sábado, 13 de setembro de 2025

Silêncios que Falam – 15 anos a dar voz aos livros


Assinala-se hoje 15 anos desde que criei este espaço, sem imaginar o quanto iria crescer e acompanhar-me e acompanhar-vos. Desde então, tenho partilhado recensões (mais de quatrocentas), novidades editoriais, cerca de duas dezenas de entrevistas a escritores e tantas outras palavras que nasceram da minha paixão pelos livros.

Foram milhares de páginas lidas, histórias descobertas e emoções vividas, sempre com a vontade de dar voz aos autores e às suas obras.

Agradeço a todos os leitores, escritores e editoras que, ao longo deste caminho, deram sentido ao Silêncios que Falam. Sem vocês, este blogue não teria chegado até aqui.

quinta-feira, 11 de setembro de 2025

«Emmanuelle - A Lição de Homem», de Emmanuelle Arsan

Editora: Guerra & Paz
Data de publicação: 22-10-2024
N.º de páginas: 225
Ela tinha 19 anos, casada há cerca de um ano, quando viajou de Londres ao encontro do marido em Banguecoque. Já não estava com Jean, com quem havia deixado de ser virgem aos 16 anos, há algumas semanas. No avião, sente os olhares dos homens sobre si, em especial de um passageiro que a provoca, e ela se deixa seduzir; como é descrito no livro, posteriormente, esse homem «não parecia cansado de encavar o corpo de Emmanuelle». A verdadeira viagem começava dentro dela: cada olhar, cada toque, cada suspiro abria portas para prazeres proibidos e descobertas sensuais. Ao chegar à Tailândia, revela a sua sensualidade nos braços do marido, de mulheres e de homens que frequentam a sua casa. É o início de uma inebriante viagem aos confins do prazer e da liberdade sexual...
 Escrito na primeira pessoa, o leitor vive os acontecimentos através dos olhos da heroína sexualmente aventureira. O foco da história, escrita pela escritora e atriz franco-tailandesa Emmanuelle Arsan, está no prazer e na libertação da moralidade convencional, e Emmanuelle entrega-se ao prazer com curiosidade e elegância, transformando cada experiência num poema sensual e uma lição de coragem.
 Publicado clandestinamente em 1959, Emmanuelle – A Lição de Homem escandalizou a França, dando origem a processos e condenações; a obra foi imediatamente proibida e o editor condenado em tribunal. Em 1974, a adaptação para o cinema, protagonizada pela inesquecível Sylvia Kristel, foi um sucesso comercial maciço, causando muita celeuma e relançando o escândalo às telas.
 Décadas depois, este clássico da literatura erótica continua a fascinar e inspirar, lembrando-nos que o prazer é um irrecusável direito humano e que a liberdade de sentir é, por si só, revolucionária. 
Este romance é o primeiro volume, tendo sido posteriormente lançada uma segunda obra sob o título Emmanuelle – A Antivirgem. Ambos os livros foram relançados em alguns países em 2024. Em Portugal, a edição tem o selo da Guerra & Paz Editores. 

Excertos 
«Logo que o instante se imobiliza, perdeu a sua beleza! Por mais que se tente eternizar a beleza, a beleza morre. O que é belo não é o que é nu, mas o que se desnuda.» 

«(...) Emmmanuelle recebeu, ao longo dos braços, no ventre nu, no pescoço, no rosto, na boca e nos cabelos, os longos jactos brancos (...) pelo membro satisfeito.» 

«(...) Emmanuelle tentava ajudar a fabulosa serpente a chegar-lhe bem ao fundo das entranhas.»

«Uma sexualidade saciada é uma sexualidade que caminha para a morte.»

 «O que é erótica não é a ejaculação, mas a erecção.» 

«O que conta não é fazer amor, mas como fazê-lo.»

Robert Harris está de regresso com um romance de segredos e paixões perigosas


Nascido no Reino Unido, Robert Harris é autor de diversos romances, entre os quais Munique, O Oficial e o Espião e O Segredo de Estaline. Alguns dos seus livros foram adaptados ao cinema, como The Ghost, realizado por Roman Polanski, e mais recentemente, Conclave, dirigido por Edward Berger e protagonizado por Ralph Fiennes.
O seu mais recente livro, Precipício, sai a 17 deste mês.

Texto sinóptico
Entre a obsessão, a guerra e um amor proíbido. O mundo à beira do colapso.
Londres, 1914. Venetia Stanley, uma jovem aristocrata inglesa, guarda um segredo: mantém uma relação clandestina com Henry Asquith, o primeiro-ministro britânico, um homem casado e quase quarenta anos mais velho. O que começa como um romance discreto, torna-se perigoso à medida que a tensão política na Europa ameaça abalar o mundo.
Com o assassínio do arquiduque Franz Ferdinand e o início da Primeira Guerra Mundial, a relação entre Venetia e Asquith toma rumos inesperados, sobretudo quando ele começa a revelar-lhe informações de Estado confidenciais. É então que um jovem oficial dos Serviços Secretos é destacado para investigar e, de repente, o que parecia ser apenas um caso extraconjugal torna-se um assunto de segurança nacional que irá alterar o rumo político do país.
Uma história de traição, lealdade e obsessão, em que o destino de uma nação e os segredos mais sombrios da política britânica vêm ao de cima.

«Uma história fascinante de política, guerra e obsessão erótica.» - The Sunday Times

«Um romance histórico magistral e cativante. É tanto uma história angustiante sobre a iminência de uma guerra terrível como uma nova perspetiva sobre a posição, muito malvista, da amante de um homem poderoso.» - The Washington Post 

«Historicamente erudito, politicamente perspicaz e cativante até à última página.» - The Times 

«O livro de Robert Harris mais cativante até à data... um enredo extraordinário.» - The Independent

sexta-feira, 5 de setembro de 2025

PACTOR lança obra sobre narcisismo na prática clínica


A PACTOR editora lança obra sobre o transtorno de personalidade narcisista, que junta teoria e prática clínica, explorando o narcisismo em todas as suas dimensões. 
Narcisismo - Dos Casos Clínicos às Estratégias Terapêuticas
inaugura a
 coleção "Abordagens Psicoterapêuticas", dedicada a temas centrais da clínica contemporânea, tem como autora e coordenadora Raíssa Santos, psicóloga Clínica e Psicoterapeuta Psicanalítica Relacional, autora de O Desenho na Avaliação Psicológica da Criança (2024).

