quinta-feira, 6 de junho de 2019

«A Paciente Silenciosa», de Alex Michaelides

Editora: Presença
Data de publicação: 08/05/2019
N.º de páginas: 336
Foi lançado no início de Fevereiro no Reino Unido e está a deixar de queixo caído leitores de pelo menos 43 países. A Paciente Silenciosa, o livro de estreia de Alex Michaelides, tem sido amplamente elogiado por leitores, escritores de renome (como Lee Child, Douglas Preston, Lincoln Child e David Baldacci) e críticos: «Uma mistura de suspense hitchcockiano, conspiração de Agatha Christie e tragédia grega» (Entertainment Weekly), «profundamente impressionante e intenso, com uma imprevisibilidade tal que mesmo o leitor mais familiarizado com livros de suspense sentirá suores frios.» (Booklist).
Com o selo português da Editorial Presença, este tríler psicológico, cujos direitos cinematográficos já foram adquiridos pela produtora de Brad Pitt, está à venda desde o dia 8 de Maio.
A história tem como protagonista Alicia Berenson, uma pintora londrina que matou brutalmente (alvejou várias vezes) o marido na casa onde viviam. Depois desse crime inexplicável para a família e amigos ‒ pois o seu casamento aparentava ser exemplar ‒, ela decide ficar em silêncio absoluto.
Na clínica psiquiátrica para reclusos onde há seis anos esta mulher, que nunca se sentiu particularmente à vontade com palavras, está, ela é uma das pacientes mais temidas pelos companheiros e pelos profissionais de saúde que lá trabalham. Por cautela e porque as diversas tentativas para fazer terapia com ela foram falhadas, é-lhe administrado diariamente uma dose forte de medicação, que faz com que ela pareça um zombie, um corpo sem alma, que não reage.
Com a chegada de Theo Faber, um novo psicoterapeuta forense, é-lhe incumbido pelo director da instituição psiquiátrica a façanha de fazer com que Alicia fale. Para tal, ele traça um plano para descobrir de que forma a infância dela a terá moldado, provocando os impulsos homicidas que emergiram tantos anos depois. Caberá também a Theo fazer a interpretação psicológica do auto-retrato (a única comunicação feita por ela, o seu único testemunho), que Alicia pintou nos dias após o homicídio. Simultaneamente, enquanto ele veste a capa de detective, Theo constata que é do interesse de várias pessoas que conviveram com ela no passado, que Alicia permaneça calada.
Inteligente. Viciante. Hipnotizante. A Paciente Silenciosa tem um enredo habilmente urdido, tem personagens complexas e convincentes, tem ritmo consistentemente cativante, uma conclusão chocante e sinuosa, e tem uma narração sedutora que não desilude em uma única página. Este é o tipo de livro que procuramos horas e horas nas livrarias e que nunca temos a sorte de levar para casa.
Alex Michaelides criou uma obra de excelência dentro do tríler psicológico, género literário que tem vindo a somar autores e leitores. A Paciente Silenciosa, um mistério psicológico totalmente original, que tem passagens bonitas e profundas sobre a psique humana, é um livro que é puro deleite para psicólogos de poltrona. Ao finalizarmos a sua leitura, iremos relembrar que «talvez alguns de nós pura e simplesmente nasçamos maus e não obstante todos os nossos esforços continuemos a sê-lo.»
O melhor elogio que posso fazer a este romance é dizer que muito dificilmente irei ler tão cedo um livro melhor que este.

Excertos
«As semanas sucederam-se, os meses sucederam-se e os anos sucederam-se – e, ainda assim, a Alicia não dizia uma palavra. Havia apenas silêncio.» (p. 24)
«Uma das coisas mais difíceis de admitir é não termos sido amados quando mais precisávamos. É uma sensação terrível, a dor de não sermos amados.» (p. 116)
«Eu estava sentado com a Alicia, em silêncio. Começava a lidar cada vez melhor com aqueles silêncios, a saber suportá-los, a instalar-me neles e a aguentá-los; aquilo tornara-se quase confortável, ali sentado na pequena sala com ela, sem dizermos uma palavra.» (p. 271)
«Ambos tivemos infâncias muito semelhantes (…) descobrimos rapidamente que a distância geográfica pouco importa no mundo da psique. Há coisas que não se deixam facilmente para trás.» (p. 272)

4 comentários:

Marcos Silva disse...

Como eu adoro este género de leitura.

Ana Machado disse...

Tenho ouvido falar muito acerca deste livro e, depois de ler esta publicação, fiquei muito curiosa e com grande vontade de conhecer a história.

Clara Duarte disse...

Fiquei bastante interessada em ler este livro.

Pitorra disse...

Gostei imenso do livro. Apenas o final é que pareceu um pouco desenvolvido á pressa.