sentia-me num mundo de armadilhas e alçapões. E esta razão talvez tenha sido o que me fez fugir de todos eles.
Nesta batalha anti-delteil devem também reter-se as observações feitas por Donald Pelayo: «Pouco depois, no meio das hagiografias com gosto a incenso e a água benta, esta Joana não tardou a ser considerada incendiária. À Joana crepuscular, para freiras e madres superioras, Delteil opunha a sua Joana robusta e sensual, feita de carne e acção, uma Joana de um sol do meio-dia.»
Marcado por esta fuga às normas, Ducasse escolhia no Paris dos intelectuais uma lateralidade impenetrável e interdita à curiosidade dos poucos que desejavam ver, em corpo, o homem tão fora dos princípios da literatura e dos costumes. Tem-se no entanto admitido que talvez tenha havido neste apagamento público a excepção que o fez privar de perto com o movimento político da Comuna, embora só haja para isso um argumento débil, o de existir em L’Insurgé, o romance de Jules Vallès, uma personagem dessa agitação popular chamada Ducasse e que se ajusta de forma surpreendente às características pessoais do escritor dos Cantos de Maldoror.
Nos seus Cantos destaca-se pelo desvio à estrutura geral o Sexto, tentativa de pôr o ponto final àqueles hiperbolismos enfáticos com um «romance», chamemos-lhe assim, (hoje vou fabricar um pequeno romance de trinta páginas, é confessado num preâmbulo pelo próprio autor), oito capítulos autónomos, visitados por um Mervyn loiro — como os outros adolescentes com passagens rápidas nos Cantos anteriores — que se entrega indefeso a uma intriga equívoca, perturbada na sua forma literária pelas audácias de estilo, pelas rasteiras da lógica, caras a Lautréamont, e a sugerir-se como paródia sofisticada aos romances de Eugène Sue, de Ponson du Terrail e outros, nessa época a singrarem num auge de popularidade.
Mervyn surge tão singular dentro dos Cantos, que podemos conceder-lhe o direito de libertar-se das amarras que o prendem aos outros cinco textos da saga maldororiana; e assim, isolado e a contar-se com imagens barrocas e ênfases hiperbólicas, ganha também o direito de ser vítima da atracção ambígua e punitiva de um Maldoror atemporal e ubíquo (desdobrado, para a execução da sua sentença, pela cega obediência do louco Aghone) que o destrói e com sublimidade o castiga sem saber, ao que parece, atribuir-lhe mais culpas do que vê-lo a rondar, loiro e adolescente, nas suas imediações.
segunda-feira, 10 de novembro de 2025
Pela primeira vez em Portugal, a colecção integral de textos curtos de Hemingway
Mais de setenta histórias curtas escritas por Ernest Hemingway fazem parte de Contos Completos, compilação que a Livros do Brasil publica pela primeira vez em Portugal. A obra (traduzida a partir de The Complete Short Stories of Ernest Hemingway, 1987, por Alexandre Pinheiro Torres, Fernanda Pinto Rodrigues, José Correia Ribeiro, José Lima e Virgínia Motta), que inclui dezenas de textos até agora inéditos no país, alguns dos quais editados postumamente, oferece uma visão abrangente do trabalho do vencedor do Prémio Nobel da Literatura em 1954, um testemunho da sua perspicácia sobre a condição humana.
Cada conto revela profundezas emocionais escondidas sob a superfície de uma prosa aparentemente simples. Cobrindo temas universais tão caros ao vencedor do Prémio Pulitzer 1953, com O Velho e o Mar, como o amor, a perda, a coragem, o desespero e a resiliência, esta antologia, que conta com um prefácio do seus três filhos, resulta numa tapeçaria das mais variadas dimensões da existência, através da qual se evidenciam os cenários da experiência do próprio autor.
A terceira parte do livro contém sete textos inéditos do autor norte-americano (até 1987). Quatro são a transcrição de primeiros capítulos de romances inacabados e três são contos integrais: «Uma Viagem de Comboio», «O Bagageiro», «Pior do Que Estragado no Cruzamento», «Paisagem com Figuras», «Parece Que Tudo Te Faz Lembrar Alguma Coisa», «Boas Notícias do Continente» e «Uma Terra Estranha».