Texto de apresentação
A obra inicia com um enquadramento teórico sobre a evolução do narcisismo, desde a sua origem mítica à sua conceptualização como perturbação de personalidade, passando pelas suas múltiplas manifestações, seguindo-se os contributos de psicoterapeutas experientes que, a partir de diferentes abordagens psicoterapêuticas - psicanálise relacional, psicanálise do casal e da família, terapia cognitivo-comportamental e terapia de casal sistémica -, partilham casos clínicos ilustrativos, com profundidade e clareza. 
Com um equilíbrio entre reflexão teórica e aplicação clínica, este livro oferece uma visão plural e integrada do tratamento psicoterapêutico do narcisismo. As dificuldades, os impasses e os sucessos terapêuticos são expostos de forma acessível e realista, permitindo ao leitor um contacto direto com a complexidade - e também com a possibilidade de transformação - desta problemática.
Dirigida a psicólogos, psicoterapeutas e estudantes da área da saúde mental, esta obra propõe-se contribuir para uma maior compreensão do narcisismo em contexto clínico, fornecendo ferramentas úteis e modelos de intervenção, a partir de diversas perspetivas.

Pesquisa pelos temas abordados na obra e tem acesso às primeiras páginas do livro, aqui.

Outra obra que pode interessar

Nascemos Frágeis e Recebemos Ordens para Sermos Fortes (Bertrand Editora, 2019), do psiquiatra e psicoterapeuta João Carlos Melo

terça-feira, 2 de setembro de 2025

Romance-peça teatral de Steinbeck volta às livrarias

Depois de relançar em Junho A Um Deus Desconhecido, a Livros do Brasil apresenta esta semana uma nova edição de um livro de 
John Steinbeck. É o terceiro romance-peça teatral que o autor escreveu e desenvolve-se em quatro cenas, cujos protagonistas são quatro personagens cujas vidas se entrelaçam num drama moral e existencialCom Chama Devoradora (tradução portuguesa, datada de 1971, assinada por Virgínia Motta), publicado originalmente em 1950, o vencedor do Prémio Nobel da Literatura em 1962, aborda os dilemas da condição humana.
Num género literário explorado anteriormente em Ratos e Homens e Noite sem Lua, Steinbeck concebe um romance breve, centrado nos diálogos e no entrosamento entre as personagens, destinado tanto à leitura como à representação em palco.

Sinopse
Sentindo aproximar-se a sombra da velhice, e com a possibilidade luminosa do nascimento de uma criança cada vez mais longe, Joe Saul desespera quanto ao legado que deixará no mundo. Mordeen, a sua mulher, ama-o profundamente, mas, certa de que juntos não poderão ter filhos, cede aos avanços do jovem Victor. De dia para dia, o sonho da família cresce, por fim, e está prestes a concretizar-se – e o amigo Ed tudo fará para afastar quaisquer ameaças a uma felicidade plena. 
Inspirando-se numa história medieval moralizante, este é um retrato do emaranhado das vidas humanas, dominadas por paixões e vulnerabilidade, desejos e desesperos, que nos interroga enquanto espécie: a quem pertence a responsabilidade pela vida de cada criança?

A editora disponibiliza aqui as primeiras páginas para leitura imediata.

segunda-feira, 1 de setembro de 2025

Dois romances acabam de chegar de Espanha


Depois de duas décadas dedicadas à vida académica, María Dueñas (n. 1964) irrompeu pelo mundo literário em 2009, com O tempo entre costuras, o romance que se tornou um fenómeno editorial. Os seus romances posteriores, continuaram a cativar os leitores e a crítica. Traduzida em mais de 35 línguas, a autora é uma das escritoras de língua espanhola mais estimadas no mundo. Se um dia voltarmos é o seu sexto romance, com o selo Porto Editora.

Sinopse
Orán, Argélia francesa, finais da década de 1920.
Ana Cecilia Belmonte, uma jovem espanhola de apenas 17 anos, foge de casa após um episódio traumático. Sem documentos nem destino, atravessa o mar Mediterrâneo e refugia-se numa terra estranha.
Num ambiente hostil, onde imperam a desigualdade, o colonialismo e a opressão, Cecilia encontra trabalho nas fábricas de tabaco, nos campos e nos bairros mais esquecidos de Orán. A cada passo, enfrenta humilhações, perigos e perdas. Mas é também aí, na margem da sociedade, que descobrirá alianças inesperadas, redes de apoio e de solidariedade feminina, vínculos e paixões que, aliados à sua coragem e resiliência, acabarão por conduzi-la por um caminho repleto de reviravoltas, conquistas e desafios.
A Guerra Civil Espanhola, o avanço nazi no Norte de África e o conflito pela independência da Argélia marcam o contexto desta poderosa história de resistência, que é também uma reflexão sobre identidade, pertença e os laços que nos unem à terra de onde partimos – mesmo quando já não é possível voltarmos. 



Mayte Esteban (n. 1970) nasceu no México e reside há mais de duas décadas numa aldeia de Segóvia, em Espanha. A sua entrada no mundo literário deu-se em 2014 com o livro Detrás del cristal. Ambientada entre o fim de uma época e os conturbados anos que marcam o princípio do século XX, A colina da amendoeira, o seu primeiro romance romântico com contexto histórico, é uma história de vinganças, sobrevivência, amor e guerra. A edição portuguesa é da HarperCollins.

Sinopse
O mundo e a vida de Mary Ellen desmoronam-se quando o pai, o conde de Barton, entra no seu quarto. Decidiu casá-la com um comerciante rico, sem qualquer traço de nobreza, radicado em Boston. Mary não consegue acreditar que o pai renuncie a que o seu noivo seja aristocrata, mas sabe que de nada lhe servirá protestar. Foi educada para aceitar que todas as decisões da sua vida são tomadas pelo homem da família.
Após um casamento precipitado, vê-se obrigada a mudar-se para Londres, abandonando Almond Hill. Pouco depois de chegar à cidade, Mary descobrirá os segredos que se escondem por trás do seu estranho casamento. E também que o coração não pode ser travado por um contrato.

