segunda-feira, 1 de setembro de 2025

Literatura que resiste: obra de estreia de Marcelo Rubens Paiva ganha nova vida em Portugal


Clássico da literatura brasileira contemporânea, lançado em 1982, Feliz Ano Velho marcou a estreia de Marcelo Rubens Paiva na literatura. Este drama autobiográfico foi adaptado para cinema em 1987, com Malu Mader e Marcos Breda nos principais papeis. 

O livro chegou aos leitores portugueses em 1991 (numa edição da Pergaminho) e em 1996 (pela Mandarim, que foi um selo editorial português, criado nos anos 1990, que publicou vários autores brasileiros em Portugal, incluindo Luis Fernando Verissimo, Lya Luft, entre outros). 
Feliz Ano Velho regressa às livrarias portuguesas pela Dom Quixote no dia 30 de Setembro.

Texto de apresentação
Com uma prosa tocante e ao mesmo tempo irreverente, ao relatar o acidente que o deixou tetraplégico, Marcelo Rubens Paiva confere à narrativa a mesma energia com que superou a armadilha do destino.
O romance autobiográfico sobre o acidente que colocou Marcelo Rubens Paiva numa cadeira de rodas quando tinha vinte anos marcou a estreia literária do autor e tornou-se, rapidamente, um sucesso entre o público e a crítica - amplamente traduzido, conquistou prémios como o Jabuti, tornou-se tema de inúmeros trabalhos nas universidades brasileiras e, desde a sua publicação em 1982 até hoje, não tem parado de conquistar gerações de leitores.
Longe de ser o simples testemunho de uma experiência dolorosa, Feliz Ano Velho é o retrato geracional de uma juventude que, no final dos anos 1970, experimentava a abertura do governo militar e o sonho da redemocratização. Durante o período de recuperação, Marcelo conta detalhes da sua infância e da sua juventude, dos seus casos amorosos e da sua carreira musical; fala também da repressão da ditadura militar e da perseguição aos cidadãos que se opusessem ao regime, incluindo a invasão da sua casa por seis militares que levaram o seu pai, o deputado federal Rubens Beyrodt Paiva, que Marcelo não voltaria a ver e cuja história desenvolve em Ainda Estou Aqui.
O estilo de Marcelo, revelado num humor despretensioso e ao mesmo tempo mordaz, afasta a narrativa de qualquer pendor para o melodrama ou a autopiedade - pelo contrário, este é um texto de enorme força que, passados mais de quarenta anos, continua atual, vibrante e uma leitura indispensável.

Outras publicações Dom Quixote a sair também no dia 30: O Enigma de Israel e Feitas de Culpa.

Livros a publicar em Setembro pela Casa das Letras
Livros a publicar em Setembro pela ASA.