Do 25 de Novembro aos Nossos Dias 
 História da Contrarrevoluçãode Raquel Varela e Adriano Zilhão  
Se, a 25 de Abril de 1974, começou em Portugal uma revolução socialista, terá, a 25 de Novembro de 1975, começado a contrarrevolução que a derrotou?
 Que ideologia, que classes comemoram, no dia 25 de Novembro, a contrarrevolução?
 Como relacionar a ascensão do neofascismo em Portugal na forma do partido Chega e de bandos a ele ligados, com as comemorações oficiais desta data no Parlamento?
 Que papel tem a memória?
 E que é da verdade? Que é dela, nestes tempos de barbárie social?
 Os canais oficiais dizem que, se 25 de Abril foi a libertação da ditadura, só a 25 de Novembro o «regime democrático» ficou consagrado.
 Será verdade? E entre as duas datas, que se passou ao certo no tal PREC, sobre o qual desce um véu de silêncio?
 Mas também isto — isto sobretudo: no meio do nevoeiro que os novos comemoradores aspergem sobre a história da revolução operária e socialista portuguesa e da contrarrevolução, que papel, em tão decisivos eventos, desempenharam as direcções do PCP e do PS, os dois partidos maioritários?
 Esta obra não segue a narrativa oficial das comemorações do 25 de Novembro.
 Narra, sim, a revolução e a contrarrevolução do ponto de vista dos trabalhadores que fizeram a primeira — e sofreram a segunda. 
O Cerco de São Bento em 1975
O princípio do fim da Revoluçãode Kathleen Gomes 
Em Novembro de 1975, milhares de trabalhadores da construção civil manifestaram‑se em Lisboa, reivindicando melhores condições de trabalho e de vida, num protesto que durou quase dois dias junto ao Palácio de São Bento, onde se reunia a Assembleia Constituinte. Deputados e primeiro‑ministro ficaram retidos no interior do edifício. Este episódio, que se tornou conhecido como «o cerco à Constituinte», marcou decisivamente a fase final da Revolução Portuguesa, pautada por uma acentuada radicalização política e social.
 Num trabalho realizado com recurso a fontes de natureza diversa, de relatos da imprensa a testemunhos orais, O Cerco de São Bento em 1975 procura reconstituir os acontecimentos de 12 e 13 de Novembro e demonstrar como estes foram determinantes para a operação militar de 25 de Novembro, que pôs fim à Revolução.
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