Literatura que resiste: obra de estreia de Marcelo Rubens Paiva ganha nova vida em Portugal


Clássico da literatura brasileira contemporânea, lançado em 1982, Feliz Ano Velho marcou a estreia de Marcelo Rubens Paiva na literatura. Este drama autobiográfico foi adaptado para cinema em 1987, com Malu Mader e Marcos Breda nos principais papeis. 

O livro chegou aos leitores portugueses em 1991 (numa edição da Pergaminho) e em 1996 (pela Mandarim, que foi um selo editorial português, criado nos anos 1990, que publicou vários autores brasileiros em Portugal, incluindo Luis Fernando Verissimo, Lya Luft, entre outros). 
Feliz Ano Velho regressa às livrarias portuguesas pela Dom Quixote no dia 30 de Setembro.

Texto de apresentação
Com uma prosa tocante e ao mesmo tempo irreverente, ao relatar o acidente que o deixou tetraplégico, Marcelo Rubens Paiva confere à narrativa a mesma energia com que superou a armadilha do destino.
O romance autobiográfico sobre o acidente que colocou Marcelo Rubens Paiva numa cadeira de rodas quando tinha vinte anos marcou a estreia literária do autor e tornou-se, rapidamente, um sucesso entre o público e a crítica - amplamente traduzido, conquistou prémios como o Jabuti, tornou-se tema de inúmeros trabalhos nas universidades brasileiras e, desde a sua publicação em 1982 até hoje, não tem parado de conquistar gerações de leitores.
Longe de ser o simples testemunho de uma experiência dolorosa, Feliz Ano Velho é o retrato geracional de uma juventude que, no final dos anos 1970, experimentava a abertura do governo militar e o sonho da redemocratização. Durante o período de recuperação, Marcelo conta detalhes da sua infância e da sua juventude, dos seus casos amorosos e da sua carreira musical; fala também da repressão da ditadura militar e da perseguição aos cidadãos que se opusessem ao regime, incluindo a invasão da sua casa por seis militares que levaram o seu pai, o deputado federal Rubens Beyrodt Paiva, que Marcelo não voltaria a ver e cuja história desenvolve em Ainda Estou Aqui.
O estilo de Marcelo, revelado num humor despretensioso e ao mesmo tempo mordaz, afasta a narrativa de qualquer pendor para o melodrama ou a autopiedade - pelo contrário, este é um texto de enorme força que, passados mais de quarenta anos, continua atual, vibrante e uma leitura indispensável.

Outras publicações Dom Quixote a sair também no dia 30: O Enigma de Israel e Feitas de Culpa.

Livros a publicar em Setembro pela Casa das Letras
Livros a publicar em Setembro pela ASA.

domingo, 31 de agosto de 2025

Rentrée literária ganha brilho com o novo romance de Yasmina Reza

Em seguida, eis alguns livros lançados em Agosto por chancelas do Grupo BertrandCírculo e títulos de novas obras a publicar na rentrée literária, com destaque para o mais recente romance da escritora e actriz francesa Yasmina Reza, actualmente com 66 anos. Récits de certains faits, de seu título original, é um romance (a publicar pela Quetzal Editores) que adquire a forma de testemunhos em tribunal, uma obra meditativa e comovente que examina, através da cidade de Veneza, os "momentos difíceis" de casais e as relações interpessoais.

Através de testemunhos na barra dos tribunais, Relato de Certos Factos explora a discrepância que existe entre a experiência vivida e a natureza da Justiça. Yasmina Reza, uma das figuras mais conhecidas das artes do palco francesas, cria na página uma espécie de teatro do real, em que examina, justamente através dos procedimentos em tribunal, as limitações do amor nas relações humanas e a possibilidade de violência que não raras vezes se encontra à flor da pele. Um livro meditativo e tão comovente quanto inesperado.


Danielle Steel
, autora consagrada e uma presença constante nos tops de vendas portugueses e mundiais, está de volta com Jogos Perigosos, um romance de cortar a respiração sobre escândalos políticos, corrupção, amor e coragem na Casa Branca.


Verde Brilhante
apresenta-se como um contributo decisivo para repensar o papel das plantas na vida do planeta e na sobrevivência da humanidade. A partir de questões fundamentais, como a capacidade comunicar inerente às plantas, os autores Stefano Mancuso e Alessandra Viola demonstram que estes organismos, frequentemente vistos como insensíveis e imóveis, possuem capacidades que se aproximam das dos animais.


Durante séculos, os contos de fadas foram passados de geração em geração. O que escondem por trás da sua linguagem simbólica e porque continuam a falar, com tanta força, ao coração das crianças? Em A Psicanálise dos Contos de Fadas, o psicólogo e educador Bruno Bettelheim mergulha no imaginário popular para mostrar como estas narrativas universais são instrumentos essenciais para o crescimento. Este é um clássico intemporal sobre a importância da imaginação e do poder das narrativas. Um livro fundamental que devolve aos contos o lugar central que sempre ocuparam: o de guiar emocional e moralmente para a infância e o de mostrar alguns ecos daquilo que, no fundo, significa ser humano. 


Aumentar a concentração, ultrapassar bloqueios, melhorar a intuição e a capacidade da memória são algumas das propostas de Aprender depressa e bem, obra que tem como base a neurociência e a psicologia cognitiva. Barbara Oakley e Olav Schewe criaram um manual muito completo com técnicas para melhorar a habilidade para aprender, seja qual for a matéria, e permitir tirar o melhor partido do cérebro. Um livro indicado para estudantes, profissionais em áreas intelectuais ou que exigem multitasking e, claro, curiosos e interessados em melhorar as suas capacidades cognitivas. 


