segunda-feira, 8 de outubro de 2018

O 6.º e inédito volume dos diários de Saramago

A 8 de Outubro de 1998 José Saramago recebeu o Prémio Nobel de Literatura. No dia de hoje, 8 de Outubro de 2018, a Porto Editora celebra esta data com a publicação de um inesperado inédito do escritor, o sexto e derradeiro volume dos seus diários, Último Caderno de Lanzarote.

Excerto
«Duas razões me levaram, mais ou menos conscientemente, a escrever um diário: em primeiro lugar, a circunstância de ter saído do meu país para viver nesta ilha distante; em segundo lugar, a necessidade, que nunca experimentara antes, de “reter” o tempo, de o obrigar, por assim dizer, a deixar o maior número possível de sinais da sua passagem. Cadernos de Lanzarote é como uma longa carta enviada àqueles que ficaram no outro lado, mas é também um modo (vão, inútil, quem sabe mesmo se desesperado...) de fingir prolongar a vida por uma obstinada “escrituração” dos dias. Os Cadernos não são um laboratório, embora não faltem neles reflexões sobre o “fazer” literário; não são um registo dos casos do mundo, embora abundem os comentários sobre a atualidade; não são uma coleção de dados para uma futura biografia, embora vão dizendo o que faço e o que penso. Como todo o diário (como toda a escrita), os Cadernos de Lanzarote são um exercício narcisista, mas, contra o que geralmente se crê, Narciso nem sempre gosta do que vê no espelho em que se contempla...»

Também no dia de hoje, em que assinala-se 20 anos da atribuição do Prémio Nobel de Literatura a José Saramago, é lançado Um país levantado em alegria.

3 comentários:

Helena Isabel Bracieira disse...

Que bom haver mais uma obra de Saramago para ler!

Sofia Rocha disse...

Confesso que não sou fã da escrita mas gosto dos ideais do escritor

maresvivas disse...

Saramago não curto, mas leio para poder comentar!