quarta-feira, 9 de abril de 2025

Romance «Knulp», de Hermann Hesse, entre as apostas da LeYa para Abril

Além dos policiais A Extinção de Irena Rey (de Jennifer Croft) e Estigma (de Jørn Lier Horst & Thomas Enger), a editar a 15 deste mês, as Publicações Dom Quixote lançam, a 29 de Abril, um magnífico livro de um dos nomes maiores das letras germânicas, Hermann Hesse, o romance de estreia do italiano Davide Coppo e a obra finalista do Prémio do Livro Alemão em 2018, da autoria do escritor Maxim Biller.

Knulp (Tradução de Paulo Rêgo)
O próprio Hesse veio em 1954, numa carta enviada a um amigo, a escrever: «[Knulp] conta-se entre os poucos dos meus escritos em relação aos quais […] sempre mantive proximidade e afeição.»

Em três breves relatos, Hermann Hesse apresenta-nos diferentes momentos da vida de Karl Eberhard Knulp, eterno caminhante que percorre sem parar uma parte da Alemanha rural de finais do século XIX.
Indivíduo alegre e conversador, Knulp vive na margem da sociedade, mas não é um marginal. Prescinde dos confortos e da segurança de uma vida estabelecida, tem uma existência incerta, mas em compensação só tem de prestar contas a si mesmo.
Assume a sua condição de errante, preferindo arriscar uma vida nos limites do socialmente aceitável a abdicar da sua independência. Não obstante, Knulp é acolhido de bom grado por quase todas as pessoas, e a maioria delas preza o tempo que com ele passa, antes de este, uma vez mais, sentir a necessidade de liberdade e as deixar entregues ao seu quotidiano.
Ao longo do tempo, Knulp vai-se interrogando sobre o sentido da existência, sobre as virtudes do sedentarismo e da vida em eterno movimento, sobre a amizade e o amor, mas chega uma altura em que, por fim, regressado à terra natal, contempla o passado e se interroga sobre o que poderia ter sido.

Alguns outros livros de Hermann Hesse: Peter Camezind, Ele e os Outros, Demian.


O Lado Errado (Tradução de J. Teixeira de Aguilar)
O que leva um jovem de boas famílias, sem nenhum trauma digno de nota, a escolher o caminho do extremismo político? Porque é que uma pessoa se torna fascista?
Estamos nos anos dois mil, e não nos anos setenta: Ettore, um adolescente de catorze anos que, após deixar a periferia, chegou à cidade para se matricular num grande liceu do centro, vê-se sem pontos de referência, perdido, sobretudo humanamente, num território e numa comunidade onde não sabe encontrar modelos a seguir nem novas amizades. Encontrá‑los-á rapidamente num grupo neofascista, primeiro por acaso e depois cultivando sozinho a sua própria radicalização, o afastamento da família e dos amigos, rumo a um inevitável e trágico final.
Este é um romance de formação errada, um clímax não tanto – não só – de violência, mas também de ligações que se estreitam, de outras que se desfazem, e sobretudo de construção de uma identidade.
Ao mesmo tempo, é uma confissão íntima, ora terna, ora dolorosa, da desambientação emotiva com que nos vemos confrontados durante a adolescência, e uma viagem pela atração que o mal sabe sempre exercer.



Seis Malas (Tradução de Paulo Rêgo)
A história de um enigma suficientemente grande para encher seis malas.
Todas as famílias têm segredos que passam de geração em geração e chegam a ser casos de vida ou de morte.
No presente romance, Maxim Biller escreve sobre um desses enigmas, cujas repercussões negativas continuam a afetar até hoje a sua família.
Quando o patriarca é denunciado por tráfico de divisas (que, ao que se sabe, escondia numa mala) e executado na União Soviética em 1960, todos os membros da família passam a ser suspeitos de traição, a lealdade entre eles é posta à prova e um bom número de segredos obscuros acabam por ser desvendados.
Mas, afinal, quem traiu Shmil Grigorevitch? Terá sido algum dos seus encantadores e talentosos filhos – Dima, por exemplo, que tentou fugir de Praga para Berlim Ocidental? Terá sido a sua nora, ambiciosa e triste? Ou foi ele próprio que se deixou apanhar pelo KGB, que depois o condenaria à morte?
Contada por um neto de Shmil, este romance – que alterna entre Praga, Zurique, Moscovo e Hamburgo – narra as perspetivas de seis membros desta família de judeus russos sobre o verdadeiro culpado, e entrelaça a diáspora judaica, o antissemitismo comunista e até o cinema checo do pós-guerra com os mitos soviéticos, deixando aos leitores uma questão existencial: como se comportariam se tivessem de salvar a própria vida – como heróis ou traidores?

Outra novidade a editar pela chancela Casa das Letras:
A Marca da Vingança, de Emelie Schepp.

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