O trabalho tornou-se parte central da nossa vida. Horários prolongados, e-mails fora de horas e reuniões virtuais sem fim. Por isso, reencontrar um propósito e harmonia no mundo frenético do trabalho moderno nunca foi tão necessário. Trabalhar como Um Monge oferece ferramentas para repensar a natureza capitalista e competitiva do mundo empresarial. Esta obra de Shoukei Matsumoto, considerado uma das figuras mais carismáticas do pensamento budista contemporâneo, pre
tende ser um antídoto para o ritmo fragmentado da vida contemporânea. Ao propor práticas inspiradas na disciplina budista, o autor de 
Manual de um Monge Budista para Limpar a Casa e a Mente (2020) e Mente Tranquila (2022) oferece as ferramentas necessárias para transformar o ruído diário em harmonia, e devolver sentido ao tempo que passamos a trabalhar. 


Inusitado, original, inovador, Portugal de Morte a Sul abre as portas ao tema da morte de uma perspetiva ainda pouco explorada no nosso país. Algures entre o guia de viagens e o ensaio sobre a mortalidade, este livro aborda a temática da morte de uma perspetiva ainda pouco explorada em Portugal. Procurando um diálogo com a morte nos espaços que ela domina, a obra oferece a oportunidade de o leitor explorar lugares associados à morte no espaço nacional, refletindo sobre a ideia de que, um dia, nós próprios passaremos para o lado de lá.

Rafaela Ferraz é escritora e investigadora independente. Licenciada em Criminologia e Mestre em Medicina Legal pela Universidade do Porto, é coautora do livro Death and Funeral Practices in Portugal (2022).


Com mais de 300 mil exemplares vendidos em Itália, Tu Não és os Teus Pais aborda ass relações familiares e o trauma intergeracional, temas de uma relevância e atualidade tão prementes quanto universais. O trauma é passado de geração em geração, criando uma dinâmica intergeracional de ressentimento e dependência que pode realmente envenenar a tua vida. Contudo, é possível pôr-lhe um travão e passar a fazer escolhas verdadeiramente nossas. Este livro oferece as ferramentas de que necessitas para te libertares de padrões autodestrutivos e de legados misteriosos que criam obstáculos sem fim. Maria Beatrice Alonzi é mestre em Análise Comportamental e divulgadora de ciência com forte presença nas redes sociais.  


Vencedor da última edição do Prémio Goncourt, Huris, restitui às mulheres, aos esquecidos, às vítimas e aos sobreviventes da guerra civil argelina – e de todas as guerras – a voz que lhes foi roubada. Este romance corajoso e comovente, proibido na Argélia, país onde 
Kamel Daoud nasceu, em 1970, chega às livrarias a 11 de Setembro. Enquanto jornalista, o autor colabora com muitos dos principais jornais europeus e manteve, por vários anos, a crónica mais lida na Argélia. 
Numa narrativa poderosa, dividida em três partes, Daoud (autor também do romance Meursault, contra-investigação) apresenta-nos a história de Alva, uma jovem argelina com a tragédia marcada no seu corpo...

sexta-feira, 29 de agosto de 2025

Neurocientista explica como as ideologias moldam cérebros


Leor Zmigrod é uma cientista premiada e pioneira no domínio da neurociência política e da psicologia. A sua investigação centra-se nos factores cognitivos, emocionais e neurobiológicos que aumentam a susceptibilidade das pessoas a ideologias extremas, bem como nas características que as tornam mais resilientes e criativas perante formas rígidas de pensar.
Nascida nos EUA, estudou na Universidade de Cambridge, publicou mais de trinta artigos revistos por pares e foi bolseira visitante em Stanford, Harvard e nos Institutos de Estudos Avançados de Berlim e Paris. Ganhou numerosos prémios, foi oradora no TEDx, e a sua investigação tem sido amplamente divulgada em meios de comunicação social como o The New York Times, Guardian e Financial TimesO Cérebro Ideológico é o seu primeiro livro, que a Dom Quixote publica na próxima terça-feira.

«A noção de que os fenómenos políticos existiriam de alguma forma num domínio separado do da regulação da vida humana é pura ficção, como Leor Zmigrod demonstra tão claramente. O seu livro é de leitura obrigatória.» - António Damásio

Texto sinóptico
Porque é que algumas pessoas se radicalizam? Como é que as ideologias moldam o cérebro humano? E como é que podemos libertar as nossas mentes de dogmas tóxicos?
Ao guiar os leitores através das suas experiências inovadoras, a Dra. Leor Zmigrod desvenda os mecanismos ocultos que orientam as nossas crenças e comportamentos e argumenta que as nossas posições políticas não são superficiais, mas antes desenvolvidas no tecido das nossas mentes. Os seus resultados mostram que os ideólogos de todos os espetros políticos têm dificuldade em alterar os seus padrões de pensamento quando confrontados com novas informações.
Embora alguns indivíduos sejam mais suscetíveis ao pensamento dogmático do que outros, todos nós podemos esforçar-nos por ser mais flexíveis, e Zmigrod acaba por explicar como podemos manter as nossas mentes abertas face a ideologias extremas. Revelador, provocador e inesquecível, o Cérebro Ideológico é um livro inovador que nos desafia a resistir ao pensamento a preto e branco e a reavaliar as nossas convicções mais profundas. 

Excerto
«Com as modernas técnicas científicas, podemos agora perguntar até onde conseguem os sistemas ideológicos penetrar na arquitetura do cérebro humano – até onde chega realmente a doutrinação da mente e do corpo. Descobrimos que o cérebro educado pela ideologia é um cérebro que vale a pena explorar. Um estudo minucioso desvenda o que as ideologias podem fazer aos nossos corpos e como as moralidades severas se embrenham nos recessos mais profundos da consciência humana. Esclarece quem tem potencial para o extremismo; porque é que alguns cérebros são particularmente vulneráveis enquanto outros são mais flexíveis e resilientes.»

