quarta-feira, 8 de março de 2023

«A Idade do Vício», um dos romances que a LeYa vai publicar em Março

A Idade do Vício
É madrugada em Nova Deli. Cinco sem-abrigo são colhidos por um Mercedes-Benz. Entre os mortos há uma grávida e o seu marido. Faz frio, seis graus. Minutos mais tarde a polícia vai descobrir o culpado, alguém que não deveria estar ao volante de um carro daqueles, porque apesar de ser um belo rapaz e bem vestido, é de classe baixa.
O rapaz, viremos a saber, é Ajay. Quando tinha nove anos foi vendido pela mãe para pagar uma dívida. Cresceu na miséria, subiu a pulso e quando o romance começa é o homem de mão de Sunny, um playboy (e herdeiro) da poderosíssima família Wadia. Através dele entramos no outro lado da Índia, governada por uma classe corrupta e violenta.
A Idade do Vício vai navegar sempre entre esses dois universos, os ricos e os pobres; mas também entre diferentes geografias, que vão de uma caótica Nova Deli ao interior rural dos que nada têm. Numa escrita energética, pujante, irresistível, Deepti Kapoor constrói um romance épico onde encontramos todos os sintomas (e doenças) de um mundo que é o nosso, servidos com a exuberância plástica do Quem Quer Ser Bilionário? e o perfume literário de O Tigre Branco.

Subitamente, Sós
Louise é uma alpinista experiente, Ludovic um jovem bem constituído. Destemidos e desejosos de um ano de liberdade, deixam o apartamento em Paris e uma vida bastante convencional para se lançarem numa aventura: darem a volta ao mundo num veleiro.
A ilha onde aportam, no polo sul, atrai-os pela beleza selvagem: picos nevados, crateras geladas, um lago seco. Mas de repente surge uma nuvenzinha escura ao longe… Quando a tempestade levanta, destrói tudo à sua volta e o barco desaparece. Os dois ficam subitamente sós; os pinguins, as otárias, os elefantes-marinhos e as ratazanas passam a ser a sua única companhia numa velha estação baleeira, abandonada há décadas.
A aventura romântica torna-se um pesadelo e a relação do casal deteriora-se a cada dia. Será possível sobreviver numa natureza tão estranha e hostil? Durante quanto tempo? Como poderão lutar contra a fome e a exaustão num lugar tão isolado? E, se sobreviverem, como será regressar para junto dos seres humanos? Como contar-lhes o inenarrável?
Subitamente, Sós é uma obra notável sobre o engenho e as estratégias de sobrevivência e, ao mesmo tempo, um aviso sério relativo ao poder da natureza sobre o homem.
Isabelle Autissier foi a primeira mulher velejadora a dar a volta ao mundo em solitário.

A Dama Roubada
Florença, 1479. Bellina Sardi, órfã e ama de Lisa Gherardini desde a infância, é incumbida de a acompanhar aquando do seu casamento com um comerciante de seda, um homem próspero e fiel aliado dos poderosos Médicis. Mas Bellina é apanhada no meio das convulsões sociais da cidade, e tem de escolher entre a família que a acolheu e o carismático monge que incentiva os florentinos a revoltarem-se contra os Médicis e a riqueza obscena que acumulam. Leonardo da Vinci anseia por fazer arte, mas é confrontado com a necessidade de sustentar o seu estilo de vida luxuoso aceitando comissões. Considera que pintar a mulher de um homem rico não dignifica o seu talento, mas não tem outra opção. Começa assim a obsessão que o acompanhará toda a vida.
França, 1939. Paris está mergulhada no caos da ocupação alemã. a jovem Anne, arquivista novata e recém-chegada ao Louvre, é incumbida de manter as obras de arte fora do alcance do inimigo. no museu, todos sabem que estão a pôr as suas vidas em risco ao iludirem os Nazis, mas o amor pela arte e a ânsia de liberdade e justiça falam mais alto. Anne e os seus colegas movem freneticamente a Mona Lisa e outros tesouros de castelo em castelo, um pouco por toda a França. Mas à medida que o inimigo se aproxima, Anne começa a desconfiar de que o segredo para salvar o último reduto de dignidade de um país pode estar, afinal, na sua própria família.
Uma ode poderosa e apaixonada a uma obra de arte que poderia ter desaparecido sem deixar rasto, e à vida de uma mulher que não poderia imaginar que ainda hoje - em pleno seculo XXI - estaríamos a admirar o seu rosto.
Laura Morelli é doutorada em História de Arte pela Universidade de Yale.

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