Traição, de Danielle Steel
Tallie Jones é uma lenda de Hollywood. Realizadora ambiciosa e apaixonada, as suas produções premiadas conseguem a rara combinação de sucesso comercial e junto da crítica. Mas ela pouco interesse tem no brilho e glamour de Los Angeles, preferindo centrar-se no trabalho e na família.
Contudo, em plena produção do seu filme mais ambicioso, pequenas questões começam a perturbar o seu mundo ordenado e perfeito. Uma auditoria revela discrepâncias nos registos financeiros da realizadora e Tallie tem de descobrir quem, de entre as pessoas em quem confia e que ama, a anda a trair…
A Cadeira Preta, de Sarah Lemonnier
Não minto, não engano, sou o que sou. Pode parecer arrogância, mas é verdade. Sou a Beatriz e ganho a vida a escrever. Transformo facilmente uma conta bancária razoável em álcool e más decisões. Sou depressiva, analítica, estupidamente inteligente e sufoco com o compromisso. Não sou uma mulher normal, nem pretendo ser.
O meu objectivo é bem mais simples: ser feliz. Numa tentativa de autodescoberta, com uma leve pitada de masoquismo, comecei a consultar uma psicóloga. Semana após semana, fui forçada a falar sobre o Marcelo (por quem sou apaixonada), o Henrique (com quem vou para a cama) e o Paulo (o meu apoio emocional e, por vezes, físico também).
São estes os três homens que arruinaram a minha vida e a quem sou completamente devota.
Uma Vénus Privada, de Giorgio Scerbanenco
O rapaz é enorme, tem quase dois metros, pesa 90 quilos. Chama-se David, é filho de um milionário. Ainda não está bêbado, mas estará em breve. Não se vai queixar, nem choramingar. Vai apenas beber até ser noite, até cair na cama. É um destroço humano, que o pai acaba de entregar aos cuidados do Dr. Duca Lamberti. Ou melhor, ex-doutor. Lamberti é um Homem de Princípios. Levado por eles praticou eutanásia, passou três anos na prisão. Agora não pode exercer medicina. E o trabalho que o milionário lhe dá é simples. Pegar naquele tristonho David e curá-lo. “Não me importa o tempo que levar, mesmo que seja um ano, nem os meios de que se sirva. Pode até matá-lo à pancada, pois antes quero vê-lo morto do que alcoólico”. O Dr. Luca Lamberti não precisa de muito tempo para perceber que David não bebe porque sim. Há ali uma história, uma culpa feia e funda, que o empurra metodicamente para o torpor alcoólico. Há também uma mulher morta à beira da estrada, uma Vénus caída em desgraça. Há uma máfia que recruta raparigas como ela. E que faz coisas inimagináveis, mesmo para um médico que já esteve preso.
Uma Vénus Privada é uma pequena obra-prima, um marco na história da literatura. Foi com este livro que nasceu em 1966 o policial negro italiano. Deste livro não se sai incólume. É uma reflexão sobre o mal, a indiferença, as doenças sociais. Duro e terno em igual medida, é um romance policial de recorte clássico, que viria a influenciar toda uma geração de escritores e que foi prontamente adaptado ao cinema.
O Amor da Minha Vida, de Clare Empson
CATHERINE deixou de falar. Algo a perturbou de tal forma que não consegue comunicar. Ninguém sabe o que foi. Para a ajudarem, os médicos terão de desvendar esse mistério. E começar pelo seu passado… por ele.
LUCIAN. O grande e único amor de Catherine, a quem ela abandonou uma noite, sem qualquer explicação, estilhaçando a vida de ambos. Anos depois, Catherine e Lucian voltam a encontrar-se. Tudo pode acontecer pois a paixão que os uniu mantém-se… mas sobre eles pesa ainda o segredo daquela noite fatídica. Catherine sabe que chegou o momento de o revelar. Será a verdade capaz de salvar este amor imenso que nem o tempo conseguiu esmorecer? Ou irá destruí-los de novo, arrastando-os irremediavelmente para o abismo?
O que acontece a seguir está na origem do silêncio de Catherine.