quinta-feira, 28 de agosto de 2025

«Uma Viagem Terapêutica», de Alain de Botton

Editora: Dom Quixote
Data de publicação: 11-02-2025
N.º de páginas: 416

Alain de Botton (n. 1969) consolidou-se como uma voz singular na filosofia aplicada à vida quotidiana. Autor de livros intitulados “filosóficos”, estreou-se na escrita em 1993 com Ensaios de Amor (Dom Quixote, 2007), mas só recebeu reconhecimento mundial quatro anos depois, com Como Proust Pode Mudar a Sua Vida (Dom Quixote, 2009). 
No seu mais recente livro, constrói um espaço literário onde a introspeção, a empatia e a reflexão se entrelaçam. Publicado originalmente em Outubro de 2023 e traduzido (a partir de A Therapeutic Journey) para o português por Diogo Freitas da Costa, Uma Viagem Terapêutica reúne textos ensaísticos, auxiliados com conteúdo visual (imagens, fotografias, pinturas, etc.), explorando a saúde mental com uma sensibilidade rara. De Botton conduz o leitor por uma jornada que começa na crise — momentos de desorientação, perda de esperança ou de desilusão consigo mesmo —, «a recuperação pode começar no momento em que admitimos que já não fazemos ideia de como aguentar», e culmina na recuperação, oferecendo simultaneamente companhia e orientação prática. 
Elementos quotidianos, como o sono, a alimentação, o exercício ou tarefas domésticas, são apresentados como ferramentas de convalescença emocional, numa abordagem que une filosofia, psicologia e literatura com elegância e clareza. 
É de elogiar a capacidade do autor de articular sentimentos complexos, muitas vezes difíceis de expressar, com uma linguagem poética e reconfortante. É um livro inspirador, proporcionando ao leitor uma sensação de proximidade e compreensão em relação às suas próprias fragilidades. Ao mesmo tempo, a obra não se limita à teoria: oferece conselhos práticos e aplicáveis, abordando temas que vão desde relacionamentos e educação de filhos até rituais diários que favorecem uma boa saúde mental. 
Uma Viagem Terapêutica confirma uma vez mais Alain de Botton como um mestre da filosofia, capaz de unir erudição e empatia. Mais do que um livro, é um guia que convida o leitor a reconhecer a própria vulnerabilidade, cultivar a resiliência e reencontrar o fio condutor da vida. Com sensibilidade, elegância e sabedoria, o filósofo nascido na Suíça, fundador da The School of Life (uma escola situada em Londres que ensina filosofia prática para ser vivenciada no dia-a-dia), oferece não apenas consolo, mas também instrumentos para que cada leitor percorra o seu próprio caminho de recuperação. 
Este que é o décimo sexto livro que em Portugal se publica de De Botton é um farol para quem se sente perdido: guia, consola e inspira a encontrar novamente o equilíbrio e o sentido da vida. 

Excertos 
«A doença contém a cura, mas tem de ser assumida e interpretada. Há algo do passado que clama por ser identificado e que não nos vai deixar em paz até lhe prestarmos a devida atenção.» 

«É tão curioso quanto penoso, que o ingrediente principal na recuperação de qualquer doença mental grave, seja aquele que nunca aparece em nenhum manual médico ou diagnóstico psiquiátrico, ou seja, o amor.» 
«Qualquer criança precisa de experimentar aquilo que podemos designar de "deleite parental primário", um sentimento básico de ser desejada sem limites por aqueles que a puseram no mundo (...). Sem isto, uma criança pode sobreviver, mas nunca conseguirá florescer. A sua capacidade de existir livremente no mundo estará, de certo modo, sempre em causa. Irá crescer com o sentimento de ser supérflua, disruptiva e, no fundo, desinteressante e vergonhosa.» 

«A maneira como nos tratamos corresponde à internalização de como, em tempos, fomos tratados por outros, seja diretamente na forma como falavam connosco ou indiretamente na maneira como se comportavam à nossa volta (...)»

quarta-feira, 27 de agosto de 2025

E se dormíssemos como os nossos antepassados?


E se dormíssemos como os nossos antepassados? Num mundo em que o sono se tornou um campo de batalha, entre notificações, alarmes, ansiedade e preocupações, chega às livrarias em Setembro um livro que desmonta mitos e convida o leitor a repensar o sono como um fenómeno natural, imperfeito, mas essencial. Porque talvez dormir sete horas e acordar cansado não seja um problema, e acordar às três da manhã, afinal, seja a coisa mais normal do mundo. 

Merijn Van De Laar é cientista do sono, psicólogo e terapeuta com vasta experiência no tratamento de insónias e distúrbios do sono. Com um doutoramento na área, é professor na Universidade de Maastricht, nos Países Baixos, e uma referência internacional no estudo do sono e bem-estar.
Dormir como um homem das cavernas, 
a editar pela Ideias de Ler (uma chancela do Grupo Porto Editora), desafia a obsessão moderna pelas “boas práticas” do sono e propõe um regresso àquilo que o nosso corpo nunca esqueceu, mas que a sociedade insiste em ignorar. A obra conta já com milhares de exemplares vendidos e tradução para mais de 20 idiomas.

Elogios
«Esta obra oferece um olhar fascinante sobre a evolução do sono, partilhando dados valiosos que mostram como podemos aproveitar princípios básicos para melhorar o Descanso nos tempos modernos.» - Dra. Shelby Harris,
Especialista em Terapia Cognitivo-comportamental

«Um livro original que o pode ajudar a ter um sono “primordial.» - Dra. Ingrid Verbeek,
Terapeuta do Sono 

Conhece aqui outros livros publicados em Portugal sobre sono.

«Olhar a vida de frente», de Sonia Ricotti, entre as reedições da Bookout

A Bookout Editora apresenta novas edições de livros que conquistaram o coração dos leitores.

Um deles, Jesus, contém os principais ensinamentos do cristianismo que ajudaram a moldar a nossa civilização através dos tempos. Em Buda, são apresentados os ensinamentos centrais do budismo, expressos por seus mestres mais importantes. Ambos estes títulos, que são recomendados para ler devagar e meditar profundamente, foram organizados pelos serviços de edição da Bookout.
De Sonia Ricotti, uma conceituada oradora em transformação pessoal, que viaja por todo o mundo, inspirando e motivando milhares de pessoas a enfrentarem os desafios que a vida lhes coloca, foi reeditada pela 3.ª vez a sua obra mais conceituada, Olhar a vida de frente.
 Desta autora canadiana, que é CEO da Lead Out Loud Inc., uma empresa de desenvolvimento pessoal transformacional de topo, encontram-se publicados também no nosso país os títulos Quando o impensável acontece, A lei da atração e Alcance a vida que merece.