Referir que esta colectânea não está completa, apesar do título. Após o suicídio de Hemingway, em 1961, a editora Scribner (que actualmente publica autores como Stephen King, Annie Proulx, Andrew Solomon, Jennifer Egan e Colm Tóibín), lançou uma antologia intitulada The Nick Adams Stories (1972), que contém muitos contos antigos já reunidos em The First Forty-Nine (1938), bem como algumas obras inéditas. A obra completa de contos de Hemingway está reunida em The Collected Stories (1995), publicada pela Everyman’s Library apenas no Reino Unido.
Contos Completos, com 912 páginas, já se encontra em pré-venda e chega às livrarias a 13 de Novembro.
Outro título do autor publicado este ano: O Jardim do Paraíso.
sexta-feira, 7 de novembro de 2025
Tinta-da-China edita livro de contos sobre chá organizado por Alberto Manguel
A partir do dia 27 deste mês, a Tinta-da-China faz chegar às livrarias Contos do Chá, uma colectânea de histórias curtas com organização e introdução da autoria do escritor, tradutor e ensaísta argentino Alberto Manguel. O livro, que contou com o trabalho dos tradudores António Pescada, Elsa T.S. Vieira e João Reis, contém iustrações da Companhia Portugueza do Chá (Sebastian Filgueiras).
Além de Agatha Christie (O Serviço de Chá Arlequim) e Anton Tchékhov (Terça‑feira Gorda), Contos do Chá inclui textos de Hans Christian Andersen, Katherine Mansfield, Carlos Drummond de Andrade, Robert Eustace, Mavis Gallant, Edgar Jepson, Sheridan Le Fanu, Saki (H.H. Munro) e Hjalmar Söderberg.Excerto da introdução
«Há três bebidas que são, desde tempos imemoriais, imagens ou metáforas comuns de coisas essenciais em quase todas as nossas culturas. A água, um dos quatro elementos primordiais, é a imagem universal do tempo: o rio no qual, segundo Heraclito, nunca podemos entrar duas vezes. O vinho, da cor do mar de Homero e do sangue de Cristo, é uma representação da própria vida. E a terceira bebida especial é o chá, um líquido dourado que combina as qualidades das anteriores com propriedades de gentil regeneração secreta e de uma magia poderosa e inefável.»De Alberto Manguel, a editora já publicou diversos títulos, como os seguintes: A Biblioteca à Noite (2016), Com Borges (2020), Todos os Homens São Mentirosos (2023) e Maimónides (2024).
Outra novidade de Novembro da Tinta-da-china
Também neste mês será publicado o livro Antologia de contos humorísticos e satíricos russos, com textos de 50 textos de autores que abarcam um período desde as reformas czaristas do século XIX até às primeiras décadas do poder soviético no século XX. Este novo volume da colecção de literatura de humor, dirigida por Ricardo Araújo Pereira, inclui vários contos inéditos e totalmente desconhecidos do público português.
Outro livro que pode interessar
O Livro do Chá, de Kakuzo Okakura.
Novos lançamentos: «Uma Breve História do Japão» e «Breve História da Roma Antiga»
Um mergulho na vida quotidiana dos japoneses ao longo do tempoe uma viagem fascinante pela civilização que moldou o mundo ocidental, do Reino à República e ao Império. Estes são os pressupostos dos livros Uma Breve História do Japão e Breve História da Roma Antiga, que serão lançados brevemente pela Casa das Letras e Editorial Presença.
O primeiro livro, da autoria do professor de História Asiática na Universidade de Edimburgo, Christopher Harding, com base na mais recente investigação académica, revela a natureza única do Japão - um país que soube filtrar e adaptar influências externas de forma criativa, mantendo valores intrínsecos que lhe permitiram superar desafios e prosperar. É uma leitura envolvente que irá transformar a perceção do leitor deste país extraordinário e resiliente.A segunda obra, apresenta a história envolvente do Império Romano — uma civilização que dominou grande parte do mundo durante cinco séculos e deixou um legado duradouro na política, nas leis, na arte e na arquitetura — desde a lendária fundação de Roma até ao seu declínio. O autor canadiano de renome, Ross King, é conhecido pelo seu contributo notável para a História da arte e da arquitetura.
quinta-feira, 6 de novembro de 2025
Nova biografia de Egas Moniz, um dos mais célebres médicos portugueses
Em 2010, foi publicada pela Gradiva a primeira biografia de Egas Moniz (1874-1955), da autoria de João Lobo Antunes. Egas Moniz – Uma Biografia teve como base numerosos documentos e do testemunho de colaboradores e familiares desta que uma das mais fascinantes personalidades da Medicina do século XX, que foi neurologista, político, investigador e escritor.
