terça-feira, 15 de março de 2022

Intitula-se «Casa de Conchas» o mais recente livro de poesia de Lília Tavares

Casa de Conchas é o título do novo livro de Lília Tavares. Esta obra é o seu 8.º livro de poesia a solo. Da co-autora da página de Facebook 'Quem lê Sophia de Mello Breyner' constam títulos como Parto com os Ventos (Kreamus, 2013), Evocação das Águas (Seda Publicações, 2016) e Nomes da Noite (Modocromia, 2019). Em co-autoria, escreveu, entre outros, Rio de Doze Águas (Coisas de Ler, 2012).

Lília Tavares tem dois livros para editar este ano, inseridos na sua colecção de poesia, 'Mãos de Semear' na Editora ModoCromia. Este primeiro (cuja sessão de lançamento decorreu no passado dia 8, no Porto), surge como uma catarse muito pessoal de boa parte daquilo que Sines e a sua costa marítima significam para a autora, fechando, de certo modo, um ciclo.

 Mente-me devagar e faz-me esquecer
o palácio vazio onde te amei
na ternura transparente das conchas.
Incendeia a cruel noite da infância.
Dá-me agora a lisura de um corpo incandescente
numa noite açucarada.

«Mestra da sagacidade, a escritora continua o seu itinerário em Casa de Conchas, através de uma nova anamnese. (...) Quando li pela primeira vez estes textos, quase de um só fôlego, ocorreu-me a imagem de uma visita ao Inferno ou, pelo menos, ao Purgatório, guiada não por Vergílio, o cicerone de Dante, mas por Al Berto. Em seguida, saboreando pausadamente cada texto, pude vislumbrar também alguns trechos do Paraíso. (...) Casa de Conchas representa uma catarse, aliás muito pessoal, quer de boa parte daquilo que Sines e a faixa costeira do Alentejo significam para a autora, quer dos arrebatamentos e dos desencantos que tiveram por cenário esses âmbitos. À evocação e à interpretação do território físico junta-se, na sua poética, a afirmação de um pujante mundo interior, cujos escaninhos submete a análise metódica e pertinaz. São leitmotiven a que regressa uma e outra vez, dissecando-os com a minúcia de quem cataloga os ficheiros de um “coração arquivista”, para retomarmos sugestiva imagem de António Manuel Couto Viana. Fá-lo com o assumido propósito não de amputar o passado, mas de inventariar esses tesouros e, a partir daí, fechar, de certo modo, um ciclo. Os diálogos consigo mesma e com Al Berto, as duas dramatis personæ aí convocadas, são os alicerces da obra e, ao mesmo tempo que reflectem sobre a autonomização da paisagem, deixam transparecer a expressão de um fio condutor mais arraigado.» José António Falcão, in prefácio

1 comentário:

Lília Tavares disse...

Amigo Miguel,

Muito grata pela tua divulgação no teu querido blogue.

Votos de boa poesia.

Abraço bom,

Lília