quinta-feira, 2 de março de 2023

Um novo retrato da solidão em Portugal

Ana Margarida de Carvalho é autora dos romances Que Importa a Fúria do Mar, Não Se Pode Morar nos Olhos de um Gato e O Gesto que Fazemos para Proteger a Cabeça. É também da sua autoria o ensaio Viver só, recentemente editado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos.

Sinopse
Nunca como hoje houve tantos portugueses a viverem sozinhos, seja por opção, por deslocação em virtude de emprego ou estudo, por divórcio ou viuvez. Segundo o Censos provisório de 2021, são já mais de um milhão o número de pessoas nessa situação, o dobro de há 30 anos. A era da comunicação é também a era da solidão. Este é um retrato da solidão em Portugal, em números, contexto e circunstâncias, e uma reflexão sobre o quanto viver sozinho é diferente de sentir-se sozinho.
Viver Só é um retrato da solidão em Portugal em números, contexto e circunstâncias, mas também uma reflexão sobre o quanto viver sozinho é diferente de sentir-se sozinho. A experiência de solidão é tão individual e privada que se torna quase indefinível. Como se poderá ler em relatos de vidas solitárias expostas ao longo deste livro, viver só pode ser um privilégio, uma questão de liberdade irrenunciável ou uma dor profunda e irreversível. A solidão pode ser desde sempre ou para sempre.

Excerto
«Somos seres gregários. (…) Ninguém sobrevive sozinho. (…) Um bebé humano tem poucas horas de autonomia depois de lhe cortarem o cordão umbilical: a primeira e mais brutal separação experimentada pelo ser humano. Um rápido momento no parto, uma eternidade para o bebé. O resto da vida dedicamo-lo a restaurar a ligação, a consertar a união, a reatar laços, a procurar amparo, a agarrar um vínculo, a comunicar, a relacionarmo-nos, a conectarmo-nos, a inserir-nos nas tribos, nas alcateias sociais, a romper a solidão.»

Outro livro sobre o tema:
Uma Luz na Noite Escura, de João Carlos Melo.

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