A Glória Efémera – Biografia de Egas Moniz é título de uma nova biografia (chega às livrarias no próximo dia 13) do primeiro português a ser distinguido com o Prémio Nobel, em 1949. A obra, resulta de um vasto trabalho de levantamento documental, que devolve densidade humana e histórica a uma figura tantas vezes reduzida à polémica em torno da leucotomia pré-frontal, o procedimento que lhe valeu o Nobel. Porém, a sua consagração como investigador científico, que culminou na ousada e controversa leucotomia pré-frontal, ofuscou as múltiplas dimensões do homem e da sua vida extraordinária.
Sustentado por uma investigação multidisciplinar, Paulo M. Morais reconstitui o percurso de um homem que viveu intensamente cada papel que desempenhou, de jovem médico a político obstinado. A Glória Efémera percorre toda a vida de Egas Moniz, desde a infância em Avanca, entre as ruínas de uma aristocracia rural em declínio, até aos dias da consagração internacional. Porém, revela ainda um outro Egas Moniz: um homem vulnerável, vaidoso, melancólico, destemido, visionário e dicotómico.
Tendo enfrentado a prisão várias vezes, durante o Estado Novo teve um relacionamento tenso com Salazar, acabando por ser uma das vozes mais audíveis na oposição ao regime.
Paulo M. Morais (n. 1972), licenciado em Comunicação Social, estreou-se no romance com Revolução Paraíso (2013). Desde então escreveu vários livros, dentre os quais Voltemos à Escola (2017) e Não Há Impossíveis (2020), ambos com a chancela da Contraponto.
quarta-feira, 5 de novembro de 2025
«O Grande Livro de Curiosidades», o livro perfeito para mentes curiosas
Porque é que o coração não tem forma de coração?
O que acontece se alguém cair num buraco negro?
Porque é que os relógios andam para trás?
Porque é que os gorros têm pompons?
Um livro para curiosos irrecuperáveis e um lembrete diário de que o mundo é muito mais interessante do que parece. E. Foley e B. Coates decidiram juntar, num só livro, um ano inteiro de descobertas inesperadas. O Grande Livro de Curiosidades é uma coleção de 365 histórias curtas que mostram como a curiosidade pode transformar o modo como olhamos para o mundo. Entre ciência, história e cultura, há espaço para tudo o que nos faz perguntar “porquê?”.
Descobre-se a origem do gorro com pompom, fala-se de abelhas que jogam à bola, de ratos vikings e de palavras intraduzíveis. Cada página abre uma janela para algo novo e lembra-nos de que saber um pouco de tudo é um prazer que nunca envelhece.
Este livro é o companheiro ideal para quem gosta de aprender sem esforço: bastam dois minutos por dia para ficar mais leve e infinitamente mais curioso.
Chegou às livrarias a 30 de Outubro, com tradução (a partir de A Year of Living Curiously) de Alexandra Guimarães e o selo da Ideias de Ler, chancela do Grupo Porto Editora.
terça-feira, 4 de novembro de 2025
Anaïs Nin ganha nova vida em novela gráfica lançada pela Devir
Recentemente editada pela Devir, Anaïs Nin - No Mar de Mentiras é o mais recente volume da Coleção Angoulême, que inclui O Caderno Azul / Depois da Chuva. Os últimos títulos a lançar são O gosto do cloro e Kiki de Montparnasse.
Referir que os Prémios do Festival Internacional de Banda Desenhada de Angoulême são os mais prestigiados galardões do mundo da BD.
No início da década de 1930, Anaïs Nin vive nos subúrbios de Paris.
Várias vezes desenraizada, insatisfeita com a sua vida de casada, cresceu em dois continentes, falava três línguas, e lutava para encontrar o seu lugar numa sociedade que relegava as mulheres para papéis secundários.
Muito mais do que uma biografia ilustrada, esta novela gráfica da suíça Léonie Bischoff - que representa o ponto alto da sua carreira até ao momento, com forte reconhecimento crítico e do público - é uma celebração do poder da escrita e da liberdade feminina. Através de traços delicados e uma narrativa visual de rara sensibilidade, a artista recria a vida íntima e criativa de Anaïs Nin — uma das vozes mais singulares e corajosas da literatura do século XX.
