domingo, 27 de novembro de 2022

Da britânica Mary Beard, estudiosa de clássicos da Roma antiga, chegaram às livrarias dois novos títulos

Foram publicados neste mês, pela Gradiva e Presença, dois livros de Mary Beard, uma das classicistas mais originais e mais conhecidas da actualidade. Mary Beard é professora em Cambridge, editora no Times Literary Supplement, membro da British Academy e membro da American Academy of Arts and Sciences. Publicou vários livros, entre os quais, Antiguidade Clássica - O Essencial, SPQR - Uma História da Roma Antiga, Mulheres & Poder e Pompeia.

Civilizações

Encontros com a arte e a história | Do México ao antigo Pártenon
Depois de Kenneth Clark e do seu Civilização, Mary Beard quer ir mais longe: não só desvia o foco do «génio» criador para o consumidor, como confere às mulheres a dose de protagonismo que merecem na história da «civilização».
E não se fica pela Europa, conduz-nos a outros lugares e culturas, assentando na ideia de que não há, nem pode haver, uma narrativa única da arte e da cultura no mundo. Por isso, inclui e interpreta a diferença.
Do princípio ao fim, paira a questão: o que é a civilização? Kenneth Clark não arriscou uma definição, quando se lançou na aventura de a abordar pelo prisma da arte. «Mas penso conseguir reconhecê-la quando a vejo», disse. Já Mary Beard confere uma resposta que contém uma imensidão em pouquíssimas palavras.


Doze Césares
Imagens do poder da Antiguidade até aos nossos dias

Qual é o rosto do poder? Quem ganha a eternidade através da arte. E porquê?
Pela mão da mais prestigiada classicista da atualidade, descobrimos como doze césares moldaram mais de dois mil anos de imagens do poder.
Júlio César: implacável. Domiciano: cruel. Não é por acaso que os líderes menos recomendáveis dos últimos dois séculos são frequentemente caricaturados como Neros a tocar violino enquanto Roma arde. Durante mais de dois mil anos, o poder - leia-se: os mais ricos e reconhecidos nomes do mundo ocidental - foi retratado sob a extraordinária influência da arte clássica, sobretudo a partir da imagem de doze césares.
Por que razão foram estes tão inesquecíveis quanto terríveis autocratas a estabelecer-se como modelos de imitação? De que forma gerações e gerações de artistas os perpetuaram nas representações das figuras dos seus tempos? Quantos homens e mulheres, ao longo de séculos, viram as suas identidades deturpadas, redesenhadas ou enformadas pela gloriosa vida de doze césares?
Em quase 400 páginas a cores, esta viagem pelas representações do poder começa no retrato imperial e na extraordinária importância que este assume na política romana, passando pelo Renascimento e trazendo-nos depois até aos nossos dias, enquanto nos oferece um novo e muitas vezes surpreendente olhar sobre a arte e a forma como moldou - e molda - a nossa perceção de poder.

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