Matadouro Cinco é tido como um dos mais importantes romances de sempre sobre o absurdo da guerra. Este clássico da literatura do século XX e um dos mais importantes romances antibélicos de sempre, tem estado esgotado no mercado livreiro nacional há anos. Com uma nova tradução, assinada por Miguel Cardoso, será disponibilizado novamente aos leitores, pela Alfaguara, no início da próxima semana, esta obra que consagrou Kurt Vonnegut (1922-2007) como uma das grandes vozes da ficção americana.
Salientar que em Abril deste ano a Editora Narrativa publicou deste autor (que segundo Doris Lessing, era «único, um dos autores que nos mapeia as paisagens, que dá nomes aos lugares que melhor conhecemos») o livro Mas Há Melhor do que Isto? e no passado mês deram à estampa Deus o Abençoe, Dr. Kevorkia e Um Homem sem Pátria.Texto sinóptico
Dresden, 1945: escassos meses antes do fim da guerra, a cidade é bombardeada até à destruição total, dezenas de milhares de pessoas mortas numa só noite. Escondido na cave de um matadouro, conhecemos Billy Pilgrim, jovem protagonista desta narrativa, que, como Kurt Vonnegut, foi feito prisioneiro de guerra pelo exército alemão e sobreviveu ao bombardeamento.
Com ele embarcamos numa odisseia que atravessa vários tempos - passado, presente e futuro -, como se Pilgrim imitasse o caminho percorrido por qualquer vida destroçada, procurando sentido na inevitável falibilidade humana.
Kurt Vonnegut escreveu sobre um dos episódios mais atrozes da Segunda Guerra Mundial, fazendo uso de um olhar e de uma técnica inesperados: ao lado do horror, o riso; ao lado do medo, a ternura; ao lado da indiferença, a esperança. Demorou vinte anos a transformar a sua experiência num romance sobre a guerra que fosse diferente de todos os outros. O resultado é uma obra-prima.«Há aqui muita comédia, como em tudo o que Vonnegut escreveu, mas a guerra não é vista enquanto farsa. É vista como uma tragédia tão grande, que só a máscara da comédia nos permite olhá-la nos olhos. Sendo um grande romance realista, Matadouro cinco é também sensível o suficiente para que, no final do horror que toma como tema, a esperança seja possível.» - Salman Rushdie, do Prefácio
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