Autora de uma obra marcada pelo erotismo, pela introspeção e pela busca incessante de autenticidade, Anaïs Nin, diarista, ensaísta, romancista e escritora de contos e literatura erótica franco-americana, desafiou as convenções do seu tempo e abriu caminho para novas formas de expressão literária e pessoal. Hoje, num mundo em que as questões de identidade, género e liberdade artística continuam a ser debatidas, a sua escrita mantém-se relevante e provocadora, décadas depois.A arte de Léonie Bischoff é de uma beleza subtil e profundamente sensorial: o seu traço expressivo e fluido capta as nuances emocionais de Anaïs Nin com rara delicadeza. Cada detalhe — das expressões faciais à fluidez dos corpos e dos espaços — traduz o universo interior da escritora, oscilando entre o real e o onírico. As cores, em tons quentes e translúcidos, evocam intimidade, desejo e melancolia, envolvendo o leitor numa atmosfera simultaneamente delicada e intensa, à imagem da própria biografada.
Mais do que uma biografia, Anaïs Nin - No Mar de Mentiras é o retrato de uma mulher que transformou a sua vida em literatura e a literatura numa forma de liberdade. Uma leitura relevante e atual, que revisita temas centrais do nosso tempo — a autonomia feminina, o desejo e o poder da arte como expressão de autenticidade.Anaïs Nin - Vida literária e erótica é a mais recente biografia (não ilustrada) de Anaïs Nin, publicada em 2023 pela Temas e Debates, uma chancela do Grupo BertrandCírculo.
Em Novembro saem novos livros de Augusto Cury e António Damásio
Em Inteligência Socioemocional, o autor e psicoterapeuta brasileiro Augusto Cury propõe estratégias inovadoras de educação emocional, inicialmente desenvolvidas para serem aplicadas em contexto escolar, para tornar os educadores capazes de formar gerações mais felizes e resilientes. Este método pedagógico tem como principal objetivo preparar crianças, jovens, pais e professores para lidar com os desafios psicológicos e sociais de um mundo que vive num ritmo perigosamente acelerado.
Esta nova obra de Augusto Cury chega às livrarias a 6 de Novembro.António Damásio é um nome cimeiro da neurociência mundial e revela-nos que o desenvolvimento da Consciência é uma das mais notáveis consequências da Inteligência Natural, sobretudo nos seres humanos. A Inteligência Natural & a Lógica da Consciência, o seu novo livro, chega às livrarias a 13 de Novembro.
«Quem imaginaria que o afeto, em geral, e os sentimentos, em particular, fabricados por obra e graça da Inteligência Natural como meio de manter a vida em criaturas simples, se tornariam, na longa trajetória do tempo, os elementos definidores da existência humana, os provedores de alegrias e tristezas, de glórias e tragédias, de valores elevados e mesquinhos, nada mais, nada menos do que o mais profundo alicerce da humanidade que habitamos e observamos?
Não haverá dúvida de que aquilo que os seres humanos inventaram especificamente e acrescentaram a este universo, desde a engenharia das coisas e dos modos de comportamento às artes e à filosofia, é bem notável.
Não obstante, tudo isso empalidece face à dádiva do afeto e, convenhamos, ao que parecem ter sido as ambições da Inteligência Natural.
Não admira, assim, que depois de ter ajudado a fundar mil e um reinos e algumas religiões, a Inteligência Natural e os seus afetos viessem, por fim, a desafiar os seres humanos, e tentar conduzi-los à descoberta das suas próprias origens e poder.
Ainda lá não chegámos, mas, por incrível que pareça, graças a esse ímpeto, conseguimos pelo menos abordar uma pequena parte do mistério — a criação da consciência — e resolvê-lo!»
António Damásio
sábado, 1 de novembro de 2025
Novo livro de Rhonda Byrne entre as apostas de Novembro da HarperCollins
Além do romance Sozinhas no meio do silêncio (já à venda), de Silvia Intxaurrondo, outra novidade a lançar a 26 Novembro pela HarperCollins intitula-se Contagem decrescente para ficar rico, de Rhonda Byrne, autora do fenómeno mundial O Segredo e de outros livros como O Poder, A Magia e Herói.Sinopse
Os problemas relacionados com o dinheiro são apenas o resultado de algo incrivelmente simples: os nossos pensamentos.
E, o mais importante, a abundância e a riqueza também dependem dos nossos pensamentos!
Contagem Decrescente para Ficar Rico orienta a sua mente e fundamenta os seus pensamentos na riqueza, na abundância e no dinheiro, através de 21 hábitos simples mas verdadeiramente transformadores que pode incluir no seu dia a dia sem esforço.
Rhonda Byrne mostra-lhe como é fácil e agradável pensar o seu caminho para alcançar a riqueza!
