sábado, 26 de abril de 2025

«Cegueira Clínica» e «O Efeito Ritual» entre as novidades a sair em Maio

Eis algumas das próximas publicações de não-ficção dos grupos editoriais LeYa (chancelas Lua de Papel e Casa das Letras) e Porto Editora (chancelas Ideias de Ler e Albatroz).

A senhora era portuguesa, tinha sido internada no hospital com queixas vagas, dizia-se cansada, tinha tosse, não tinha febre. O caso foi entregue a um estudante de Medicina, que a observou, fez análises e não viu razão para cuidados: era só uma velhota queixosa. Uma manhã, porém, ela acordou maldisposta. Mas como de resto estava tudo na mesma, o estagiário, mais uma vez, esqueceu o assunto. O chefe dele, porém, ficou preocupado. E apesar de ter dezenas de outros casos em mãos, decidiu ir ver a paciente. Chegou mesmo a tempo de evitar um choque séptico, provocado por uma pneumonia fulminante. E salvou-a da morte. O jovem estudante, Atul Gawande (hoje um dos melhores cirurgiões do mundo), nunca mais se esqueceu do caso. Tinha feito tudo bem. Mas faltara-lhe aquela pontinha suplementar de atenção, de diligência, que faz toda a diferença entre ser apenas um bom médico ou ser um médico extraordinário. É justamente sobre essa diferença que nos fala este livro notável.

O autor e investigador, que foi Administrador para a Saúde Global da Agência Norte-Americana para o Desenvolvimento Internacional (USAID) entre 2022 e 2025, percorre o mundo à procura de médicos excecionais, que aliam a imaginação ao empenho para fazer mais e melhor. Ser Bom Não Chega é, nesse sentido, uma lição sobre a contínua superação dos limites.

Também da sua autoria encontram-se publicados pela LeYa: A Mão Que Nos Opera, O Efeito Checklist e Ser Mortal.


Será que muitas das crises de saúde atuais foram causadas pela arrogância da classe médica?

Marty Makary, um experiente cirurgião norte-americano e investigador na universidade Johns Hopkins explica o que os falhanços na medicina podem signifcar para a nossa saúde. Durante décadas afirmaram que os opiodes não causavam dependência, dando início a um consumo desenfreado destes fármacos. Recusaram a terapia de subsituição hormonal a mulheres na menopausa, causando sofrimento desnecessário. Demonizaram a gordura natural dos alimentos, instigando o consumo de hidratos de carbono processados, à medida que as taxas de obsesidade aumentavam. Receitaram antibióticos em larga escala, provocando uma crise de batérias resistentes aos medicamentos. O professor universitário, que já pertenceu à OMS, explora em Cegueira Clínica as descobertas mais recentes sobre temas vitais desde o microbioma ao parto, passando pela nutrição e longevidade.


Baseada na sua experiência e nos estudos científicos mais recentes, Gemma Styles, embaixadora da organização 'MQ Mental Health Research', ajuda-nos a compreender como o nosso cérebro funciona, para que consigamos navegar pela ansiedade, o stress e os desafios únicos desta nova era digital. Nas suas plataformas online, em que é seguida por milhões de pessoas, defende a consciencialização sobre a saúde mental, a sustentabilidade e a igualdade de género. Neste seu primeiro livro, Porque Sou Assim?, põe por palavras o que hoje temos dificuldades em expressar e mostra-nos que, ao entendermos a nossa saúde mental, podemos sentir mais paz, empatia e esperança – não só pelos outros mas também por nós.


A campeã de ténis Serena Williams bate a bola cinco vezes antes do primeiro serviço. Cristiano Ronaldo entra sempre em campo com o pé direito. Keith Richards tem de comer empadão de carne pouco antes de subir ao palco. Marie Curie, tragicamente, só conseguia adormecer se tivesse o seu pequeno frasco com rádio ao lado da cama. Como surgem estes rituais? O que os distingue de compulsões?

Michael Norton, professor e investigador na 'Harvard Business School', com um doutoramento em psicologia e um pós-doutoramento em economia comportamental, era um autoproclamado cético dos rituais – até se tornar pai. Desde a hora de ir dormir da filha à sua pizaria preferida onde pede sempre a mesma combinação, Norton apercebeu-se de que as ações que realizava vezes sem conta não eram o mais importante. O fundamental era como as repetia.
Fruto do trabalho de investigação de Norton e de uma equipa de psicólogos, neurocientistas, economistas e antropólogos, O Efeito Ritual mostra-nos que os rituais não só nos ajudam a atingir o nosso melhor desempenho, como também a lidar com o luto e a perda, a assinalar etapas importantes da vida e a encantar o nosso dia a dia com algo mais.

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