Jesus é a figura central do cristianismo. No milagre supremo de vencer a morte e reaparecer aos Seus discípulos com a instrução final de espalharem o evangelho a todos os povos, demonstrou a todos que era o Filho de Deus, o Messias muito aguardado. 
Trouxe a missão dada pelo Seu Pai de ensinar aos homens como viverem felizes e construírem uma sociedade mais justa. Indo de aldeia em aldeia, falava às multidões anunciando a boa nova, ensinando o amor, a paz e a justiça e explicando a vontade do Pai de instituir na terra o Reino de Deus. Por palavras e por atos deixou ensinamentos que ainda hoje são os fundamentos na nossa civilização e cultura. 
Numa mensagem sempre atual e cheia de imagens, osseus ensinamentos são facilmente adaptáveis àrealidade de hoje. São valores universais que apontam ocaminho para uma sociedade justa, solidária, pacífica e benevolente. 

Siddharta Gautama, o primeiro Buda, príncipe que ia ser rei e guerreiro, abdicou de toda a sua riqueza para levar a sua mensagem de paz aos povos e mostrar-lhes o caminho da iluminação, da verdade e do sentido da vida. 
Chocado com as degradantes condições de vida do seu povo, uniu as suas melhores qualidades de ser humano à persistência e dogmatismo dos grandes mestres e, por todo o mundo, cativou seguidores em torno dos seus ensinamentos.
Com uma mensagem de paz, de amor, de verdade e sabedoria interior, o presente livro reúne os principais ensinamentos de Buda, apresentando uma seleção dos principais pensamentos e preceitos do Budismo, reunidos sob a forma de pequenas frases, excertos e citações que inspiram uma vida de paz e a plena realização espiritual. 


Este é um livro para ter ao lado todos os dias. Uma crise financeira, um divórcio, a perda do emprego ou de um ente querido, um problema de saúde – todos nós enfrentamos momentos dolorosos, acontecimentos terríveis que nos deitam abaixo e nos levam a pensar que nada vale a pena. 
Mas a vida vale a pena! Basta não nos deixarmos tomar pelos sentimentos negativos, de revolta ou de desânimo que nos derrubam e deixarmos que a fé, a esperança, a determinação e um novo olhar nos ditem o caminho. 

• Controlar e reagir às circunstâncias dramáticas da vida. 
• Transformar a mente negativa e sentir-se melhor. 
• Enfrentar e superar as contrariedades. 
• Libertar-se das experiências negativas. 
• Experimentar a paz interior e a sensação de felicidade. 

Outros livros lançados recentemente pela editora
Adaptar e O jogo mental do trading (do autor de O jogo mental do poker).

terça-feira, 26 de agosto de 2025

ASA lança em Portugal «A Colónia», o fenómeno literário sueco que está a conquistar os leitores

Entre os lançamentos a sair no próximo mês pelas Edições ASA, o grande destaque vai para o romance de estreia da escritora Annika Norlin. Esta obra, de 2023, recebeu os dois prémios literários mais importantes da Suécia e é o maior bestseller sueco desde o fenómeno Um Homem Chamado Ove, de 2012. A Colónia é uma obra “admirável” e “de um delicado equilíbrio”, segundo a crítica do The New York Times. Traduzido em 15 países, vai ser adaptado a série televisiva.

Emelie está farta da cidade, das revistas onde é freelancer, das noitadas, dos colegas. Sempre odiou a vida ao ar livre, mas os sintomas de burnout levam-na a refugiar-se na floresta. Monta a tenda, desliga o telemóvel, esconde-se no silêncio.
Mas a jornalista dentro dela volta a despertar quando descobre naquela paisagem remota um estranho grupo: sete pessoas, homens e mulheres, de diferentes idades e etnias, que se deitam à sombra de um abeto gigante, mergulham nus no lago, se acariciam, dançam. Quem são eles? Serão felizes? Farão parte de uma seita? Intrigada, Emelie começa a escrever.
Um dia, ao conhecer o mais jovem do grupo, debate-se com um dilema. Não deveria ela denunciar às autoridades A Colónia, onde aquele adolescente cresce sem contacto com a civilização, ou escola, cuidados de saúde, amigos da sua idade…? 



O Barracão das Mulheres
, de Fermina Cañaveras
María vive uma dupla crise, pessoal e profissional. Há um ano que decidiu afogar as mágoas no álcool, que o chefe perdeu a confiança nela e que ninguém valoriza o seu trabalho de investigação no jornal; e, como se isso não bastasse, o seu relacionamento está por um fio.
De resto, encontra-se ainda embriagada quando uma manhã recebe um telefonema em que a mãe lhe anuncia a morte da avó que, no período da guerra civil espanhola, escondeu imensos militantes comunistas na sua pensão e se tornou uma das mulheres mais importantes da vida de María. É no velório que esta descobre uma mulher idosa e franzina que não conhece mas que deixa a sua mãe estranhamente inquieta. Ao perguntar de quem se trata, fica a saber que se chama Isadora, mas percebe de imediato que existe entre ambas um segredo incómodo.
Tentando endireitar a vida, María pensa então fazer uma pesquisa sobre a vida aventurosa da sua avó. Porém, quando procura documentos, encontra a foto de uma mulher com uma tatuagem no peito...


Esta Estranha e Acidentada História
, de Claire Messud
Em junho de 1940, Paris cai nas mãos dos alemães e Gaston Cassar, destacado como adido naval na Grécia, despede-se da mulher que ama desesperadamente e dos filhos pequenos, confiando que voltarão a reunir-se depois da guerra. Mas escapar à morte na II Guerra Mundial não é o mesmo do que sair ileso. A família nunca mais voltará a ser unida.
Ao longo das sete décadas que se seguem, de 1940 a 2010, três gerações da família Cassar viverão em modo itinerante numa busca vã por uma pátria. O patriarca Gaston e a sua mulher Lucienne aprofundam o mito de um amor perfeito que os sustenta mas sufoca os filhos, François e Denise. É Chloé, filha de François, quem mais acredita na força pacificadora da recuperação do passado comum.
Inspirada nas vidas tumultuosas dos seus antepassados, Claire Messud abre-nos uma janela privilegiada para a complexidade da alma mediterrânica no mundo contemporâneo.
Na origem da sua criação estão os inesquecíveis Cassar, uma família nascida no lado errado da História.