SinopseTodos guardam segredos e sentem culpas. Em especial, um grupo de mulheres que sussurram em silêncio o medo, o desamor e a solidão. Um acontecimento terrível, que todas pressentiam, irá despertar o seu desejo de vingança. Até quando estarão dispostas a calar-se?
Sob a chuva miudinha de Sopuerta, uma fria povoação do norte de Espanha, um grupo de paroquianos dirige-se à igreja para ouvir a missa de domingo. Olham de soslaio para Sole e para o seu filho Joxean, um jovem encarcerado na mente de uma criança de cinco anos, sobretudo Miren, sua vizinha e inimiga íntima.A Casa Da Besta, de Michelle Wong, foi publicado em Outubro pela editora
Presença publica «Espíritos e Criaturas do Japão», com ilustrações de Benjamin Lacombe
Dos mesmos autores dos álbuns Histórias de Fantasmas do Japão (2023) e Frida (2017), a Editorial Presença apresenta aos leitores a obra Espíritos e Criaturas do Japão, um livro único, de beleza rara, que celebra o Japão.
Uma viagem ilustrada ao coração do Japão fantástico, em que criaturas enigmáticas, forças da Natureza e espíritos metamorfoseados habitam as fronteiras entre o humano e o sobrenatural. Reunindo textos de Lafcadio Hearn, pioneiro na divulgação do imaginário japonês no Ocidente, e as ilustrações hipnotizantes de Benjamin Lacombe, esta obra convida o leitor a descobrir um mundo antigo, sensível e misterioso, onde cada encontro esconde uma revelação.
«Quando ficamos sós durante muito tempo, povoamos o vazio com fantasmas.»
Guy de Maupassant, O Horla, 1887
Levoir publica «A Cor das Coisas», obra que reinventa a banda desenhada
A publicar em Portugal em Novembro com a chancela Levoir, A Cor das Coisas é uma obra de banda desenhada fora da caixa, uma novela (info)gráfica com uma inovadora linguagem visual sobre uma narrativa de superação.
Obra visualmente disruptiva no panorama da banda desenhada, a linguagem visual remete para infografias, diagramas e mapas, criando uma experiência inovadora e uma narrativa sobre drama, humor, suspense e crítica social.Com este trabalho, o autor e artista gráfico Martin Panchaud (n. 1982) foi distinguido com prestigiados prémios europeus de banda desenhada: Fauve d’Or (Melhor Álbum), Angoulême, em 2023, Grand Prix da Crítica ACBD, em 2023, Prix “Toute première fois”, Colomiers, em 2022 e, Prix Delémont’BD 2021 (Melhor estreia suíça).
A Cor das Coisas (em capa dura, 244 pp.) é uma banda desenhada exigente para o leitor, pois pode parecer uma proposta estranha se entendermos os desenhos da banda desenhada apenas como uma representação mais ou menos realista do mundo. No entanto, quando aprofundamos as páginas de Martin Panchaud, descobrimos uma daquelas raras obras que realmente trazem algo novo e que não se assemelha a nada do que já lemos.
Uma obra que rompe com muito do que acreditávamos ser a linguagem do meio, abrindo as portas para múltiplas possibilidades. Uma obra imprescindível para quem procura banda desenhada que olhe o futuro de frente e ofereça algo mais do que a cópia da cópia das histórias que leram quando eram pequenos.
A linguagem visual utilizada pelo suíço Martin Panchaud, é tão surpreendente e inovadora quanto fácil de ler. A história está repleta de reviravoltas que mantêm o leitor preso à leitura o tempo todo.
Sinopse
Simon é um adolescente de 14 anos gorducho vítima de negligência familiar e de bullying pelos outros jovens do seu bairro que lhe pedem diferentes tarefas. Até certo dia em que quando faz compras para uma cartomante esta lhe revela os vencedores da corrida de cavalos do Royal Ascot. Num impulso aposta todas as poupanças do pai e ganha uma fortuna. A partir daí a história fica repleta de reviravoltas.
sexta-feira, 31 de outubro de 2025
Revolução Cercada: Livros que revisitam o fim do PREC
O 25 de Novembro de 1975 foi uma data decisiva na história de Portugal, marcando o fim do Processo Revolucionário em Curso (PREC) e consolidando a democracia parlamentar após a Revolução dos Cravos de 1974. Em meados de Novembro, chegam às livrarias dois livros que dão a conhecer em pormenor esta data tão importante.
Se, a 25 de Abril de 1974, começou em Portugal uma revolução socialista, terá, a 25 de Novembro de 1975, começado a contrarrevolução que a derrotou?
