Eis quatro romances que estão prestes a ser publicados, respectivamente, pela Presença, Bertrand, Alfaguara e Casa das Letras Editoras.
A Camareira, de Nita Prose
Sejam bem-vindos. Sou a vossa camareira. Entro nos vossos quartos e conheço os vossos segredos.
Molly, a camareira, está completamente sozinha no mundo. Sim, está habituada a ser invisível, e é isso mesmo que também é no Regency Grand Hotel, onde, todos os dias, dobra roupa, faz as camas dos quartos de lavado, põe miniaturas de champô e pequeninos sabonetes nas casas de banho, limpa o pó e os segredos que os hóspedes deixam para trás quando fazem check-out. Ela é apenas uma camareira - porque haveria alguém de reparar nela?
Mas isso está prestes a mudar radicalmente. Todos os holofotes se viram para Molly quando é ela quem descobre o famigerado Mr. Black morto e bem morto na cama da sua suíte. Este não é o tipo de confusão que Molly pode limpar rapidamente. Porém, à medida que a teia de mentiras, sussurros, pistas e enganos se vai espalhando pelos corredores do Regency Grand Hotel, ela descobre que tem, dentro de si, um dom para a investigação. Sim, é apenas uma camareira - mas o que conseguirá Molly ver que todos os outros ignoram.
Sobre Isto Ninguém Fala, de Patricia Lockwood
Vídeos ridículos, memes delirantes, notícias falsas, fact-checking, comentários furiosos, opiniões sensatas, fotografias de gente feliz, atualidade política, gatos. Quando cruzamos a primeira página deste romance, a protagonista ganhou notoriedade devido aos seus posts numa rede social e viaja pelo mundo ao encontro de fãs apaixonados. Espaço virtual como espaço vital, sente-se totalmente absorvida pela nova linguagem e etiqueta daquilo que designa como «o portal» e debate-se com a convicção inabalável de que os seus pensamentos são agora ditados por um coro de vozes infinito.
Contudo, ameaças existenciais começam a ganhar forma - as alterações climáticas, a precariedade económica, a ascensão política de um «ditador» por nomear ou uma epidemia de solidão -, e ela e os seus posts lançam-se num salto cada vez mais fundo no vazio do portal: uma avalancha de imagens e palavras que se acumulam num ecrã pós-sentido, pós-ironia, pós-verdade, pós-seja-o-que-for. De súbito, duas mensagens da mãe quebram o fluxo...
Ao Ritmo do Harlem, de Colson Whitehead
Ray Carney tem uma história semelhante à de várias outras do seu bairro. É vendedor de mobília, pai de família, homem pacato. Pouca gente sabe que ele descende de uma linhagem de rufiões e que, sob a aparência de normalidade, há várias pontas soltas no seu caminho.
Como o dinheiro nem sempre chega, Ray desenrasca-se com esquemas trapaceiros e biscates pouco recomendáveis, à boleia das atividades ilícitas do primo Freddie. Mas há um dia em que os planos dão para o torto e Ray cai numa teia de corrupção, crime e pornografia, a que não faltam polícias duvidosos e arruaceiros sem escrúpulos. Começa aqui a sua vida dupla e Ray vai percebendo melhor quem realmente puxa os cordelinhos por ali.
Foge, Rose, Foge, de Dolly Parton e James Patterson Rose é uma estrela em ascensão, e canta sobre a vida difícil que ficou para trás. Também está em fuga. Encontra um futuro, larga um passado. Foi para Nashville a fim de reclamar o seu destino. É também ali que a escuridão da qual fugiu pode encontrá-la. E destruí-la.