A 8 de Janeiro, a Editorial Presença vai lançar novos títulos, entre os quais: um novo romance de Leonardo Sciascia, um dos mais importantes autores italianos do século XX; Reencontro, uma obra-prima sobre a amizade, elogiada por autores como John Boyle, Ian McEwan, Ali Smith; a estreia em Portugal da já considerada nova Rainha dos romances de espionagem, Ava Glass; e o primeiro e mais lido romance do autor húngaro Imre Kertész, Prémio Nobel da Literatura 2002.
Sicília, década de 1980. O telefone toca na esquadra: ao que parece, um velho diplomata quer falar com a polícia porque encontrou uma coisa estranha em sua casa. A partir daqui, tudo sucede numa espécie de ato contínuo, sem tempo para deduções ou explicações. Embora tempo pareça ser tudo o que a polícia tem a mais e não use convenientemente naquele lugar.
Ao que parece, afinal, houve um suicídio. Seria simples, a história, não fosse o jovem polícia deparar, na sua investigação, com uma enorme parede intransponível, composta pelas intrincadas argamassas que dão pelo nome de máfia, polícia, corrupção e, afinal, toda a Sicília.
Retrato de um sítio onde a verdade não conhece definição e a justiça teima em não chegar, Uma História Simples, o último livro de Sciascia, é um magnífico exercício de economia de escrita, uma pequeníssima janela que abrimos e da qual, tremendamente espantados, vemos tudo.Alemanha, 1932. Enquanto o mundo vislumbra no horizonte as primeiras sombras do nazismo, dois adolescentes de dezasseis anos vêem nascer uma amizade intensa. Hans, filho de uma família judia, e Konradin, descendente de aristocráticos riquíssimos, conhecem-se na escola e forma-se, entre eles, um laço forte, único, inesperado. Longas conversas, caminhadas por lugares idílicos e um sentimento comum de irmandade, como só crescer juntos, lado a lado, pode criar.
Porém, um ano depois, Hitler ascende ao poder e os dois rapazes separam-se: Konradin ingressa nas fileiras inundadas por suásticas e Hans deixa tudo para trás, procurando refúgio no exílio. E só muito tempo depois, Hans reencontrará, de certo modo, o seu amigo.
Fred Uhlman (1901-1985) foi escritor, advogado e pintor antinazi.
É uma corrida contra o tempo. Emma Makepeace não é sequer o seu verdadeiro nome, mas esta agente secreta britânica quer provar o que vale e servir o seu país. A primeira missão, mal acaba a formação, não é para principiantes: nas sombras de Londres, uma das cidades mais vigiadas do mundo, Emma tem de proteger o atraente filho de dois dissidentes russos. Mas a Rússia não dorme em serviço e envia assassinos para piratear a rede de segurança londrina e exterminar o alvo. Como poderá Emma proteger o filho dos dois cientistas, sabendo que podem ser encontrados pelos russos em qualquer momento?
Certos becos, túneis e ruas estão fora de questão. Autocarro, metro, carro e comboio também não são opção. Então, seguem a pé, sem telemóvel, cartões bancários nem qualquer outra ajuda. Têm doze horas para chegar ao destino, um lugar seguro. Porém, o contacto da agente fica offline, e não há ninguém em quem ela possa confiar… Basta um movimento em falso e tudo pode acabar.
Brevemente em série, A Agente Secreta foi elogiada pela imprensa e escritores de tríleres como James Patterson, que afirmou que a autora é a herdeira de James Bond.
Georg Koves tem quase 15 anos quando é arrancado de sua casa, em Budapeste, e posto num comboio para Auschwitz. No seu espírito e no seu coração, nada compreende sobre o que lhe está a acontecer. Sim, é judeu, mas raramente pensa em si como tal. Agora, ouve dos outros prisioneiros: «Tu não és judeu.» E ali está Georg, no campo que havíamos de conhecer por tremendos horrores, um rapaz judeu no meio de judeus, sentindo-se completamente excluído.
Porém, é esse lugar de não-pertença que permite ao rapaz que narra este livro ter um olhar diferente, agudo, sagaz sobre o que está a acontecer à sua volta. É esse isolamento que nos deixa ouvir a história que conta, procurando incessantemente dar sentido à barbárie, ver beleza no mais terrífico cenário, iluminar aquele mundo.
Sem Destino viu a luz do dia em 1975. Imre Kertész (1929-2016), sobrevivente do Holocausto, dedicou-se também à tradução de autores como Nietzsche e Freud. Emigrado em Berlim, nos anos 1990 a sua obra começa a ganhar expressão mundial, culminando na atribuição do Prémio Nobel da Literatura.
segunda-feira, 6 de janeiro de 2025
Os primeiros romances do ano a publicar pela Presença
publicado por Miguel Pestana
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