Que ideologia, que classes comemoram, no dia 25 de Novembro, a contrarrevolução?
Como relacionar a ascensão do neofascismo em Portugal na forma do partido Chega e de bandos a ele ligados, com as comemorações oficiais desta data no Parlamento?
Que papel tem a memória?
E que é da verdade? Que é dela, nestes tempos de barbárie social?
Os canais oficiais dizem que, se 25 de Abril foi a libertação da ditadura, só a 25 de Novembro o «regime democrático» ficou consagrado.
Será verdade? E entre as duas datas, que se passou ao certo no tal PREC, sobre o qual desce um véu de silêncio?
Mas também isto — isto sobretudo: no meio do nevoeiro que os novos comemoradores aspergem sobre a história da revolução operária e socialista portuguesa e da contrarrevolução, que papel, em tão decisivos eventos, desempenharam as direcções do PCP e do PS, os dois partidos maioritários?
Esta obra não segue a narrativa oficial das comemorações do 25 de Novembro.
Narra, sim, a revolução e a contrarrevolução do ponto de vista dos trabalhadores que fizeram a primeira — e sofreram a segunda.
Em Novembro de 1975, milhares de trabalhadores da construção civil manifestaram‑se em Lisboa, reivindicando melhores condições de trabalho e de vida, num protesto que durou quase dois dias junto ao Palácio de São Bento, onde se reunia a Assembleia Constituinte. Deputados e primeiro‑ministro ficaram retidos no interior do edifício. Este episódio, que se tornou conhecido como «o cerco à Constituinte», marcou decisivamente a fase final da Revolução Portuguesa, pautada por uma acentuada radicalização política e social.
Num trabalho realizado com recurso a fontes de natureza diversa, de relatos da imprensa a testemunhos orais, O Cerco de São Bento em 1975 procura reconstituir os acontecimentos de 12 e 13 de Novembro e demonstrar como estes foram determinantes para a operação militar de 25 de Novembro, que pôs fim à Revolução.Breve História do 25 de Novembro
O dia em que a utopia revolucionária deu lugar à sensatez democrática
de Filipe Garcia
Entre Abril de 74 e Novembro de 75, Portugal foi comparado a “um manicómio em autogestão”. Trocaram-se agressões, lançaram-se rivais políticos ao rio, invadiram-se e bombardearam-se sedes de partidos e quartéis. O pior cenário nunca se confirmou, mas a que distância estivemos de uma guerra civil?
Em Breve História do 25 de Novembro, Filipe Garcia traça o percurso de um país à beira do abismo e dividido entre visões opostas para o seu futuro. Com base em investigação rigorosa e entrevistas inéditas, revisita os tempos do PREC até ao dia que ditou o seu desfecho, abrindo finalmente caminho à democracia tal como agora a conhecemos. Pelo percurso revelam-se episódios até hoje desconhecidos – como um arsenal de armas que ainda se encontra enterrado –, que poderão mesmo mudar a forma como a história do 25 de Novembro será contada.
Uma investigação jornalística que ajuda a fazer a verdadeira história do 25 de Novembro. - José Pedro Castanheira, jornalista
Outro livro sobre o tema
25 de Novembro - O retrato de um país dividido, de Paulo Moura
quinta-feira, 30 de outubro de 2025
Novidades Bookout: «O Cérebro Atómico» e «Inteligência Artificial na Prática»
O Cérebro Atómico e Inteligência Artificial na Prática, além da reedição de Objetivos, de Brian Tracy, são as mais recentes publicações da Bookout editora.Manter a mente sã e lúcida ao longo da vida
Todos os anos aumentam os casos de doenças como o PHDA, a depressão, a ansiedade e temos maior probabilidade de sofrer de demência, Alzheimer, Parkinson ou outras doenças neurodegenerativas. Este é um projeto de divulgação para o público em geral que visa ensinar a cuidar do órgão mais importante do nosso corpo. Como alimentá-lo, como limpá-lo de toxinas, como mantê-lo em forma, como criar novos neurónios.
Beatriz Larrea, explica como o fazer e fornece um plano de ação baseado em três elementos essenciais: Alimentação como fator-chave, a atividade física e um ambiente livre de tóxicos, numa abordagem integral à saúde, visando mudanças de hábitos.
Alguns dos conteúdos abordados
Como funciona o metabolismo cerebral; mitocôndrias: a equipa de trabalho do cérebro; o programa ali-mente: atualização da dieta mediterrânica; o fator trófico por excelência: o sol.