Ilha da Mulher Adormecida
, de Arturo Pérez-Reverte
«Pressionou o corpo contra o dele; e Jordán, com a roupa molhada, acolheu-a nos braços, apertando-a com força.
– Maldito sejas, capitão Mihalis – sussurrou ela de repente.
Ele demorou um momento a compreender.
– Sim – disse, por fim.
Levantou o rosto para contemplar a abóbada celeste, que parecia ter descido para se instalar à volta deles, envolvendo--os até ao fim dos tempos. Como se estivessem sozinhos na última noite do mundo.»

Estamos em 1937 e a guerra civil grassa em Espanha. O marinheiro mercante Miguel Jordán Kyriazis chega ao Líbano, onde a sua vida toma um rumo inesperado. É encarregado de uma missão clandestina que visa atacar as embarcações soviéticas que transportam ajuda militar para os republicanos. Será o seu primeiro ato como marinheiro de guerra.
A base de operações está instalada numa pequena ilha no Mar Egeu, propriedade do excêntrico Barão Katelios e da sua sedutora mulher. Entre eles e Miguel forma-se um triângulo amoroso tão perigoso quanto o xadrez humano que o rodeia.
Espiões, mercenários, rebeldes e operacionais do regime... o destino jogando-se a cada dia, insidioso, inabalável...
 

Conhece aqui os livros a publicar em Setembro pela Casa das Letras (LeYa)

domingo, 24 de agosto de 2025

Ana da Cunha é a autora do novo romance a sair pela Sibila Publicações

Sodade é o novo romance que será lançado pela Sibila Publicações em Setembro, integrado na Colecção Vozes Contemporâneas. Esta obra da escritora e jornalista Ana da Cunha foi galardoada com o Prémio Literário Maria Amália Vaz de Carvalho, instituído pela Câmara Municipal de Loures. 

Sodade foi distinguido por unanimidade pelo júri do Prémio (este ano composto pelas escritoras Ana Margarida de Carvalho, Inês Pedrosa e Isabel Rio-Novo), que destacou «a força e a beleza de uma história de amor pela leitura e de procura de identidade protagonizada por um filho de imigrantes cabo-verdianos». O júri destacou ainda «a qualidade da escrita e a capacidade de construção de personagens.»


Texto sinóptico
«Fidj, que é feito do Carlitos?». São estas as últimas palavras da mãe de Zé, um notário de cerca de quarenta anos, casado e pai de dois filhos, com raízes cabo-verdianas. Mas quem é este «Carlitos» que passa a assombrá-lo diariamente? E qual a história deste Zé, um homem negro que vive na Margem Sul do Tejo? A resposta está num velho edifício, plantado na localidade de Porto Brandão, um lazareto que foi em tempos casa de mais de duzentas famílias vindas de Cabo Verde: o Asilo 28 de Maio. Durante anos, Zé julgou que Carlitos, o velho amigo com quem crescera no Asilo, estava morto. Pela primeira vez em muito tempo, as últimas palavras da sua mãe vêm acender-lhe a esperança de o reencontrar. Um romance de personagens sonhadoras e resistentes, que nos conta como a amizade pode transformar a vida. 

Excerto
«Os dias seguintes foram ocupados a organizar o funeral, com os preparativos a deixarem-me exausto, mas, de certa forma, a alhearem-me da verdade: o corpo da minha mãe estava prestes a tornar-se cinza. Nesses dias em que tudo me parecia uma abstração, um filme a que eu assistia à distância, só conseguia recordar a minha mãe de um outro tempo. A imagem que se impunha na memória não era a dos últimos anos, com o rosto cada vez mais envelhecido e os cabelos grisalhos; mas antes a imagem da minha infância: o rosto livre de rugas, as mãos  delicadas,os cabelos escuros escondidos pelo lenço na cabeça. O corpo debruçado sobre a máquina de costura, o barulho que só era interrompido pela sua voz quando chegava a hora de preparar o almoço ou o jantar.» (p. 16)

A autora
Ana Isabel da Cunha (n. 1996) é licenciada em Teatro-Interpretação, pós-graduada em Dramaturgia e Argumento e mestre em Jornalismo. É jornalista no jornal online Mensagem de Lisboa
Em 2016, ganhou o Prémio Aldónio Gomes com a novela (Des) Controlo. Em Maio deste ano, publicou Tejo - Um cruzeiro religioso e cultural (Ed. Fundação Francisco Manuel dos Santos). Com a obra Sodade venceu a mais recente edição do Prémio Literário Maria Amália Vaz de Carvalho, na categoria Jovens Talentos - prosa de ficção.

quinta-feira, 21 de agosto de 2025

Mieko Kawakami em destaque na rentrée literária da Casa das Letras

Em Setembro, a Casa das Letras, chancela da LeYa, vai publicar dois romances de autoras japonesas (o segundo título traduzido para Português de Mieko Kawakami, uma das grandes vozes literárias japonesas da actualidade, e a estreia da livreira Nanako Hanada), um de um escritor francês em que ele é o personagem principal, e da Alemanha chega um retrato da mais carismática imperatriz europeia.