O que acontece a seguir… é a única coisa que ninguém podia prever.
Numa Ilha Deserta, de Julie Johnson
Quando o avião se despenhou na ilha, pensei que a minha história tinha acabado. Na realidade, estava apenas a começar…
Assim que o vi, no terminal do aeroporto, soube que era um cretino. Percebi logo que são homens como ele que os pais temem. Arrogantes, maldispostos, mas… de cair para o lado!
Felizmente, não teria de o voltar a ver… ou, pelo menos, foi isso que pensei. Não podia prever que o avião ia cair. Não podia saber que seríamos os únicos sobreviventes. Nunca me passou pela cabeça que, um dia, seria ele o meu porto de abrigo.
É que a vida na ilha é uma luta constante. Para sobreviver, mas também para não ceder à tentação. Sei que é errado desejá-lo, por todos os motivos e mais algum. Mas o tempo vai passando, e a carne é fraca…
Eu, a jovem e inexperiente Violet Anderson. E ele, o famoso fotógrafo Beck Underwood. Se não aparecer alguém para nos salvar em breve, receio que irei mergulhar nele… e morrer afogada…
O Silêncio da Cidade Branca, de Eva G. Urturi
Vinte
anos depois, a cidade de Vitoria volta a ser assolada por uma série de
assassinatos macabros. São em tudo iguais aos crimes do passado. Mas há
um pequeno senão: o suposto assassino está preso.
Na
altura a imprensa chamou-lhes 'Os Crimes do Dólmen'. Porque foi num
dólmen que encontraram as primeiras vítimas: dois recém-nascidos unidos
num abraço macabro. Seguiram-se várias outras mortes, encenadas com
requinte em monumentos históricos. Tinham sido crimes quase perfeitos.
Mas o assassino – um arqueólogo brilhante – acabou por ser apanhado,
pelo seu não menos brilhante irmão gémeo, então inspetor da polícia.
Caso encerrado. Ou talvez não. Na altura Unai era adolescente. Vivia
obcecado com os crimes, mas aterrorizado com a perspetiva de ser a
próxima vítima. Passados vinte anos, tornou-se um profiler implacável,
especializado em assassinos em série. E quando o chamam à Catedral Velha
de Vitoria, um calafrio percorre-o. Nos claustros encontra dois
cadáveres e a mesma arrepiante encenação: nus, abraçados, com abelhas
vivas na garganta… Mas pistas, nenhumas.
Unai,
dá início à caçada. E as suas investigações levam-no a mergulhar a
fundo na história da cidade, nos seus antiquíssimos mitos, lendas,
segredos. Thriller arrepiante, que vendeu meio milhão de
exemplares em Espanha, envolve o leitor numa cidade fascinante, Vitoria,
que já tinha servido de cenário e inspiração a Os Pilares da Terra, de Ken Follet.
Babilónia, de Yasmina Reza
Babilónia aqui (como no salmo) é o tempo presente, lugar ou momento de perda, distante de um passado ideal.
Tudo começa com uma festa de primavera em casa de Elisabeth e Pierre. Os convidados são sobretudo casais de meia-idade e, de entre eles, os vizinhos de cima formam o mais singular: o homem, Jean-Lino, de ascendência italiana e judaica, é uma pessoa comum, tímida, que conversa frequentemente com a vizinha de baixo; a mulher, Lydie, é uma figura exuberante que canta jazz num bar e é terapeuta em variadíssimas disciplinas new-age. Ainda que tão diferentes, parecem ser um casal relativamente equilibrado e feliz. A noite avança e com ela a festa, bem como a nossa observação dos convivas e seus comportamentos, acentuados pelo álcool, pelo desejo ou pela ocasião social.
De madrugada, muito depois de a festa acabar, Jean-Lino acorda os vizinhos de baixo e anuncia-lhes o que aconteceu.
Podemos dizer que toda a obra de Yasmina Reza (dramatúrgica e ficcional) é uma tentativa de resgatar a existência humana da sua pequenez e insignificância, da solidão e do abandono, da sua falta de sentido. E, enquanto nos faz observar (quase radiograficamente) os outros, faz-nos ver como somos e rir de nós próprios.