Beatriz Larrea é nutricionista e consultora em saúde. Formou-se em nutrição, mas foi como investigadora em nutrição holística e nutrição para o desporto que conheceu maior notoriedade. Completou duas especializações, em nutrição clínica pediátrica e em gestão hormonal. Lidera formações em temas de hormonas, beleza e prevenção de envelhecimento em várias cidades do mundo. É autora do livro O Teu Corpo em Chamas (Ed. A Esfera dos Livros).
Este livro é um convite para descobrir como a IA está a transformar o mundo em todas as áreas - do simples telemóvel aos serviços de saúde; do ensino à mobilidade; do lazer ao mercado de trabalho. Escrito por um especialista, visa descomplicar os principais conceitos e ferramentas da IA com exemplos do dia a dia e permitir ao público não especialista, de todas as idades e profissões, aceder às suas potencialidades e, sobretudo, aceder a um conjunto de ferramentas que pode usar em seu benefício com criatividade e em segurança.
Felipe Neves (n. 1994) licenciou-se em Ciência da Computação e soma mais de 15 anos de experiência no desenvolvimento e gestão de software, com especial foco em aplicações móveis. Nos últimos cinco anos, tem-se dedicado ao estudo e à aplicação prática da Inteligência Artificial, integrando esta tecnologia em diversos projetos e empresas.
quarta-feira, 29 de outubro de 2025
Nova edição de «Imitação de Cristo», um dos livros mais traduzidos do mundo
Com prefácio de José Tolentino Mendonça, as Edições 70 lançam no mercado português (a 5 de Novembro) uma nova edição de Imitação de Cristo, o livro mais traduzido do mundo a seguir à Bíblia.
Texto de apresentação
Escrito em latim, publicado nos alvores do século XV e atribuído ao padre alemão Tomás de Kempis, é muito mais do que um livro de devoção cristã tardo-medieval. O que Kempis propõe é um tratado intemporal sobre a condição humana, o silêncio, a renúncia e o recolhimento.
Inspirando-se nas máximas e aforismos morais do Antigo e do Novo Testamento, o autor exorta o leitor a pegar na sua cruz e a seguir o exemplo de Cristo na sua humildade e abnegação, propondo uma filosofia de vida ascética que decorre do reconhecimento da universalidade do sofrimento.
A sua linguagem ecoa para lá das crenças e perdura através dos séculos: filósofos, escritores e artistas encontraram nesta obra uma fonte inesgotável de reflexão sobre o eu, o tempo, a angústia e o sentido da vida.
«Este livro é um companheiro fiel, uma consolação nos trabalhos, um mestre nas tuas dúvidas, uma arte para orar ao Senhor, uma regra de vida, uma confiança para morrer, um livro que diz de ti o que tu próprio não alcanças.» Frei Luís de Granada
Tomás de Kempis (1379 ou 1380 – 1471) inspirou-se na sua experiência meditativa de monge, nos escritos místicos medievais e em A Bíblia, para redigir este guia da vida interior que busca uma existência espiritual mais elevada. Escreveu cerca de quarenta obras, entre as quais consta Imitação da Bem - Aventurada Virgem Maria (Ed. Paulus, 2024).
terça-feira, 28 de outubro de 2025
«O Rapaz Que Veio do Mar», de Garrett Carr
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Editora: Casa das Letras
Data de publicação: 15-07-2025N.º de páginas: 344 |
A Casa das Letras apresenta aos leitores portugueses o romance de estreia de Garrett Carr, professor de Escrita Criativa na Universidade de Belfast e colaborador do The Guardian e do Irish Times. Este autor e investigador irlandês interessa-se particularmente pelas relações entre as pessoas, as paisagens e a Natureza — um interesse que se revela de forma evidente nesta narrativa, traduzida para português por Ana Saldanha a partir de The Boy from the Sea.
Em 1973, a comunidade de uma pequena aldeia piscatória na costa oeste da Irlanda é abalada pela descoberta de um recém-nascido que, trazido pelas ondas, dá à costa dentro de um barril. «Embora a ideia de que o bebé viesse com a maré fosse uma loucura, era a única explicação que circulava» — e que fascinava todos os habitantes.
Ambrose Bonnar, o pescador que encontra o bebé, decide adoptá-lo e dar-lhe o nome de Brendan. A sua esposa e o filho biológico tornam-se, assim, parte da família mais comentada da vila, onde os mexericos e os segredos são parte do quotidiano. Nem todos, porém, se mostram felizes com a chegada da criança — sobretudo a cunhada solteirona e carrancuda do pescador, sobrecarregada de trabalho e subjugada pela autoridade do pai.