Sinopse
Fuyuko Irie é uma revisora de textos freelancer com trinta e poucos anos. Trabalhando e vivendo sozinha numa cidade onde não é nada fácil estabelecer novas relações, não contacta com ninguém regularmente além da sua editora, Hijiri, uma mulher da sua idade, mas com uma disposição muito diferente.
Quando repara no seu reflexo na montra de uma loja de Tóquio, depara-se com uma mulher cansada e sem espírito, que não conseguiu assumir o controlo da sua própria vida. A sua única fonte de consolo: a luz. Todas as vésperas de Natal, Fuyuko sai para vislumbrar as luzes que preenchem a noite de Tóquio.
Mas é um encontro casual com um homem chamado Mitsutsuka que desperta algo de novo nela. E assim a sua vida começa a mudar. À medida que Fuyuko começa a ver o mundo sob uma luz diferente, memórias dolorosas do seu passado começam a ressurgir. Fuyuko precisa de ser amada, ouvida e vista. Mas vivendo num pequeno mundo criado por si, será que encontrará forças para derrubar os muros que a cercam?
Todos os Amantes da Noite, à venda a 16 de Setembro, é um retrato perspicaz, divertido e envolvente; fará os leitores rir e chorar, mas também recordar que, como só os melhores livros mostram, há dores que valem a pena.
«Nunca poderei esquecer a sensação de puro deslumbramento que senti quando li pela primeira vez este romance. Kawakami está sempre a crescer e a evoluir.» - Haruki Murakami
Mieko Kawakami é a aclamada autora do bestseller internacional Seios e Óvuloso seu primeiro romance a ser traduzido para português, em 2023, obra que lhe deu enorme reconhecimento na Europa e nos EUA. Nascida em Osaka, Japão, Kawakami estreou-se na literatura como poetisa e publicou a sua primeira novela, My Ego, My Teeth, and the World, em 2007. Os seus livros, traduzidos em mais de 20 línguas, são conhecidos pelas suas qualidades poéticas, pela sua visão do corpo feminino e pela sua preocupação com a ética e a sociedade moderna. Kawakami recebeu inúmeros prémios literários internacionais, nomeadamente o Prémio Akutagawa, o Prémio Tanizaki e o Prémio Murasaki Shikibu. Vive em Tóquio.



Sinopse
A vida de Nanako Hanada não só estagnou - bateu mesmo no fundo.
Recentemente separada do marido, vive entre camas de hotéis alugadas à hora, pequenos cafés com Internet ou no chão de livrarias. O trabalho também não está melhor — as vendas na excêntrica livraria Village Vanguard, em Tóquio, que ela gere, estão a cair a pique. À medida que a vida de Nanako se desmorona, ler livros é a única coisa que a mantém viva.
Até que se inscreve num site de encontros que oferece 30 minutos com alguém que nunca voltará a ver. Apresentando-se como uma «livreira sexy», propõe-se a recomendar o livro perfeito em troca de um encontro. No ano que se segue, Nanako conhece centenas de pessoas, algumas das quais procuram mais do que apenas um livro…
Confissões de Uma Livreira, à venda a 2 de Setembro, é uma ode ao prazer da leitura. Oferecendo um vislumbre do mundo livreiro no Japão e do lado mais excêntrico de Tóquio, esta é uma história sobre como os livros nos ajudam a criar laços com os outros — e a reencontrarmo-nos.

Nanako Hanada nascida em 1979, é livreira em Tóquio. O seu primeiro livro, Confissões de Uma Livreira, tornou-se um inesperado e inspirador bestseller e livro de culto japonês que vendeu 80 mil exemplares, tendo sido igualmente adaptado para uma série de televisão. Os direitos autorais permitiram a Nanako abrira sua própria livraria, Kani Books, em Tóquio.


Sinopse

Na esplêndida e perigosa paisagem do Lago Léman, à sombra das montanhas circundantes, um escritor de renome morre, deixando um manuscrito. O seu nome é Marceau Miller. A sua vida foi construída sobre uma mentira. O seu último romance será a sua confissão.
Do cume do Dent du Vélan, uma silhueta contempla o seu corpo esmagado no chão.
Marceu Miller, nascido provavelmente em 1978, é argumentista de televisão e escritor. Mas esta é a primeira vez que escreve um romance com esse nome. Vive em França e regressa regularmente à região do Lago Léman, que exerce sobre ele um forte fascínio. 
O Mistério de Marceau Miller é um fenómeno literário que já se tornou um sucesso de vendas em vários países.

Existem homens que arriscam constantemente a vida. Marceau Miller é um deles. Assombrado pela memória da sua irmã, desaparecida vinte anos antes, tornou-se um escritor de sucesso, com uma vida aparentemente perfeita. Ele próprio, é o personagem principal do seu romance de estreia. É de nacionalidade francesa e regressa regularmente ao Lago Genebra, uma região que o fascina profundamente. 



Sinopse
Sissi é um romance incontornável sobre uma mulher contraditória, o seu fascínio, os seus anseios, o seu poder de manipulação e a sua força destrutiva. Quando Elisabeth (Sissi) se torna Imperatriz da Áustria através do casamento, entra num mundo estritamente regrado, cheio de convenções rígidas e receções aborrecidas. Só consegue respirar quando está em viagens prolongadas ou quando fica no seu castelo húngaro, Gödöllő, onde pode levar uma vida sem restrições e perseguir a sua maior paixão: a caça com cavalos selvagens.
Nenhum fosso é demasiado largo para a imperatriz, nenhum obstáculo é demasiado perigoso. Sissi é uma das melhores e mais imprudentes cavaleiras do seu tempo, admirada pelo lendário cavaleiro de caça e jóquei Bay Middleton e não apenas pelas suas habilidades de equitação.
Durante uma estadia em Gödöllő, Sissi convida a sua sobrinha Marie Wallersee, perita em equitação e esgrima, para a acompanhar. Filha de uma atriz, Marie não se enquadra bem na posição da imperatriz, mas Sissi vê nela um alter-ego mais livre e faz dela uma confidente próxima. Marie, de 18 anos, sucumbe rapidamente aos braços da tia imperial e fica muito feliz por ajudá-la no seu papel de cavaleira apaixonada e de femme fatale.
Sissi, habituada a ser o centro das atenções, procura um marido para a sua jovem rival, dando início a um jogo de sedução e traição.

Karen Duve nasceu em Hamburgo, em 1961. Os seus livros de ficção e de não-ficção tornaram-se bestsellers traduzidos para diversas línguas. Taxi foi adaptado ao cinema e protagonizado por Peter Dinklage. Recebeu o Prémio Literário de Kassel, em 2017, na categoria de Humor Grotesco, o Prémio de Literatura Düsseldorfer, o Prémio Soluthurner Literatur e o Prémio de Literatura Carl-Amery em 2019 pela sua obra multifacetada.

Conhece aqui os livros a publicar em Setembro pelas Edições ASA (LeYa)