Após As Fadas, Contracapas, Bom Senso, Bom Gosto e Causas da Decadência dos Povos Penínsulares, a Tinta da China publica, a 2 de Fevereiro, Prosas I - Coimbra, 1857-1866, o primeiro volume da prosa completa de Antero de Quental. Este vasto projecto, com edição de Ana Maria Almeida Martins (autora de Antero de Quental e a Viagem à América) será concretizado em três volumes, incluindo alguns inéditos e textos não incluídos em antologias anteriores. Este primeiro livro abarca os tempos de Coimbra, de 1857 a 1866.
«A partir da leitura do seu primeiro artigo, ‘A Educação das Mulheres’ (Junho de 1859), assistimos ao início da peregrinação de um jovem de 16 anos, quase a completar 17 quando o escreveu, até às ‘primeiras’ Odes Modernas, de Julho de 1865, já com 23, e à carta a Castilho, ‘Bom Senso e Bom Gosto’, prelúdio da Questão Coimbrã, que marca definitivamente o advento da nossa modernidade, sobretudo poética, literária lato sensu e também política, da segunda metade do século XIX.» — Ana Maria Almeida Martins, in Prefácio
Quincas Borba, considerado o mais desconcertante romance de Machado de Assis é lançado a 23 de Fevereiro, com uma conversa‑posfácio de Abel Barros Baptista e Clara Rowland, directores da colecção. Deste escritor brasileiro, reconhecido como o maior expoente da literatura brasileira, já foram editadas pela Tinta da China as obras Memorial de Aires e Memórias Póstumas de Brás Cubas.
Quincas Borba é o filósofo demente, inventor de uma doutrina desvairadamente optimista, que morre no penúltimo capítulo do romance Memórias Póstumas de Brás Cubas. Reaparece no romance seguinte de Machado de Assis, este Quincas Borba, morrendo outra vez mas agora no começo. Deixa um cão, a quem deu o seu próprio nome, e vasto património, legado a um inopinado herdeiro universal, certo Rubião, com a condição de tratar do cão «como se cão não fosse, mas pessoa humana». Adivinha‑se a extravagância que espera o leitor a cada capítulo; e de facto trata‑se do mais desconcertante romance de Machado de Assis. Entre divagação e narração, a imaginação vai prevalecendo sobre os factos, e num mesmo tecido enredam‑se a herança e o cão, a loucura e a paixão amorosa, a força do dinheiro e o poder da dívida — e o riso! «A sombra da sombra de uma lembrança grotesca» — lê‑se a certa altura — «projeta‑se no meio da paixão mais aborrecível»… a comédia é cruel, o desastre, inevitável. Talvez seja o supremo exemplo da arte literária de Machado de Assis.
quinta-feira, 30 de janeiro de 2025
Entre as novidades de Fevereiro da Tinta da China constam livros de Antero de Quental e Machado de Assis
publicado por Miguel Pestana
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