À medida que Brendan cresce, revela-se inquieto e enigmático, desaparecendo durante horas em longos passeios junto ao mar, com o qual estabelece uma ligação profunda e quase espiritual. Mas, como lembra o autor, «qualquer infância está cheia de perdas».
Em O Rapaz Que Veio do Mar, Carr constrói uma prosa poética e envolvente, onde o homem e o mar se entrelaçam numa relação simbiótica. Explora temas como a identidade, a pertença, a imigração e a conexão com a natureza. O autor, que também é cartógrafo, revela-se também um verdadeiro pintor de palavras, traçando com detalhe e sensibilidade uma história surpreendente e comovente. O mar, aqui, surge não apenas como cenário, mas como personagem viva, dotada de voz e memória, moldando o destino de todos à sua volta.
Este é um romance de estreia notável, amplamente elogiado pela crítica internacional, que oferece uma reflexão profunda sobre como os encontros e desencontros moldam a vida humana.
Garrett Carr é igualmente autor do livro de não-ficção The Rule of the Land e de três obras infantis.
Novo livro revisita o terramoto que mudou o mundo
Lisboa afundou-se num turbilhão de água, fogo e devastação. O Terramoto de 1 de Novembro de 1755 mudou a história do mundo. Nos 270 anos do Grande Terramoto, a Quetzal Editores assinala a data com a publicação de Recordar 1755.
O livro conta a história do Terramoto como nunca foi contada, num panorama total: os vestígios da cidade antiga; o quotidiano dos lisboetas, das peixeiras às rainhas; a mais atualizada ciência sismológica; a polémica sobre as perdas e os impactos, as intrigas entre aristocratas, empenhados em salvar Lisboa projetando as suas carreiras políticas; os debates científicos do século XVIII e a épica e atribulada decisão de reconstruir Lisboa.
O autor e historiador André Canhoto Costa mostra no livro, que chega às livrarias a 30 de Outubro, que a cidade abanou e com ela incendiaram-se as ideias dos filósofos e a Ciência entrou nos carris do progresso. E da resposta ao Terramoto saiu uma das mais controversas figuras da história europeia, o Marquês de Pombal.
André Canhoto Costa (n. 1978) participou na construção e integra o Conselho Científico do Quake – Museu do Terramoto de Lisboa. É autor de vários livros. Pelo grupo Saída de Emergência, entre 2016 e 2019, sairam Os Quatro Cantos do Império, Personagens Malditas da História, Os Vícios dos Escritores e As Cinco Grandes Revoluções da História de Portugal. A Quetzal publicou em 2024 o seu romance Como Sobreviver depois da Morte e o ensaio A Corte das Mulheres deu à estampa em Abril passado.
Outro livro sobre o Terramoto de 1755: O Dia do Fim.
Edições ASA lançam livros de suspense para os fãs de Freida McFadden
A Mulher da Ala 9, de Naomi J. Williams
Laura Winters perdeu a memória.
Não faz ideia do que aconteceu, ou do motivo pelo qual foi encontrada sozinha, coberta com o sangue de outra pessoa.
A única certeza que tem é que eu sou a única psicóloga com quem está disposta a falar.
Tenho apenas seis dias para a ajudar na recuperação e desvendar a verdade sobre o que se passou.
O que terá ela esquecido?
E o que estará a esconder?
E… como é que ela me conhece tão bem?
Claustrofóbico e perturbante, este livro vai envolvê-lo numa teia de mistério e suspense que o fará virar página após página pela noite fora.
A Enfermeira, de Valerie Keogh
Lissa McColl sempre soube o que era ser ignorada, maltratada, subestimada — mas desde criança, decidiu que não seria apenas mais uma vítima. Ao tornar-se enfermeira, finalmente sente respeito… embora trabalhar com pessoas egoístas, rudes e cruéis seja um desafio diário. Mas Lissa aprendeu cedo que ser subestimada pode ser uma vantagem letal.
Agora pode aproximar-se dos pacientes, descobrir segredos, guardar ressentimentos… e quando as circunstâncias empurram, às vezes o mal parece o único caminho.
Até onde irá Lissa para se vingar? E que segredos permanecerão enterrados no silêncio de uma promessa hipocrática: «Farás o bem»?
Outras novidades da Asa
Natal Todos Escondem Um Segredo; A Gata que Salvou o Natal.
































